Técnica, Tecnologia e Comunicação em Paul Virilio
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/2079 |
Resumo: | A presente Dissertação teve como finalidade compreender o pensamento de Paul Virilio no âmbito das Novas Tecnologias e da Comunicação. Consubstanciados pelas concepções de Virilio, reflectimos a técnica, como uma forma, ainda que modesta, de contribuirmos para a continuidade da consciência cultural no século XXI. Em linhas gerais, as leituras das obras de Virilio, locus do estudo, expressam uma perspectiva um tanto céptica quanto aos rumos da técnica, que alterou a deontologia do devir da história da humanidade, tornando o Homem numa quase máquina. Abordámos também a sua vertente de pensamento relativo ao movimento geral de virtualização da nova era tecnológica. A partir da contextualização histórica do virtual temos um caminho em aberto pela frente, tanto na direcção da construção de uma nova humanidade e de novas subjectividades, bem como em direcção para a catástrofe da massificação e homogeneização do Homem, posição esta bastante marcada na produção intelectual de Virilio. Constatámos que o urbanista francês considera que a nova era da tecnologia é caracterizada como a era do (neg)ócio (nec-otium), ócio e o negócio, hoje totalmente tecnológica, uma das traves mestras da nossa sociedade. Virilio levanta também o problema, da relação entre uma macro-estrutura dominada pela comunicação de massas e as práticas quotidianas claramente assumidas como micro-estruturas onde o Homem se transformou num sedentário domiciliário. Partindo deste ponto, também explicitámos o pensamento de Virilio quanto à recente expansibilidade das Novas Tecnologias a todos os campos da vida quotidiana, dado que esta se encontra em franca expansão. O desencanto perante o tecnológico que a modernidade tem assumido, após as experiências terríveis das guerras e os desastres tecnológicos, e descritas por Virilio, parece, nos nossos dias, não ter profundamente alterado e invertido a nossa forma de encarar essa mesma modernidade. À decepção impõe-se, hoje, o deslumbramento. A reflexão, por parte de cada um de nós, impõe-se, então, como particularmente importante para que exista uma lucidez de análise face à invasão das Novas Tecnologias na nossa vida. As reflexões sobre o pensamento de Virilio implicam que se continue a dar mais atenção, apesar das controvérsias a que está votado, às contingências da acção da tecnologia para que esta não se oponha às necessidades dos processos naturais do Homem e para que este não seja manipulado pelo seu poderio, bem como pela ambição universal de domínio. |
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A partir da contextualização histórica do virtual temos um caminho em aberto pela frente, tanto na direcção da construção de uma nova humanidade e de novas subjectividades, bem como em direcção para a catástrofe da massificação e homogeneização do Homem, posição esta bastante marcada na produção intelectual de Virilio. Constatámos que o urbanista francês considera que a nova era da tecnologia é caracterizada como a era do (neg)ócio (nec-otium), ócio e o negócio, hoje totalmente tecnológica, uma das traves mestras da nossa sociedade. Virilio levanta também o problema, da relação entre uma macro-estrutura dominada pela comunicação de massas e as práticas quotidianas claramente assumidas como micro-estruturas onde o Homem se transformou num sedentário domiciliário. Partindo deste ponto, também explicitámos o pensamento de Virilio quanto à recente expansibilidade das Novas Tecnologias a todos os campos da vida quotidiana, dado que esta se encontra em franca expansão. O desencanto perante o tecnológico que a modernidade tem assumido, após as experiências terríveis das guerras e os desastres tecnológicos, e descritas por Virilio, parece, nos nossos dias, não ter profundamente alterado e invertido a nossa forma de encarar essa mesma modernidade. À decepção impõe-se, hoje, o deslumbramento. A reflexão, por parte de cada um de nós, impõe-se, então, como particularmente importante para que exista uma lucidez de análise face à invasão das Novas Tecnologias na nossa vida. As reflexões sobre o pensamento de Virilio implicam que se continue a dar mais atenção, apesar das controvérsias a que está votado, às contingências da acção da tecnologia para que esta não se oponha às necessidades dos processos naturais do Homem e para que este não seja manipulado pelo seu poderio, bem como pela ambição universal de domínio.The present essay had as aim the understanding of Paul Virilio thinking about New Technologies and Communication. Consubstantiated by Virilio conceptions, we reflected upon technique as a way, despite its modesty, to contribute to the continuity of the XXI century awareness. In a broad way, reading Virilio works, which are the locus of this essay, they express, in a way, a sceptic view of the path taken by technique development, which altered the upcoming deontology of the history of humanity, transforming Mankind in to a kind of machine. We also approached the under discussion of his thinking, related to a global virtualization movement of the new era of technology. From the historical contextualization of what is called virtual, we find an open path leading to the construction of a new humanity and a new subjectivity, as well as leading to a catastrophic massification and homogenization of Mankind, being thisa situation rather marked in Virilio intellectual production. We have verified that the French urbanist considers that a new era of technology is characterized as an era of “(neg)ócio (nec- otium)” idleness/business, nowadays completely technological, one of the main beams of our society. Virilio also raises a problem, that is the relationship between a macrostructure dominated by mass communication and daily practices that are clearly assumed as microstructures, where Mankind becomes a domiciliary sedentary. From this point we also explain Virilio thoughts about the recent expansibility of New Technologies in all matters of daily life. The apparent disenchantment in technology that modernity ha assumed, after the terrible experience of war and technological disasters, described by Virilio, it appears that in our days it has not deeply changed and inverted our way of facing that same modernity. To deception, nowadays, overcomes dazzling. Therefore reflection, that should start from each one of us, compels, with particular importance, to the existence of clearness of analyses of the invasion of New Technologies in our lives. The reflections of Virilio thinking, implies that it is needed to continue giving more attention, despite controversy, to the contingencies of technological actions, so that it does not oppose the necessity of Mankind’s natural process, and that Mankind is not manipulated by its power, as well by the universal ambition to domain.2012-09-20T07:41:09Z2007-01-01T00:00:00Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/2079porLopes, Natália Mourainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:56:35Zoai:repositorio.utad.pt:10348/2079Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:06:25.701763Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A presente Dissertação teve como finalidade compreender o pensamento de Paul Virilio no âmbito das Novas Tecnologias e da Comunicação. Consubstanciados pelas concepções de Virilio, reflectimos a técnica, como uma forma, ainda que modesta, de contribuirmos para a continuidade da consciência cultural no século XXI. Em linhas gerais, as leituras das obras de Virilio, locus do estudo, expressam uma perspectiva um tanto céptica quanto aos rumos da técnica, que alterou a deontologia do devir da história da humanidade, tornando o Homem numa quase máquina. Abordámos também a sua vertente de pensamento relativo ao movimento geral de virtualização da nova era tecnológica. A partir da contextualização histórica do virtual temos um caminho em aberto pela frente, tanto na direcção da construção de uma nova humanidade e de novas subjectividades, bem como em direcção para a catástrofe da massificação e homogeneização do Homem, posição esta bastante marcada na produção intelectual de Virilio. Constatámos que o urbanista francês considera que a nova era da tecnologia é caracterizada como a era do (neg)ócio (nec-otium), ócio e o negócio, hoje totalmente tecnológica, uma das traves mestras da nossa sociedade. Virilio levanta também o problema, da relação entre uma macro-estrutura dominada pela comunicação de massas e as práticas quotidianas claramente assumidas como micro-estruturas onde o Homem se transformou num sedentário domiciliário. Partindo deste ponto, também explicitámos o pensamento de Virilio quanto à recente expansibilidade das Novas Tecnologias a todos os campos da vida quotidiana, dado que esta se encontra em franca expansão. O desencanto perante o tecnológico que a modernidade tem assumido, após as experiências terríveis das guerras e os desastres tecnológicos, e descritas por Virilio, parece, nos nossos dias, não ter profundamente alterado e invertido a nossa forma de encarar essa mesma modernidade. À decepção impõe-se, hoje, o deslumbramento. A reflexão, por parte de cada um de nós, impõe-se, então, como particularmente importante para que exista uma lucidez de análise face à invasão das Novas Tecnologias na nossa vida. As reflexões sobre o pensamento de Virilio implicam que se continue a dar mais atenção, apesar das controvérsias a que está votado, às contingências da acção da tecnologia para que esta não se oponha às necessidades dos processos naturais do Homem e para que este não seja manipulado pelo seu poderio, bem como pela ambição universal de domínio. |
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