O cristianismo primitivo no Algarve

• Autor(a) principal: Guedes, Alexandra de Jesus Santos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/19235
• topic: Algarve; Império; Arte cristã primitiva; Cristianismo primitivo; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências Sociais

O objetivo principal do estudo efetuado para a elaboração desta dissertação consistiu em analisar peças encontradas nas necrópoles romanas da região do Algarve e verificar se existia alguma possível relação com o cristianismo primitivo. Também se procurou detetar na região algarvia indícios da existência do cristianismo primitivo para além do contexto funerário. De forma a conseguir atingir estes objetivos será necessário começar por contextualizar historicamente a cultura religiosa do Império Romano durante os séculos II ao V, e investigar a arte destes séculos, tanto pagã como cristã. Também é necessário observar a miscigenação que ocorreu entre a arte pagã e a arte primitiva cristã neste período e, também, a arte primitiva cristã em Portugal. Após este primeiro trabalho de caráter geral o foco será virado para a região do Algarve, identificando os locais onde se encontram vestígios cristãos. Por fim analisarei os elementos encontrados e examinarei se existe a possibilidade de apresentarem um cariz cristão. Seguidos todos estes passos, foi possível chegar a três elementos com uma grande probabilidade de estarem ligados ao culto cristão primitivo. Dois destes objetos são as chaves com a representação das cruzes e a concha de vieira com a moeda no centro. Estes dois elementos apresentam um simbolismo que será mais facilmente ligado ao Cristianismo, pelo que se pode dizer que há uma probabilidade significativa de ambos fazerem parte dos rituais fúnebres cristãos. Para além destes dois elementos encontrados nas necrópoles também se encontram no Algarve templos romanos pagãos reutilizados por cristãos e com sepulturas no interior. Isto parece indicar que é possível ter existido um edifício cristão específico para os rituais fúnebres e para os enterramentos de acordo com a fé cristã que terá originado dos antigos templos pagãos devido à sacralidade associada com o seu local. Assim, é possível afirmar que existe uma forte probabilidade de este tipo de edifício ter sido um edifício funerário cristão que acabou por desaparecer com o tempo, e as suas funções foram integradas nas igrejas.