Teatro como cidade - cidade como palco: a arte performativa como espelho da sociedade e parcela da cidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cabeças, Raquel Medina
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/769
Resumo: Antes de Lisboa sofrer o terramoto de 1755, já era palco de representações teatrais que refletiam o espelho de uma sociedade, dividida em duas esferas –a privada e a pública – que assistia a diferentes espetáculos e em diferentes zonas da cidade, tornando a representação e a música parte integrante do quotidiano. Além dos momos e dos jograis, com a construção dos “corrales” e mais tarde com a apropriação de ruas e pátios para a realização das peças, desenvolveu-se um interesse social e político que tornou o teatro parte integrante da malha urbana. A corte continuou a ter o seu espaço privado para assistir ao teatro, espaço esse de acesso negado a pessoas que não pertencessem àquela classe social. Este é o ponto central da relação teatro/cidade: aquele em que se sentiu necessidade de se construir um edifício urbano, que permitisse o acesso de todas as pessoas e de diferentes classes, aos espetáculos de Ópera e Peças de Teatro. Assim, podemos ver a arquitetura como o elemento central, que permitiu integrar a sociedade, quebrar determinados dogmas, e tornar-se numa arquitetura de todos. Com o conhecimento da história do teatro em Lisboa e do desenvolvimento da cidade –através da exploração marítima –proponho revitalizar a zona portuária e as docas secas, no Estaleiro da Rocha do Conde de Óbidos. O objetivo desta proposta é transformar a margem do rio num espaço público qualificado, não só com a construção de uma peça arquitetónica cultural, mas também através da transformação do espaço que a rodeia. Tendo conhecimento de que a cidade e a zona ribeirinha já foram palco de grandes vivências por parte da sociedade, é de grande interesse através da arte de representar, “devolver”esta parcela de cidade ao seu quotidiano, melhorando os seus acessos – quebrando a “barreira” ferro e rodoviária - criando espaço público –através doterreiro e doboulevard - construindo um edifício cultural – representação permanente - tal como utilizar as docas secas para o mesmo fim –representação temporária, referência aos “corrales”.
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