Hemorragia de Drance e sua importância como factor de risco de progressão no glaucoma – Caso Clínico

• Autor(a) principal: Gama, Ivo Filipe
• Data de Publicação: 2014
• Outros Autores: Almeida, Leonor Duarte, Monteiro Grillo, Manuel
• Tipo de documento: Relatório
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.6190
• topic: Comunicações Curtas e Imagens em Oftalmologia

Introdução: Não sendo exclusivas de glaucoma, as hemorragias do disco óptico são típicas desta patologia - hemorragias de Drance (HD), revelam-se em até 30% dos doentes e antecipam defeito em cunha no anel neuro-retiniano (ANR) e consequente alteração dos campos visuais (CV), sendo factores de risco de progressão glaucomatosa. A retinografia amplia a detecção das HD, que podem passar despercebidas à fundoscopia. Estudos consideram que o tratamento mé- dico é ineficaz na alteração da incidência das HD e que a cirurgia filtrante pode reduzir a rápida degradação dos CV, após HD e sua recorrência. Material, métodos e resultados: Os autores descrevem caso clínico de doente com glaucoma primário de ângulo aberto bilateral, desenvolvendo no olho direito, previamente sem alterações perimétricas, degradação rápida e grave do campo visual para escotoma arciforme superior den- so, associada a hemorragia do disco óptico ínfero-temporal e notch inferior, apesar de pressões intra-oculares controladas sob timolol, bimatoprost e brinzolamida. Foi submetido a cirurgia filtrante não perfurante, permitindo a estabilização clínica e perimétrica, e desaparecimento, sem recorrência, das HD. Discussão e Conclusão: A ocorrência de HD alerta para o risco de progressão e rápida degra- dação dos CV, mesmo com pressões intra-oculares (PIO) estatisticamente normais sob efeito terapêutico. Esse valor de pressão será demasiado alto para o nervo óptico, necessitando, para além de vigilância mais apertada, tratamento mais agressivo, como a cirurgia filtrante, reservada aos casos de rápida progressão, para maior redução e menor flutuação da PIO, redução da rápida degradação dos CV e recorrência das HD. A retinografia é fundamental no diagnóstico das HD, ampliando a sua detecção.