A balada do Mar Salgado. Viagem filmada por paisagens sem homens

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carmo Piçarra, Maria do Carmo Piçarra
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.18055/Finis7872
Resumo: Neste artigo procuro analisar porque é que o filme I cruzeiro de férias às colónias ocidentais, encomendado ao prestigiado fotógrafo de arte San Payo para registar o “primeiro cruzeiro de soberania” organizado pela Agência Geral das Colónias, foi projectado uma única vez durante o Estado Novo. Filme de viagens, um subgénero do cinema colonial de propaganda, é uma das primeiras obras de propaganda oficial com a qual se pretende projectar a ideia de que “Portugal não é um país pequeno”: (re)construir o país através de um novo mapa do império, portanto. Filme-sintoma de uma “cultura de mobilidade”, identificada por Jean Brunhes, quer atestar o domínio do espaço imperial através das novas tecnologias da comunicação. Inconsciente desse fenómeno, da aceleração, terá sido vítima da desintegração do olhar sobre o quotidiano das colónias? Ter-lhe-á faltado, para cumprir o desígnio de projectar a grandeza da nação, um movimento, mais íntimo, da contemplação para a compaixão (Orlando Ribeiro)?
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