Subgradação do carcinoma da próstata localizado: limitações da biópsia prostática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Patrão, Ricardo
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Nunes, Pedro, Bastos, Carlos, Roseiro, António, Mota, Alfredo, Cunha, Maria Fernanda Xavier da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/14384
Resumo: Introdução: O carcinoma da próstata é a neoplasia sólida mais frequente no sexo masculino na Europa. Um estadiamento completo é essencial para escolher a forma de tratamento mais adequada a cada doente, sendo as informações obtidas com a biópsia prostática, essenciais neste processo. Objectivos: Comparar o score de Gleason na biópsia e na peça de prostatectomia radical numa série contemporânea de doentes. Material e Métodos: Foi efectuado um estudo retrospectivo, baseado em revisão de ficheiros clínicos, de 130 doentes com carcinoma da próstata clinicamente localizado, submetidos a biópsia prostática e prostatectomia radical no nosso Serviço, entre 1 de Janeiro de 2006 e 31 de Dezembro de 2007. A idade média dos doentes foi de 61,58 ± 6,21 anos (intervalo 48-75). Foram efectuadas biópsias prostáticas transrectais, ecoguiadas, com colheita de oito a 30 fragmentos (média de 11,39 ± 2,90). O tempo médio entre a biópsia e a cirurgia foi de 173,79 ± 11 dias (intervalo 14-963). Resultados: O score de Gleason da biópsia e da peça operatória foi o mesmo em 58,5% dos doentes. Encontrámos um score mais elevado na biópsia do que na peça de prostatectomia em 6,9%. O score de Gleason da peça operatória foi mais elevado do que o da biópsia em 34,6% dos casos (subgradação na biópsia). Separando os doentes em três grupos, com score da biópsia=5 (n=27), 6 (n=77) e >6 (n=26), verificou- se que a maior diferença se encontra no primeiro grupo (score=5), com subgradação na biópsia em 55,6% dos doentes. No terceiro grupo (>6), não existe diferença no score em 96,2% dos doentes. Relativamente ao número de fragmentos da biópsia, não se verificou diferença relevante na concordância de scores. Encontrámos neoplasias bilaterais em 44,2% das biópsias e em 84,5% das peças cirúrgicas. Conclusões: A biópsia prostática, independentemente do número de fragmentos colhidos, tem uma capacidade limitada na predição do grau de Gleason e da lateralidade do tumor na peça de prostatectomia radical. Este fenómeno deve ser tido em conta na escolha da modalidade e agressividade da terapêutica com intuito curativo do carcinoma da próstata.
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