Comportamentos de Cyberbullying na Adolescência: frequência, caracterização e sua relação com a comparação social
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/897 |
Resumo: | Objetivos. O presente trabalho tem como objetivo central apresentar uma prevalência de comportamentos de cyberbullying na adolescência (na perspetiva de vitima e na perspetiva de agressor), evidenciando a natureza desses comportamentos e a possível influência do género. Paralelamente analisa a sobreposição destes comportamentos, através da distinção das categorias só vítimas, só agressores e vítimas e agressores. Procura também explorar a relação entre os comportamentos de cyberbulling e o ranking social avaliado através da comparação com os pares. Método. Foi utilizada uma amostra de 450 adolescentes (220 rapazes e 230 raparigas) com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M = 14,38; DP = 1,75) a frequentar o ensino básico e secundário (M = 8,87; DP = 1,61) em escolas públicas. Para avaliação dos comportamentos de cyberbulling foram utilizadas as versões portuguesas do Cyberbulling Questionnaire (CBQ; Calvete, Orue, Estévez, Villardón, & Padilla, 2009) e do Cuestionario de Cyberbullying-Victimización (CBQ-V; Estévez, Villardón, Calvete, Padilla, & Orue, 2010). A versão portuguesa Adolescent Social Comparison Scale – Revised (ASCS-R; Irons & Gilbert., 2005) permitiu avaliar a comparação social com os pares. Resultados. Os dados evidenciaram uma prevalência de 17% no caso de comportamentos de cyberbulling por agressão, sendo o comportamento mais frequente o de manter lutas e discussões online, usando insultos, mediante mensagens eletrónicas (18%). Os rapazes apresentam valores significativamente mais elevados de comportamentos agressivos por cyberbulling que as raparigas. No que toca aos comportamentos de vitimização por cyberbulling, verificou-se que o tipo de agressão sofrida com maior frequência refere-se ao receber ameaças ou mensagens insultuosas por telemóvel (14,9%). Não se verificaram diferenças significativas entre rapazes e raparigas no que respeita aos comportamentos de vitimização. A idade não se mostrou associada aos comportamentos de cyberbulling. Os dados evidenciaram ainda uma sobreposição entre a execução e a vitimização de comportamentos de cyberbullying, sendo a categoria de “vítimas e agressores” a que inclui um maior número de adolescentes (22% da nossa amostra), comparativamente ao grupo de “Vítimas” (11,3%) e de “Agressores” (6,4%). A comparação social com os pares não se mostrou associada aos comportamentos de cyberbulling. Conclusão. Necessidade de aprofundar estes resultados recorrendo a outros instrumentos de avaliação que permitam um conhecimento mais aprofundado deste fenómeno. Tendo em conta os dados obtidos no presente estudo e as consequências negativas deste tipo de comportamento sobre o bem-estar dos adolescentes, torna-se importante o desenvolvimento de programas de intervenção que visem diminuir a sua frequência e o seu impacto nefasto sobre os adolescentes e a comunidade em geral. / Objectives: This paper aims to provide a central prevalence of cyberbullying behaviors in adolescence (from the perspective of the victim and perpetrator perspective), showing the nature of these behaviors and the possible influence of gender. Parallel analyzes the overlap of these behaviors, by distinguishing the categories: only victims, only perpetrators and victims and perpetrators. It also seeks to explore the relationship between cyberbullying behaviors and social ranking evaluated through comparison with peers. Method: A sample of 450 adolescents (220 boys and 230 girls) aged between 12 and 18 years (M = 14.38, SD = 1.75) attending primary and secondary education (M = 8.87, SD = 1.61) in public schools. To evaluate the behavior of cyberbullying were used Portuguese versions of the Cyberbulling Questionnaire (CBQ; Calvete, Orue, Estévez, Villardón, & Padilla, 2009) and the Cuestionario Cyberbullying-Victimización (CBQ-V; Estévez, Villardón, Calvete, Padilla, & Orue, 2010). A Portuguese versions of the Adolescent Social Comparison Scale - Revised (ASCS -R; Irons & Gilbert, 2005) allowed to evaluate the social comparison with peers: Results: A total of 17% of the sample reported cyber bullying behaviors. The most frequent behavior was to keep fighting and online discussions, using insults through electronic messages (18 %). The frequency of aggressive cyber bullying was higher among the boys than girls. As regards the behavior of victimization by cyber bullying, it was found that the type of attack suffered most often refers to receive threatening or insulting messages by phone (14.9%). There were no significant differences between boys and girls in relation to victimization behaviors. Age was not associated with cyber bullying behaviors. The data also showed an overlap between implementation and victimization behaviors of cyber bullying, and the category of "victims and perpetrators" that includes a larger number of adolescents (22 % of our sample), compared to the group of "Victims" (11,3%) and "aggressors" (6.4%). Perpetrating and experiencing cyber bullying behaviors were not associated with peers social comparison. Conclusion: This results needs further development using other assessment tools that allow a deeper understanding of cyber bulling phenomena. Taking into account the data of this study and the negative effects of such behavior on adolescents' well-being, it is important for developing intervention programs for reducing the frequency of cyber bulling and its adverse effects on teens and in the community in general. |
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Foi utilizada uma amostra de 450 adolescentes (220 rapazes e 230 raparigas) com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M = 14,38; DP = 1,75) a frequentar o ensino básico e secundário (M = 8,87; DP = 1,61) em escolas públicas. Para avaliação dos comportamentos de cyberbulling foram utilizadas as versões portuguesas do Cyberbulling Questionnaire (CBQ; Calvete, Orue, Estévez, Villardón, & Padilla, 2009) e do Cuestionario de Cyberbullying-Victimización (CBQ-V; Estévez, Villardón, Calvete, Padilla, & Orue, 2010). A versão portuguesa Adolescent Social Comparison Scale – Revised (ASCS-R; Irons & Gilbert., 2005) permitiu avaliar a comparação social com os pares. Resultados. Os dados evidenciaram uma prevalência de 17% no caso de comportamentos de cyberbulling por agressão, sendo o comportamento mais frequente o de manter lutas e discussões online, usando insultos, mediante mensagens eletrónicas (18%). 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Necessidade de aprofundar estes resultados recorrendo a outros instrumentos de avaliação que permitam um conhecimento mais aprofundado deste fenómeno. Tendo em conta os dados obtidos no presente estudo e as consequências negativas deste tipo de comportamento sobre o bem-estar dos adolescentes, torna-se importante o desenvolvimento de programas de intervenção que visem diminuir a sua frequência e o seu impacto nefasto sobre os adolescentes e a comunidade em geral. / Objectives: This paper aims to provide a central prevalence of cyberbullying behaviors in adolescence (from the perspective of the victim and perpetrator perspective), showing the nature of these behaviors and the possible influence of gender. Parallel analyzes the overlap of these behaviors, by distinguishing the categories: only victims, only perpetrators and victims and perpetrators. It also seeks to explore the relationship between cyberbullying behaviors and social ranking evaluated through comparison with peers. Method: A sample of 450 adolescents (220 boys and 230 girls) aged between 12 and 18 years (M = 14.38, SD = 1.75) attending primary and secondary education (M = 8.87, SD = 1.61) in public schools. To evaluate the behavior of cyberbullying were used Portuguese versions of the Cyberbulling Questionnaire (CBQ; Calvete, Orue, Estévez, Villardón, & Padilla, 2009) and the Cuestionario Cyberbullying-Victimización (CBQ-V; Estévez, Villardón, Calvete, Padilla, & Orue, 2010). A Portuguese versions of the Adolescent Social Comparison Scale - Revised (ASCS -R; Irons & Gilbert, 2005) allowed to evaluate the social comparison with peers: Results: A total of 17% of the sample reported cyber bullying behaviors. The most frequent behavior was to keep fighting and online discussions, using insults through electronic messages (18 %). The frequency of aggressive cyber bullying was higher among the boys than girls. 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No que toca aos comportamentos de vitimização por cyberbulling, verificou-se que o tipo de agressão sofrida com maior frequência refere-se ao receber ameaças ou mensagens insultuosas por telemóvel (14,9%). Não se verificaram diferenças significativas entre rapazes e raparigas no que respeita aos comportamentos de vitimização. A idade não se mostrou associada aos comportamentos de cyberbulling. Os dados evidenciaram ainda uma sobreposição entre a execução e a vitimização de comportamentos de cyberbullying, sendo a categoria de “vítimas e agressores” a que inclui um maior número de adolescentes (22% da nossa amostra), comparativamente ao grupo de “Vítimas” (11,3%) e de “Agressores” (6,4%). A comparação social com os pares não se mostrou associada aos comportamentos de cyberbulling. Conclusão. Necessidade de aprofundar estes resultados recorrendo a outros instrumentos de avaliação que permitam um conhecimento mais aprofundado deste fenómeno. Tendo em conta os dados obtidos no presente estudo e as consequências negativas deste tipo de comportamento sobre o bem-estar dos adolescentes, torna-se importante o desenvolvimento de programas de intervenção que visem diminuir a sua frequência e o seu impacto nefasto sobre os adolescentes e a comunidade em geral. / Objectives: This paper aims to provide a central prevalence of cyberbullying behaviors in adolescence (from the perspective of the victim and perpetrator perspective), showing the nature of these behaviors and the possible influence of gender. Parallel analyzes the overlap of these behaviors, by distinguishing the categories: only victims, only perpetrators and victims and perpetrators. It also seeks to explore the relationship between cyberbullying behaviors and social ranking evaluated through comparison with peers. Method: A sample of 450 adolescents (220 boys and 230 girls) aged between 12 and 18 years (M = 14.38, SD = 1.75) attending primary and secondary education (M = 8.87, SD = 1.61) in public schools. To evaluate the behavior of cyberbullying were used Portuguese versions of the Cyberbulling Questionnaire (CBQ; Calvete, Orue, Estévez, Villardón, & Padilla, 2009) and the Cuestionario Cyberbullying-Victimización (CBQ-V; Estévez, Villardón, Calvete, Padilla, & Orue, 2010). A Portuguese versions of the Adolescent Social Comparison Scale - Revised (ASCS -R; Irons & Gilbert, 2005) allowed to evaluate the social comparison with peers: Results: A total of 17% of the sample reported cyber bullying behaviors. The most frequent behavior was to keep fighting and online discussions, using insults through electronic messages (18 %). The frequency of aggressive cyber bullying was higher among the boys than girls. As regards the behavior of victimization by cyber bullying, it was found that the type of attack suffered most often refers to receive threatening or insulting messages by phone (14.9%). There were no significant differences between boys and girls in relation to victimization behaviors. Age was not associated with cyber bullying behaviors. The data also showed an overlap between implementation and victimization behaviors of cyber bullying, and the category of "victims and perpetrators" that includes a larger number of adolescents (22 % of our sample), compared to the group of "Victims" (11,3%) and "aggressors" (6.4%). Perpetrating and experiencing cyber bullying behaviors were not associated with peers social comparison. Conclusion: This results needs further development using other assessment tools that allow a deeper understanding of cyber bulling phenomena. 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