Envelhecer em casa em ambientes predominantemente rurais e moderadamente urbanos : um estudo de base comunitária de Monção
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/1679 |
Resumo: | O envelhecimento populacional é um fenómeno à escala mundial. Desde a Segunda Guerra Mundial que o número de pessoas com 65+ anos tem vindo a aumentar, sendo que o aumento da longevidade se deve à melhoria nas condições de vida e de saúde das populações. Com o objectivo de despertar a atenção mundial para a questão do envelhecimento, a ONU organizou em 2002 uma Assembleia Mundial sobre envelhecimento, onde estabeleceu um Plano de Acção com o objectivo de garantir que a população envelheça com segurança e dignidade e que os mais velhos possam continuar a participar da vida em sociedade como cidadãos de pleno direito. Apesar da esperança média de vida ter vindo a aumentar, a maior parte das pessoas prefere ir envelhecendo em casa, sendo que em Portugal menos de 5% da população está institucionalizada. À escala mundial, a maior parte das pessoas vive em zonas urbanas. Muito do que se sabe hoje sobre envelhecimento deve-se a estudos efectuados em ambientes urbanos, sendo escassos os estudos em meio rural. Assim, o presente trabalho tem como objectivo avaliar as capacidades e necessidades de pessoas idosas a viver em zonas predominantemente rurais e moderadamente urbanas, com vista a traçar orientações para as políticas e programas gerontológicos. Em termos metodológicos, partiu-se de informação proveniente do Censo da população relativa ao Concelho de Monção, para seleccionar 8% da população com 65+ anos, estratificada em termos de género e grupo etário, em duas freguesias predominantemente rurais e duas moderadamente urbanas. Neste estudo foram incluídos 87 participantes, com uma média de idade de 74,1 anos (DP=6,76), variando entre 65 e 98 anos, sendo 54 participantes (62,1%) do género feminino e 33 (37,9%) do género masculino. Em termos de instrumentos de recolha de dados, foram utilizadas algumas das medidas do protocolo ANCEP_GeroSOC (Bastos, Moreira, Faria & Melo de Carvalho, 2010), designadamente: Ficha Socio-demográfica; Índice de Barthel (ABVD; Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007); Escala de Lawton (AIVD; Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2007); Avaliação do Estado Mental (MMSE; Folstein, Folstein & McHugh, 1975; Morgado, Rocha, Maruta, Guerreiro & Martins, 2009); Escala de Recursos Sociais e de utilização de Serviços do Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional de Idosos (OARS-PT; Fillenbaum & Smyer, 1981; Rodrigues, 2007). Os resultados mais relevantes deste estudo apontam para a existência de diferenças significativas relativamente ao funcionamento cognitivo entre participantes das freguesias moderadamente urbanas e predominantemente rurais (U=654,0, p=0,031), sendo que os participantes das freguesias predominantemente rurais obtiveram valores inferiores no MMSE e uma proporção significativamente maior de participantes apresentavam défice cognitivo (43,4% vs. 17,6; X2= 6,2, gl=1, p=0,013). Relativamente à funcionalidade para as actividades da vida diária (AVD e AIVD) não se observaram diferenças significativas (p = 0,979) entre participantes. Quanto às necessidades do ir envelhecendo no lugar, é de mencionar que a maioria dos participantes (69%) refere não sentir “falta de nada”. Estes resultados devem ser tidos em conta na intervenção gerontológica orientada para indivíduos, grupos e/ou organizações, bem como na elaboração dos Planos Gerontológicos associados à execução das medidas de Política Social a nível local. |
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Envelhecer em casa em ambientes predominantemente rurais e moderadamente urbanos : um estudo de base comunitária de MonçãoEnvelhecimentoAvaliação gerontológica multidimensional“Aging in Place”Gerontologia socialAgingMultidimensional gerontological assessmentSocial gerontologyO envelhecimento populacional é um fenómeno à escala mundial. Desde a Segunda Guerra Mundial que o número de pessoas com 65+ anos tem vindo a aumentar, sendo que o aumento da longevidade se deve à melhoria nas condições de vida e de saúde das populações. Com o objectivo de despertar a atenção mundial para a questão do envelhecimento, a ONU organizou em 2002 uma Assembleia Mundial sobre envelhecimento, onde estabeleceu um Plano de Acção com o objectivo de garantir que a população envelheça com segurança e dignidade e que os mais velhos possam continuar a participar da vida em sociedade como cidadãos de pleno direito. Apesar da esperança média de vida ter vindo a aumentar, a maior parte das pessoas prefere ir envelhecendo em casa, sendo que em Portugal menos de 5% da população está institucionalizada. À escala mundial, a maior parte das pessoas vive em zonas urbanas. Muito do que se sabe hoje sobre envelhecimento deve-se a estudos efectuados em ambientes urbanos, sendo escassos os estudos em meio rural. Assim, o presente trabalho tem como objectivo avaliar as capacidades e necessidades de pessoas idosas a viver em zonas predominantemente rurais e moderadamente urbanas, com vista a traçar orientações para as políticas e programas gerontológicos. Em termos metodológicos, partiu-se de informação proveniente do Censo da população relativa ao Concelho de Monção, para seleccionar 8% da população com 65+ anos, estratificada em termos de género e grupo etário, em duas freguesias predominantemente rurais e duas moderadamente urbanas. Neste estudo foram incluídos 87 participantes, com uma média de idade de 74,1 anos (DP=6,76), variando entre 65 e 98 anos, sendo 54 participantes (62,1%) do género feminino e 33 (37,9%) do género masculino. Em termos de instrumentos de recolha de dados, foram utilizadas algumas das medidas do protocolo ANCEP_GeroSOC (Bastos, Moreira, Faria & Melo de Carvalho, 2010), designadamente: Ficha Socio-demográfica; Índice de Barthel (ABVD; Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007); Escala de Lawton (AIVD; Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2007); Avaliação do Estado Mental (MMSE; Folstein, Folstein & McHugh, 1975; Morgado, Rocha, Maruta, Guerreiro & Martins, 2009); Escala de Recursos Sociais e de utilização de Serviços do Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional de Idosos (OARS-PT; Fillenbaum & Smyer, 1981; Rodrigues, 2007). Os resultados mais relevantes deste estudo apontam para a existência de diferenças significativas relativamente ao funcionamento cognitivo entre participantes das freguesias moderadamente urbanas e predominantemente rurais (U=654,0, p=0,031), sendo que os participantes das freguesias predominantemente rurais obtiveram valores inferiores no MMSE e uma proporção significativamente maior de participantes apresentavam défice cognitivo (43,4% vs. 17,6; X2= 6,2, gl=1, p=0,013). Relativamente à funcionalidade para as actividades da vida diária (AVD e AIVD) não se observaram diferenças significativas (p = 0,979) entre participantes. Quanto às necessidades do ir envelhecendo no lugar, é de mencionar que a maioria dos participantes (69%) refere não sentir “falta de nada”. Estes resultados devem ser tidos em conta na intervenção gerontológica orientada para indivíduos, grupos e/ou organizações, bem como na elaboração dos Planos Gerontológicos associados à execução das medidas de Política Social a nível local.Population aging is a global phenomenon. Since World War II the number of people aged 65 or older is increasing, and enlarged longevity has been made possible thanks to the improvement of population’s living conditions and health promotion. In order to awaken the world's attention to human aging, the General Assembly of the United Nations organized, on April 2002, a World Assembly on Aging and established an Action Plan that aimed to ensure that populations all over the world may be able to age with security and dignity and that seniors may continue to participate in society as citizens with full rights. Even though the average life expectancy has increased, the majority of elders prefer to age at home, and in Portugal less than 5% of this population is institutionalized. Worldwide, the majority of elders live in urban areas. Consequently, much of what is known today about aging is based on studies performed in urban environments, and there are few studies in rural areas. Thus, this study aims to assess the needs and capabilities of older people living in predominantly rural and moderately urban areas, in order to contribute to the design of guidelines for gerontological policies and intervention programs. In what concerns methodology, the sample selection was based on the information of the Census of the population in the County of Monção. Four parishes were first selected: 2 parishes classified by the National Statistical Institute as predominantly rural and 2 parishes classified as moderately urban. For each parish we estimated to inquire 8% of the population aged 65 years or older, stratified by gender and age groups. Overall 87 participants were included, with a mean age of 74.1 years (SD = 6.76), ranging from 65 to 98 years, 54 participants (62.1%) were females and 33 (37.9 %) were males. In terms of the instruments for data collection, we used the ANCEP_GeroSOC protocol (Bastos, Moreira, Faria & Melo de Carvalho, 2010) which includes the following instruments: Socio-demographic form; the Barthel Index (ABVD; Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007); the Lawton Scale (IADL; Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2007); the Mini Mental State Examination (MMSE, Folstein, Folstein & McHugh, 1975; Morgado, Rock, Maruta, Warrior & Martins, 2009); the scales of Social Resources and Services of the Old American Resources Scale (OARS-EN; Fillenbaum & Smyer, 1981; Rodrigues, 2007). The most relevant results of this study indicate the existence of significant differences concerning the level of cognitive functioning evaluated with the MMSE between participants of moderately urban and predominantly rural parishes (U = 654.0, p = 0.031). In predominantly rural parishes, participants showed lower values on MMSE, as well as a significantly higher proportion of participants with cognitive impairment (43.4% vs. 17.6; X2 = 6.2, df = 1, p = 0.013). Regarding the level of functionality for activities of daily living, no significant differences between participants of different parishes were detected (p = 0.979). In what concerns aging in place, it is noteworthy that the majority of participants (69%) stated that they feel they don’t need anything else to continue living in the place they live by that moment. These results shall be considered in the preparation of local gerontological plans.2016-12-21T15:43:58Z2014-10-31T00:00:00Z2014-10-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/1679TID:201508877porAlves, Alexandra Palharesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-04-11T08:15:34Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1679Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-04-11T08:15:34Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O envelhecimento populacional é um fenómeno à escala mundial. Desde a Segunda Guerra Mundial que o número de pessoas com 65+ anos tem vindo a aumentar, sendo que o aumento da longevidade se deve à melhoria nas condições de vida e de saúde das populações. Com o objectivo de despertar a atenção mundial para a questão do envelhecimento, a ONU organizou em 2002 uma Assembleia Mundial sobre envelhecimento, onde estabeleceu um Plano de Acção com o objectivo de garantir que a população envelheça com segurança e dignidade e que os mais velhos possam continuar a participar da vida em sociedade como cidadãos de pleno direito. Apesar da esperança média de vida ter vindo a aumentar, a maior parte das pessoas prefere ir envelhecendo em casa, sendo que em Portugal menos de 5% da população está institucionalizada. À escala mundial, a maior parte das pessoas vive em zonas urbanas. Muito do que se sabe hoje sobre envelhecimento deve-se a estudos efectuados em ambientes urbanos, sendo escassos os estudos em meio rural. Assim, o presente trabalho tem como objectivo avaliar as capacidades e necessidades de pessoas idosas a viver em zonas predominantemente rurais e moderadamente urbanas, com vista a traçar orientações para as políticas e programas gerontológicos. Em termos metodológicos, partiu-se de informação proveniente do Censo da população relativa ao Concelho de Monção, para seleccionar 8% da população com 65+ anos, estratificada em termos de género e grupo etário, em duas freguesias predominantemente rurais e duas moderadamente urbanas. Neste estudo foram incluídos 87 participantes, com uma média de idade de 74,1 anos (DP=6,76), variando entre 65 e 98 anos, sendo 54 participantes (62,1%) do género feminino e 33 (37,9%) do género masculino. Em termos de instrumentos de recolha de dados, foram utilizadas algumas das medidas do protocolo ANCEP_GeroSOC (Bastos, Moreira, Faria & Melo de Carvalho, 2010), designadamente: Ficha Socio-demográfica; Índice de Barthel (ABVD; Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007); Escala de Lawton (AIVD; Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2007); Avaliação do Estado Mental (MMSE; Folstein, Folstein & McHugh, 1975; Morgado, Rocha, Maruta, Guerreiro & Martins, 2009); Escala de Recursos Sociais e de utilização de Serviços do Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional de Idosos (OARS-PT; Fillenbaum & Smyer, 1981; Rodrigues, 2007). Os resultados mais relevantes deste estudo apontam para a existência de diferenças significativas relativamente ao funcionamento cognitivo entre participantes das freguesias moderadamente urbanas e predominantemente rurais (U=654,0, p=0,031), sendo que os participantes das freguesias predominantemente rurais obtiveram valores inferiores no MMSE e uma proporção significativamente maior de participantes apresentavam défice cognitivo (43,4% vs. 17,6; X2= 6,2, gl=1, p=0,013). Relativamente à funcionalidade para as actividades da vida diária (AVD e AIVD) não se observaram diferenças significativas (p = 0,979) entre participantes. Quanto às necessidades do ir envelhecendo no lugar, é de mencionar que a maioria dos participantes (69%) refere não sentir “falta de nada”. Estes resultados devem ser tidos em conta na intervenção gerontológica orientada para indivíduos, grupos e/ou organizações, bem como na elaboração dos Planos Gerontológicos associados à execução das medidas de Política Social a nível local. |
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