O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/103371 https://doi.org/10.54018/sssrv3n2-010 |
Resumo: | A categoria gênero contribui para desnaturalizar e historizar as desigualdades entre homens e mulheres, de modo histórico e relacional, para que não se incorra no erro de deixar de identificar os diferentes poderes detidos e sofridos por homens e mulheres (SAFIOTTI, 1992). O conceito de gênero foi, segundo Scott (1990, p.5), criado para opor-se a um determinismo biológico nas relações entre os sexos, dando-lhes um caráter fundamentalmente social. Desse modo, o conceito de gênero ao enfatizar as relações sociais entre os sexos, permite a apreensão de desigualdades entre homens e mulheres, que envolvem um de seus componentes centrais, as desigualdades de poder. Nas sociedades ocidentais, marcadas também por outros ‘sistemas de desigualdade, como apontado pela abordagem pós-estruturalista, é possível constatar, no entanto, que o padrão dominante nas identidades de gênero de adultos envolve uma situação de subordinação e de dominação das mulheres, tanto na esfera pública como na privada (CARVALHO, 1998). Abordaremos dois estudos de caso sobre o trabalho feminino precarizado no Brasil. O primeiro estudo foi realizado no Condomínio Urupiara, localizado em Alagoinhas/Bahia/’Brasil. Os dados retratam que a maioria da população é formada por mulheres jovens com baixa escolaridade e com uma renda de 1 S.M. Nesta área não se encontra os serviços públicos necessários para os moradores, com exceção dos equipamentos de lazer (parques e praças) e equipamento esportivo. O segundo estudo de caso no Brasil foi realizado no Condomínio Volterra, localizado na cidade de Duque de Caxias, baixada fluminense, do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Os dados retratam também que a maioria da população é formada por mulheres jovens, com renda de até 2 S.M e baixa escolaridade. Concluímos com o estudo que o Trabalho Precarizado é em sua maioria de natureza feminina, que resulta na pauperização feminina no mundo contemporâneo, e está presente na maioria das cidades brasileiras e também em Portugal, em virtude de um processo histórico cultural, onde ainda existe menos oportunidades de trabalho e menor renda para as mulheres, principalmente para as mulheres pobres e negras. Esta precarização ocorre ainda devido se associar o trabalho doméstico ao das mulheres. |
id |
RCAP_5bed4c4addbd3e818e6c0a26a389d24f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:estudogeral.uc.pt:10316/103371 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em PortugalPrecarized female work - a study in Brazil and Portugalpobrezatrabalhodesigualdades sociaispovertyworksocial inequalitiesA categoria gênero contribui para desnaturalizar e historizar as desigualdades entre homens e mulheres, de modo histórico e relacional, para que não se incorra no erro de deixar de identificar os diferentes poderes detidos e sofridos por homens e mulheres (SAFIOTTI, 1992). O conceito de gênero foi, segundo Scott (1990, p.5), criado para opor-se a um determinismo biológico nas relações entre os sexos, dando-lhes um caráter fundamentalmente social. Desse modo, o conceito de gênero ao enfatizar as relações sociais entre os sexos, permite a apreensão de desigualdades entre homens e mulheres, que envolvem um de seus componentes centrais, as desigualdades de poder. Nas sociedades ocidentais, marcadas também por outros ‘sistemas de desigualdade, como apontado pela abordagem pós-estruturalista, é possível constatar, no entanto, que o padrão dominante nas identidades de gênero de adultos envolve uma situação de subordinação e de dominação das mulheres, tanto na esfera pública como na privada (CARVALHO, 1998). Abordaremos dois estudos de caso sobre o trabalho feminino precarizado no Brasil. O primeiro estudo foi realizado no Condomínio Urupiara, localizado em Alagoinhas/Bahia/’Brasil. Os dados retratam que a maioria da população é formada por mulheres jovens com baixa escolaridade e com uma renda de 1 S.M. Nesta área não se encontra os serviços públicos necessários para os moradores, com exceção dos equipamentos de lazer (parques e praças) e equipamento esportivo. O segundo estudo de caso no Brasil foi realizado no Condomínio Volterra, localizado na cidade de Duque de Caxias, baixada fluminense, do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Os dados retratam também que a maioria da população é formada por mulheres jovens, com renda de até 2 S.M e baixa escolaridade. Concluímos com o estudo que o Trabalho Precarizado é em sua maioria de natureza feminina, que resulta na pauperização feminina no mundo contemporâneo, e está presente na maioria das cidades brasileiras e também em Portugal, em virtude de um processo histórico cultural, onde ainda existe menos oportunidades de trabalho e menor renda para as mulheres, principalmente para as mulheres pobres e negras. Esta precarização ocorre ainda devido se associar o trabalho doméstico ao das mulheres.The category gender contributes to denaturalize and historicize the inequalities between men and women, in a historical and relational way, so as not to make the mistake of failing to identify the different powers held and suffered by men and women (SAFIOTTI, 1992). The concept of gender was, according to Scott (1990, p.5), created to oppose a biological determinism in the relations between the sexes, giving them a fundamentally social character. Thus, the concept of gender, by emphasizing the social relations between the sexes, allows the apprehension of inequalities between men and women, which involve one of its central components, the inequalities of power. In Western societies, also marked by other 'systems of inequality, as pointed out by the post-structuralist approach, it is possible to see, however, that the dominant pattern in the gender identities of adults involves a situation of subordination and domination of women, both in the public and private spheres (CARVALHO, 1998).We will address two case studies on precarized female labor in Brazil. The first study was carried out in the Urupiara Condominium, located in Alagoinhas/Bahia/'Brazil. The data portrays that the majority of the population is made up of young women with low schooling and an income of 1 S.M. In this area one cannot find the necessary public services for the residents, with the exception of leisure equipment (parks and squares) and sports equipment. The second case study in Brazil was carried out in the Volterra Condominium, located in the city of Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro State, Brazil. The data also portrays that the majority of the population is composed of young women, with an income of up to 2 S.M. and low education levels. We conclude with this study that Precarious Work is mostly female in nature, which results in the pauperization of women in the contemporary world, and is present in most Brazilian cities and also in Portugal, due to a historical cultural process, where there are still fewer job opportunities and lower income for women, especially for poor and black women. This precariousness also occurs because domestic work is associated with women's work.Studies Publicações2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/103371http://hdl.handle.net/10316/103371https://doi.org/10.54018/sssrv3n2-010por2764-085Xhttps://doi.org/10.54018/sssrv3n2-010Burgos, Ana Lúcia Alencarinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-11-08T21:33:53Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/103371Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:20:13.343046Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal Precarized female work - a study in Brazil and Portugal |
title |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal |
spellingShingle |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal Burgos, Ana Lúcia Alencar pobreza trabalho desigualdades sociais poverty work social inequalities |
title_short |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal |
title_full |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal |
title_fullStr |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal |
title_full_unstemmed |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal |
title_sort |
O trabalho feminino precarizado - um estudo no Brasil e em Portugal |
author |
Burgos, Ana Lúcia Alencar |
author_facet |
Burgos, Ana Lúcia Alencar |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Burgos, Ana Lúcia Alencar |
dc.subject.por.fl_str_mv |
pobreza trabalho desigualdades sociais poverty work social inequalities |
topic |
pobreza trabalho desigualdades sociais poverty work social inequalities |
description |
A categoria gênero contribui para desnaturalizar e historizar as desigualdades entre homens e mulheres, de modo histórico e relacional, para que não se incorra no erro de deixar de identificar os diferentes poderes detidos e sofridos por homens e mulheres (SAFIOTTI, 1992). O conceito de gênero foi, segundo Scott (1990, p.5), criado para opor-se a um determinismo biológico nas relações entre os sexos, dando-lhes um caráter fundamentalmente social. Desse modo, o conceito de gênero ao enfatizar as relações sociais entre os sexos, permite a apreensão de desigualdades entre homens e mulheres, que envolvem um de seus componentes centrais, as desigualdades de poder. Nas sociedades ocidentais, marcadas também por outros ‘sistemas de desigualdade, como apontado pela abordagem pós-estruturalista, é possível constatar, no entanto, que o padrão dominante nas identidades de gênero de adultos envolve uma situação de subordinação e de dominação das mulheres, tanto na esfera pública como na privada (CARVALHO, 1998). Abordaremos dois estudos de caso sobre o trabalho feminino precarizado no Brasil. O primeiro estudo foi realizado no Condomínio Urupiara, localizado em Alagoinhas/Bahia/’Brasil. Os dados retratam que a maioria da população é formada por mulheres jovens com baixa escolaridade e com uma renda de 1 S.M. Nesta área não se encontra os serviços públicos necessários para os moradores, com exceção dos equipamentos de lazer (parques e praças) e equipamento esportivo. O segundo estudo de caso no Brasil foi realizado no Condomínio Volterra, localizado na cidade de Duque de Caxias, baixada fluminense, do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Os dados retratam também que a maioria da população é formada por mulheres jovens, com renda de até 2 S.M e baixa escolaridade. Concluímos com o estudo que o Trabalho Precarizado é em sua maioria de natureza feminina, que resulta na pauperização feminina no mundo contemporâneo, e está presente na maioria das cidades brasileiras e também em Portugal, em virtude de um processo histórico cultural, onde ainda existe menos oportunidades de trabalho e menor renda para as mulheres, principalmente para as mulheres pobres e negras. Esta precarização ocorre ainda devido se associar o trabalho doméstico ao das mulheres. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10316/103371 http://hdl.handle.net/10316/103371 https://doi.org/10.54018/sssrv3n2-010 |
url |
http://hdl.handle.net/10316/103371 https://doi.org/10.54018/sssrv3n2-010 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
2764-085X https://doi.org/10.54018/sssrv3n2-010 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Studies Publicações |
publisher.none.fl_str_mv |
Studies Publicações |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134095199961088 |