Qualidade de vida em adolescentes de 10-12 anos: relação com a aptidão física e os níveis de actividade física
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/2442 |
Resumo: | A análise da qualidade vida relacionada à saúde permanece ainda muito limitada em adolescentes, nomeadamente entre os 6 e os 12 anos, não sendo habitualmente abordada a sua relação com as componentes da aptidão física e com os níveis de atividade física (AF). Com base numa amostra de 109 adolescentes (59 raparigas e 50 rapazes), com idades compreendidas entre os 10 e os 12 anos, este estudo procurou analisar, em ambos os géneros, a influência relativa do índice de massa corporal (IMC), do perímetro da cintura (PC), da aptidão aeróbia e da AF na variação das várias dimensões da qualidade de vida. Procurou-se também examinar o grau de associação e as diferenças entre a perceção da qualidade de vida dos adolescentes e a dos pais, em relação à dos seus educandos. O recrutamento da amostra foi realizado no concelho de Vila Real e a metodologia incluiu a avaliação da aptidão aeróbia através do teste de Vaivém (NES, 2002) e da AF (total, escolar, desportiva e de lazer) utilizando o questionário de Baecke (Baecke, et al., 1982). O peso foi avaliado com a balança SECA 702 e a altura com o estadiómetro SECA 220, sendo a classificação do IMC realizada de acordo com os critérios estabelecidos por Cole et al (2000). A categorização do PC obedeceu às normas instituídas pela IDF (2007) e para todas as medidas antropométricas foram determinados os erros técnicos. A qualidade de vida relacionada à saúde foi apreciada através do questionário Kidscreen 27 (Gaspar & Matos, 2008) e a análise estatística inclui testes t para amostras independentes e análises de regressão múltipla stepwise, sendo considerado um grau de significância estatística de 5%. As raparigas apresentaram, em relação aos rapazes, menores níveis (p≤ 0,01) de aptidão aeróbia (-8,07 percursos) e de AF (-1,09 pontos), sobretudo no que diz respeito à componente desportiva, evidenciando também um menor bem-estar físico (-1,22 pontos, p≤0,05). A maioria dos elementos da amostra revelou um PC normal e a ausência de excesso de peso, sendo identificadas 23,7% das raparigas e 58% dos rapazes com níveis de aptidão aeróbia dentro da zona saudável de aptidão física. O IMC (β=-0,267 nas raparigas e β= -0,546 nos rapazes, p≤0,01) e a AF (β= 0,340 e β= 0,409 respetivamente, p≤0,01) revelaram-se preditores significativos do bem-estar físico, explicando uma maior proporção da variação desta dimensão no género masculino. As raparigas mais ativas documentam um melhor ambiente escolar, independentemente dos níveis de aptidão aeróbia e de adiposidade total e central. A dimensão social/grupo de pares foi influenciada de forma adversa pelo IMC nos rapazes (β =-0,387, p≤0,01) e favorecida pela presença de maiores níveis de AF nas raparigas. A confrontação dos valores médios das várias dimensões da qualidade de vida entre pais e filhos denunciou diferenças para todas as dimensões no género masculino e para 3 delas no feminino (autonomia e relação com os pais, suporte social/grupo de pares e ambiente escolar), sendo restrito o número de correlações significativas entre eles, particularmente nos rapazes. Os nossos resultados sugerem, em função dos preditores selecionados, que a qualidade de vida das raparigas é mais determinada pela AF, enquanto nos rapazes a sua maior variação é explicada pelo IMC. Os adolescentes tendem a apresentar uma maior perceção da sua própria qualidade de vida em relação à manifestada pelo pais, exceto nas raparigas em relação ao bem-estar físico e psicológico. |
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Qualidade de vida em adolescentes de 10-12 anos: relação com a aptidão física e os níveis de actividade físicaQualidade de vidaAdolescentesAptidão físicaAtividade físicaAptidão aeróbiaA análise da qualidade vida relacionada à saúde permanece ainda muito limitada em adolescentes, nomeadamente entre os 6 e os 12 anos, não sendo habitualmente abordada a sua relação com as componentes da aptidão física e com os níveis de atividade física (AF). Com base numa amostra de 109 adolescentes (59 raparigas e 50 rapazes), com idades compreendidas entre os 10 e os 12 anos, este estudo procurou analisar, em ambos os géneros, a influência relativa do índice de massa corporal (IMC), do perímetro da cintura (PC), da aptidão aeróbia e da AF na variação das várias dimensões da qualidade de vida. Procurou-se também examinar o grau de associação e as diferenças entre a perceção da qualidade de vida dos adolescentes e a dos pais, em relação à dos seus educandos. O recrutamento da amostra foi realizado no concelho de Vila Real e a metodologia incluiu a avaliação da aptidão aeróbia através do teste de Vaivém (NES, 2002) e da AF (total, escolar, desportiva e de lazer) utilizando o questionário de Baecke (Baecke, et al., 1982). O peso foi avaliado com a balança SECA 702 e a altura com o estadiómetro SECA 220, sendo a classificação do IMC realizada de acordo com os critérios estabelecidos por Cole et al (2000). A categorização do PC obedeceu às normas instituídas pela IDF (2007) e para todas as medidas antropométricas foram determinados os erros técnicos. A qualidade de vida relacionada à saúde foi apreciada através do questionário Kidscreen 27 (Gaspar & Matos, 2008) e a análise estatística inclui testes t para amostras independentes e análises de regressão múltipla stepwise, sendo considerado um grau de significância estatística de 5%. As raparigas apresentaram, em relação aos rapazes, menores níveis (p≤ 0,01) de aptidão aeróbia (-8,07 percursos) e de AF (-1,09 pontos), sobretudo no que diz respeito à componente desportiva, evidenciando também um menor bem-estar físico (-1,22 pontos, p≤0,05). A maioria dos elementos da amostra revelou um PC normal e a ausência de excesso de peso, sendo identificadas 23,7% das raparigas e 58% dos rapazes com níveis de aptidão aeróbia dentro da zona saudável de aptidão física. O IMC (β=-0,267 nas raparigas e β= -0,546 nos rapazes, p≤0,01) e a AF (β= 0,340 e β= 0,409 respetivamente, p≤0,01) revelaram-se preditores significativos do bem-estar físico, explicando uma maior proporção da variação desta dimensão no género masculino. As raparigas mais ativas documentam um melhor ambiente escolar, independentemente dos níveis de aptidão aeróbia e de adiposidade total e central. A dimensão social/grupo de pares foi influenciada de forma adversa pelo IMC nos rapazes (β =-0,387, p≤0,01) e favorecida pela presença de maiores níveis de AF nas raparigas. A confrontação dos valores médios das várias dimensões da qualidade de vida entre pais e filhos denunciou diferenças para todas as dimensões no género masculino e para 3 delas no feminino (autonomia e relação com os pais, suporte social/grupo de pares e ambiente escolar), sendo restrito o número de correlações significativas entre eles, particularmente nos rapazes. Os nossos resultados sugerem, em função dos preditores selecionados, que a qualidade de vida das raparigas é mais determinada pela AF, enquanto nos rapazes a sua maior variação é explicada pelo IMC. Os adolescentes tendem a apresentar uma maior perceção da sua própria qualidade de vida em relação à manifestada pelo pais, exceto nas raparigas em relação ao bem-estar físico e psicológico.The analysis of health-related quality of life still very limited in adolescents, especially between 6 and 12 years, and is not usually addressed his relationship with the components of physical fitness and levels of physical activity (PA). Based on a sample of 109 adolescents (59 girls and 50 boys), aged between 10 and 12 years, this study sought to examine in genders, the relative influence of body mass index (BMI), the waist circumference (WC), aerobic fitness and physical activity variation in the various dimensions of quality of life. We also sought to examine the degree of association and the differences between the perception of quality of life of adolescents and parents in relation to their students. The recruitment of the sample was held in Vila Real and the methodology included the assessment of aerobic fitness by testing shuttle (NES, 2002) and physical activity (total,school, sports and leisure) using the Baecke questionnaire (Baecke, et al., 1982).Weight was measured using the SECA 702 scale and height with the SECA 220 stadiometer, and BMI classification carried out in accordance with the criteria established by Cole et al (2000). The categorization of WC conformed to the norms established by the IDF (2007) and for all anthropometric measurements were determined by technical errors. The quality of life related to health was assessedusing the questionnaire Kidscreen 27 (Gaspar & Matos, 2008) and statistical analysis included t tests for independent samples and stepwise multiple regression analysis, being considered a level of statistical significance of 5%. The girls had, in relation to boys, lower levels (p ≤ 0.01) of aerobic fitness (-8.07routes) and PA (-1.09 points), especially with regard to sports component and demonstrates a lower physical well-being (-1.22 points, p ≤ 0.05). Most elements of the sample revealed a normal WC and the absence of overweight, identified 23.7% of girls and 58% of boys with aerobic fitness levels within the healthy fitness zone. BMI (β = - 0.267 in girls and boys in the β = -0.546, p ≤ 0.01) and PA (β = 0.340 and β = 0.409 respectively, p ≤ 0.01) proved to be significant predictors of physical well-being, explaining a greater proportion of the variation of this size in males. Girls more active document a better school environment, regardless of aerobic fitness levels and total and central adiposity. The size of social / peer group was adversely influenced by BMI in boys (β =- 0.387, p ≤ 0.01) and favored by the presence of higher levels of FA in girls. Comparison of the mean values of the various dimensions of quality of life between parents and children reported differences for all dimensions in males and females in three of them (autonomy and relationship with parents, social support / peer group and school environment) and restricted the number of significant correlations between them, particularly in boys. Our results suggest, according to the selected predictors, the quality of life for girls is more determined by the AF, while men in their greatest variation is explained by BMI. Teenagers tend to have a greater perception of their own quality of life in relation to manifested by parents, except for girls in relation to physical well-being and psychological.2013-05-24T14:46:38Z2011-01-01T00:00:00Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/2442porLourosa, Ana Patrícia Matosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:29:13Zoai:repositorio.utad.pt:10348/2442Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:00:21.563817Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A análise da qualidade vida relacionada à saúde permanece ainda muito limitada em adolescentes, nomeadamente entre os 6 e os 12 anos, não sendo habitualmente abordada a sua relação com as componentes da aptidão física e com os níveis de atividade física (AF). Com base numa amostra de 109 adolescentes (59 raparigas e 50 rapazes), com idades compreendidas entre os 10 e os 12 anos, este estudo procurou analisar, em ambos os géneros, a influência relativa do índice de massa corporal (IMC), do perímetro da cintura (PC), da aptidão aeróbia e da AF na variação das várias dimensões da qualidade de vida. Procurou-se também examinar o grau de associação e as diferenças entre a perceção da qualidade de vida dos adolescentes e a dos pais, em relação à dos seus educandos. O recrutamento da amostra foi realizado no concelho de Vila Real e a metodologia incluiu a avaliação da aptidão aeróbia através do teste de Vaivém (NES, 2002) e da AF (total, escolar, desportiva e de lazer) utilizando o questionário de Baecke (Baecke, et al., 1982). O peso foi avaliado com a balança SECA 702 e a altura com o estadiómetro SECA 220, sendo a classificação do IMC realizada de acordo com os critérios estabelecidos por Cole et al (2000). A categorização do PC obedeceu às normas instituídas pela IDF (2007) e para todas as medidas antropométricas foram determinados os erros técnicos. A qualidade de vida relacionada à saúde foi apreciada através do questionário Kidscreen 27 (Gaspar & Matos, 2008) e a análise estatística inclui testes t para amostras independentes e análises de regressão múltipla stepwise, sendo considerado um grau de significância estatística de 5%. As raparigas apresentaram, em relação aos rapazes, menores níveis (p≤ 0,01) de aptidão aeróbia (-8,07 percursos) e de AF (-1,09 pontos), sobretudo no que diz respeito à componente desportiva, evidenciando também um menor bem-estar físico (-1,22 pontos, p≤0,05). A maioria dos elementos da amostra revelou um PC normal e a ausência de excesso de peso, sendo identificadas 23,7% das raparigas e 58% dos rapazes com níveis de aptidão aeróbia dentro da zona saudável de aptidão física. O IMC (β=-0,267 nas raparigas e β= -0,546 nos rapazes, p≤0,01) e a AF (β= 0,340 e β= 0,409 respetivamente, p≤0,01) revelaram-se preditores significativos do bem-estar físico, explicando uma maior proporção da variação desta dimensão no género masculino. As raparigas mais ativas documentam um melhor ambiente escolar, independentemente dos níveis de aptidão aeróbia e de adiposidade total e central. A dimensão social/grupo de pares foi influenciada de forma adversa pelo IMC nos rapazes (β =-0,387, p≤0,01) e favorecida pela presença de maiores níveis de AF nas raparigas. A confrontação dos valores médios das várias dimensões da qualidade de vida entre pais e filhos denunciou diferenças para todas as dimensões no género masculino e para 3 delas no feminino (autonomia e relação com os pais, suporte social/grupo de pares e ambiente escolar), sendo restrito o número de correlações significativas entre eles, particularmente nos rapazes. Os nossos resultados sugerem, em função dos preditores selecionados, que a qualidade de vida das raparigas é mais determinada pela AF, enquanto nos rapazes a sua maior variação é explicada pelo IMC. Os adolescentes tendem a apresentar uma maior perceção da sua própria qualidade de vida em relação à manifestada pelo pais, exceto nas raparigas em relação ao bem-estar físico e psicológico. |
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