Caracterização das relações entre os universos sociais de uma 'instituição total' da cidade de Lisboa: o Hospital Júlio de Matos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1988 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1822/5251 |
Resumo: | Abordando os arranjos sociais e os conteúdos da sociabilidade numa instituição psiquiátrica, defende-se apresentar esta uma realidade que apenas se intersecta com a definição de «instituição total» proposta por E. Goffman. A hibridez do estabelecimento estudado resulta do cruzamento de dois aspectos: a diferenciação no interior do staff e a desconcentração do hospital em unidades pavilhonares. Quanto ao primeiro, as características da dicotomia pessoal-internados, apontadas por Goffman, configuram somente a relação médicos-doentes; não a que estes desenvolvem com o pessoal de enfermagem e auxiliar, mais pessoalizada e menos objectivizante. Por outro lado, grande parte das decisões relativas aos internados emanam não do topo (os médicos), mas do estrato intermédio (os enfermeiros). Quanto ao segundo aspecto, uma instituição de vocação concentracionária e centralista fragmenta-se na prática num arquipélago de pequenas unidades logísticas relativamente autónomas, a que correspondem também unidades sociais. As solidariedades são menos horizontais (cimentando relações no interior de uma mesma categoria, de modo interpavilhonar) do que verticais (entre categorias, no interior de cada pavilhão -- que se assume como um todo demarcado dos restantes). As solidariedades verticais seguem porém um modelo parental, salientando-se na estrutração familialista destas relações as figuras metafóricas dos «pais», «tutores» e «filhos». |
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