Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Vitor
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Oliva, Tereza, Silva, Isabel, Bento, M. José, Sodré Borges, B.P
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2004.4938
Resumo: Objectivos: O objectivo deste estudo foi o de avaliar a sobrevivência, frequência de recidivas e sequelas em crianças com Doença de Hodgkin tratadas neste serviço nos últimos vinte anos. Material e Métodos: Foi efectuado um estudo de coorte retrospectivo. Foram analisados os seguintes parâmetros: idade, sexo, data do diagnóstico, tiemoglobina (Hb) (g/dl): <10,5 e > 10,5, velocidade de sedimentação (VS): > 40 mm/h e <40 mm/h, tipo histológico, estádio da doença, tipo de tratamento, resposta inicial à quimioterapia (QT), toxicidade aguda, complicações tardias» recidivas e estado actual. Sobrevivência livre de doença (SLD) e sobrevivência global (SG) foram determinadas desde a data do diagnóstico até à recidiva ou morte por qualquer causa, respectivamente. Para avaliar a importância das variáveis clínicas foi utilizado o teste de Log-Rank (resultado significativo p<0,05). Resultados: No Serviço de Pediatria entre Abril de 1983 e Abril de 2002 foram tratadas cinquenta e sete crianças (33 do sexo masculino e 24 do sexo feminino) com idades compreendidas entre 2 e 14 anos (mediana 12 anos), portadoras de Doença de Hodgkin(DH). De acordo com a classificação de Ann Arbor, 15 doentes apresentavam DH estádio 1 (26%), 23 estádio 11 (40%), 14 estádio Hl(25%) e 5 doentes apresentavam DH estádio IV (9%). Os sintomas B estavam presentes em 15 doentes (26%). De acordo com a classificação de RYE 36 crianças tinham esclerose nodular (64%), 11 celularidade mista (20%) e 9 predomínio linfocítico (16%). De 1983 a 1998 foram tratadas 25 crianças de acordo com o protocolo ChlVPP/RT e desde 1999 18 crianças de acordo com o protocolo da SFOP MDH 90. Catorze crianças foram tratadas com outros protocolos. Radioterapia foi aplicada em 52 crianças (91%). Verificou-se remissão completa em 91% dos casos. Verificaram-se 2 óbitos (12 meses e 3 anos após o diagnóstico, por DH e leucemia mieloblástica aguda respectivamente). Quatro doentes apresentaram neoplasias secundárias, 4 tiveram hipotiroidismo e 3 rapazes infertilidade. A primeira recaída verificou-se 40 meses após o início da terapêutica com ChlVPP e 42 meses no grupo da SFOP MDH 90. Conclusão: No nosso grupo de 57 doentes, com um tempo mediano de seguimento de 67 meses (11 - 239 meses), a sobrevivência livre de doença foi de 89% e a sobrevivência global foi de 97% aos 5 anos. A maioria das crianças com DH foi curada sem importantes efeitos adversos. Palavras-Chave: Doença de Hodgkin, criança, sobrevivência
id RCAP_5f709d5153fa910bcccfaa8b43c7018f
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/4938
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de ReferênciaOriginal articlesObjectivos: O objectivo deste estudo foi o de avaliar a sobrevivência, frequência de recidivas e sequelas em crianças com Doença de Hodgkin tratadas neste serviço nos últimos vinte anos. Material e Métodos: Foi efectuado um estudo de coorte retrospectivo. Foram analisados os seguintes parâmetros: idade, sexo, data do diagnóstico, tiemoglobina (Hb) (g/dl): <10,5 e > 10,5, velocidade de sedimentação (VS): > 40 mm/h e <40 mm/h, tipo histológico, estádio da doença, tipo de tratamento, resposta inicial à quimioterapia (QT), toxicidade aguda, complicações tardias» recidivas e estado actual. Sobrevivência livre de doença (SLD) e sobrevivência global (SG) foram determinadas desde a data do diagnóstico até à recidiva ou morte por qualquer causa, respectivamente. Para avaliar a importância das variáveis clínicas foi utilizado o teste de Log-Rank (resultado significativo p<0,05). Resultados: No Serviço de Pediatria entre Abril de 1983 e Abril de 2002 foram tratadas cinquenta e sete crianças (33 do sexo masculino e 24 do sexo feminino) com idades compreendidas entre 2 e 14 anos (mediana 12 anos), portadoras de Doença de Hodgkin(DH). De acordo com a classificação de Ann Arbor, 15 doentes apresentavam DH estádio 1 (26%), 23 estádio 11 (40%), 14 estádio Hl(25%) e 5 doentes apresentavam DH estádio IV (9%). Os sintomas B estavam presentes em 15 doentes (26%). De acordo com a classificação de RYE 36 crianças tinham esclerose nodular (64%), 11 celularidade mista (20%) e 9 predomínio linfocítico (16%). De 1983 a 1998 foram tratadas 25 crianças de acordo com o protocolo ChlVPP/RT e desde 1999 18 crianças de acordo com o protocolo da SFOP MDH 90. Catorze crianças foram tratadas com outros protocolos. Radioterapia foi aplicada em 52 crianças (91%). Verificou-se remissão completa em 91% dos casos. Verificaram-se 2 óbitos (12 meses e 3 anos após o diagnóstico, por DH e leucemia mieloblástica aguda respectivamente). Quatro doentes apresentaram neoplasias secundárias, 4 tiveram hipotiroidismo e 3 rapazes infertilidade. A primeira recaída verificou-se 40 meses após o início da terapêutica com ChlVPP e 42 meses no grupo da SFOP MDH 90. Conclusão: No nosso grupo de 57 doentes, com um tempo mediano de seguimento de 67 meses (11 - 239 meses), a sobrevivência livre de doença foi de 89% e a sobrevivência global foi de 97% aos 5 anos. A maioria das crianças com DH foi curada sem importantes efeitos adversos. Palavras-Chave: Doença de Hodgkin, criança, sobrevivênciaSociedade Portuguesa de Pediatria2014-09-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25754/pjp.2004.4938por2184-44532184-3333Costa, VitorOliva, TerezaSilva, IsabelBento, M. JoséSodré Borges, B.Pinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T02:55:10Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/4938Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:24:34.631320Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
title Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
spellingShingle Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
Costa, Vitor
Original articles
title_short Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
title_full Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
title_fullStr Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
title_full_unstemmed Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
title_sort Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência
author Costa, Vitor
author_facet Costa, Vitor
Oliva, Tereza
Silva, Isabel
Bento, M. José
Sodré Borges, B.P
author_role author
author2 Oliva, Tereza
Silva, Isabel
Bento, M. José
Sodré Borges, B.P
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Costa, Vitor
Oliva, Tereza
Silva, Isabel
Bento, M. José
Sodré Borges, B.P
dc.subject.por.fl_str_mv Original articles
topic Original articles
description Objectivos: O objectivo deste estudo foi o de avaliar a sobrevivência, frequência de recidivas e sequelas em crianças com Doença de Hodgkin tratadas neste serviço nos últimos vinte anos. Material e Métodos: Foi efectuado um estudo de coorte retrospectivo. Foram analisados os seguintes parâmetros: idade, sexo, data do diagnóstico, tiemoglobina (Hb) (g/dl): <10,5 e > 10,5, velocidade de sedimentação (VS): > 40 mm/h e <40 mm/h, tipo histológico, estádio da doença, tipo de tratamento, resposta inicial à quimioterapia (QT), toxicidade aguda, complicações tardias» recidivas e estado actual. Sobrevivência livre de doença (SLD) e sobrevivência global (SG) foram determinadas desde a data do diagnóstico até à recidiva ou morte por qualquer causa, respectivamente. Para avaliar a importância das variáveis clínicas foi utilizado o teste de Log-Rank (resultado significativo p<0,05). Resultados: No Serviço de Pediatria entre Abril de 1983 e Abril de 2002 foram tratadas cinquenta e sete crianças (33 do sexo masculino e 24 do sexo feminino) com idades compreendidas entre 2 e 14 anos (mediana 12 anos), portadoras de Doença de Hodgkin(DH). De acordo com a classificação de Ann Arbor, 15 doentes apresentavam DH estádio 1 (26%), 23 estádio 11 (40%), 14 estádio Hl(25%) e 5 doentes apresentavam DH estádio IV (9%). Os sintomas B estavam presentes em 15 doentes (26%). De acordo com a classificação de RYE 36 crianças tinham esclerose nodular (64%), 11 celularidade mista (20%) e 9 predomínio linfocítico (16%). De 1983 a 1998 foram tratadas 25 crianças de acordo com o protocolo ChlVPP/RT e desde 1999 18 crianças de acordo com o protocolo da SFOP MDH 90. Catorze crianças foram tratadas com outros protocolos. Radioterapia foi aplicada em 52 crianças (91%). Verificou-se remissão completa em 91% dos casos. Verificaram-se 2 óbitos (12 meses e 3 anos após o diagnóstico, por DH e leucemia mieloblástica aguda respectivamente). Quatro doentes apresentaram neoplasias secundárias, 4 tiveram hipotiroidismo e 3 rapazes infertilidade. A primeira recaída verificou-se 40 meses após o início da terapêutica com ChlVPP e 42 meses no grupo da SFOP MDH 90. Conclusão: No nosso grupo de 57 doentes, com um tempo mediano de seguimento de 67 meses (11 - 239 meses), a sobrevivência livre de doença foi de 89% e a sobrevivência global foi de 97% aos 5 anos. A maioria das crianças com DH foi curada sem importantes efeitos adversos. Palavras-Chave: Doença de Hodgkin, criança, sobrevivência
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-09-02
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.25754/pjp.2004.4938
url https://doi.org/10.25754/pjp.2004.4938
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2184-4453
2184-3333
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133516920782848