Composição corporal e atividade física em mulheres pós-menopáusicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Sofia de Paiva
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/7354
Resumo: As mulheres passam cerca de um terço da sua vida em pós-menopausa e, atendendo ao aumento da esperança de vida, é esperado que nas próximas décadas esse período tenha tendência a aumentar. A depleção estrogénica, articulada com o processo de envelhecimento, gera um aumento da massa gorda na mulher, particularmente da gordura intra-abdominal, e o abatimento da massa muscular e óssea, agravando os níveis de atividade física habitual da mulher e comprometendo a sua qualidade de vida. O presente estudo procurou analisar a associação das várias componentes da massa corporal com os níveis de atividade física em mulheres pós-menopáusicas, observando a influência das características da menopausa. A compreensão desta relação revela-se útil na aceção das várias componentes da prescrição do exercício (tipo, intensidade, duração, frequência e progressão), harmonizando-o às necessidades exibidas pela mulher nesta etapa do climatério, melhorando a sua saúde e a adesão a um estilo de vida mais ativo. A investigação foi realizada com 25 mulheres pós-menopáusicas ativas, reunindo critérios de inclusão específicos, e com idades compreendidas entre os 54 e os 72 anos. A avaliação da composição corporal foi executada com o sonómetro Sahara e com a biompedância octopolar InBody 720 e o acelerómetro GT1M da ActiGraph foi utilizado na apreciação dos níveis de atividade física habitual. A análise estatística incluiu o coeficiente de correlação Ró de Spearman e regressões múltiplas stepwise, sendo considerado um grau de significância estatística de 5%. Numa amostra maioritariamente obesa e em que 76% dos seus elementos revelou níveis de atividade física moderara-vigorosa recomendáveis para a saúde, constatou-se que apenas a massa gorda relativa (%MG) e o índice de massa muscular esquelética (IMME) revelaram associações significativas com o tempo de atividade sedentária, o tempo de atividade física total, o número de passos por dia e o tempo de atividade física moderada-vigorosa, com maiores níveis de correlação para este último. Apenas uma mulher evidenciou valores de área de adiposidade visceral dentro de parâmetros normais, expondo todas elas uma condição muscular normal e, a sua grande maioria (96%), um baixo risco de osteoporose. A %MG revelou-se um preditor independente (p≤0,05) da AF moderada-vigorosa (= -0,524; R2×100=24,3%) e do número de passos realizados por dia (= -0,464). A presença de melhores valores de IMME contribuiu para o aumento da atividade física total da mulher e para a redução do tempo em atividade sedentária, independentemente da utilização da terapia hormonal. Os resultados encontrados sugerem que, independentemente do tempo de menopausa e da terapia hormonal, a presença de maior %MG na pós-menopausa limita o cumprimento dos níveis AF moderada-vigorosa e que a preservação/melhoria da condição muscular revela-se determinante na redução do tempo em atividade sedentária e no aumento da AF total nesta fase do climatério.
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A compreensão desta relação revela-se útil na aceção das várias componentes da prescrição do exercício (tipo, intensidade, duração, frequência e progressão), harmonizando-o às necessidades exibidas pela mulher nesta etapa do climatério, melhorando a sua saúde e a adesão a um estilo de vida mais ativo. A investigação foi realizada com 25 mulheres pós-menopáusicas ativas, reunindo critérios de inclusão específicos, e com idades compreendidas entre os 54 e os 72 anos. A avaliação da composição corporal foi executada com o sonómetro Sahara e com a biompedância octopolar InBody 720 e o acelerómetro GT1M da ActiGraph foi utilizado na apreciação dos níveis de atividade física habitual. A análise estatística incluiu o coeficiente de correlação Ró de Spearman e regressões múltiplas stepwise, sendo considerado um grau de significância estatística de 5%. Numa amostra maioritariamente obesa e em que 76% dos seus elementos revelou níveis de atividade física moderara-vigorosa recomendáveis para a saúde, constatou-se que apenas a massa gorda relativa (%MG) e o índice de massa muscular esquelética (IMME) revelaram associações significativas com o tempo de atividade sedentária, o tempo de atividade física total, o número de passos por dia e o tempo de atividade física moderada-vigorosa, com maiores níveis de correlação para este último. Apenas uma mulher evidenciou valores de área de adiposidade visceral dentro de parâmetros normais, expondo todas elas uma condição muscular normal e, a sua grande maioria (96%), um baixo risco de osteoporose. A %MG revelou-se um preditor independente (p≤0,05) da AF moderada-vigorosa (= -0,524; R2×100=24,3%) e do número de passos realizados por dia (= -0,464). A presença de melhores valores de IMME contribuiu para o aumento da atividade física total da mulher e para a redução do tempo em atividade sedentária, independentemente da utilização da terapia hormonal. Os resultados encontrados sugerem que, independentemente do tempo de menopausa e da terapia hormonal, a presença de maior %MG na pós-menopausa limita o cumprimento dos níveis AF moderada-vigorosa e que a preservação/melhoria da condição muscular revela-se determinante na redução do tempo em atividade sedentária e no aumento da AF total nesta fase do climatério.Women spent about one third of their life in postmenopausal and, given the increase in life expectancy, in particular in women, it is expected an increase in this period. The estrogen depletion in combination to the aging process leads to an increase of the fat mass, namely the intra-abdominal fat, and decrease of the muscular and bone mass, exacerbating the normal women's physical activity levels and compromising her quality of life. The aim of this study was to analyze the association between several components of the body mass and the levels of physical activity in postmenopause women, observing the influence of menopause features. The understanding of this association is useful in the acquisition of several components of the exercise prescription (type, intensity, duration, frequency and progression) combined with the exhibited needs of the woman in this stage of the climacteric, improving her health and the adhesion to a more active lifestyle. In this research, 25 postmenopause active woman were used, which combine specific inclusion criterias, and aged between 54 and 72 years old. The Sahara sonometer and the InBody 720 octopolar bioimpedance equipments were used to access the body composition. For the assessment of the normal physical activity, the GT1M acelerometer from ActiGraph was used. Spearman’s rho correlations and stepwise multiple regressions were used to perform the statistical analyses. For both statistical tests, significance was considered when p-value < 0.05. In a sample mainly obese, in which 76% of the participants revealed from moderate to vigorous levels of physical activity recommended for the health, we observed that only the relative body fat mass (BFM) and skeletal muscle mass index (SMMI) revealed significant associations with the time of sedentary activity, the total physical activity, the number of steps per day and the time of moderated-vigorous physical activity, the latter presenting higher correlation levels. Only one woman showed levels of visceral adiposity within the normal parameters. All presented a normal muscular condition and the great majority (96%) showed a low risk for osteoporosis. The percentage of BFM revealed to be an independent predictor (p<0.05) of the moderate-vigorous physical activity (b= -0.524; R2×100=24.3%) and of the number of steps performed per day (b=-0.464). The presence of better values of SMMI contributed to the increase of the total physical activity and to the reduction of the sedentary activity time, regardless of the use of hormonal therapy. The results obtained suggest that, regardless of the time of the menopause and hormonal therapy, the presence of a larger BFM in post-menopause limits the accomplishment of the levels of moderate-vigorous physical activity. Moreover, the preservation or improvement of the muscular condition reveals itself determinant in the reduction of the sedentary activity and of the increase in the physical activity during the climacteric.2017-03-02T11:16:46Z2017-03-02T00:00:00Z2017-03-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/7354TID:201980444porOliveira, Ana Sofia de Paivainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:56:19Zoai:repositorio.utad.pt:10348/7354Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:06:20.867033Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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