Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2008 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233 |
Resumo: | Introdução: A Síndrome de Lynch (SL) é uma doença hereditária, de transmissão autossómica dominante (AD) de alta penetrância, representando 5-10% dos Carcinomas Colo-Rectais (CCR) que surgem preferencialmente em jovens, em vários elementos da mesma família, no cólon direito e associados a outras neoplasias (endométrio, ovário, estômago, urotélio, vias biliares, pâncreas, cérebro, pele). Esta síndrome tem origem em mutações germinativas nos genes de reparação do DNA (MMR – Mismatch Repair genes) que originam, em mais de 90% dos casos, o aparecimento de instabilidade de microssatélites (IMS) no tumor. Assim sendo, a IMS constitui um bom marcador para o estudo molecular desta síndrome. O objectivo deste trabalho é apresentar uma estratégia para o estudo genético e seguimento de famílias com SL provável ou confirmado, numa consulta de Cirurgia Geral. Material e métodos: Perante a suspeita clínica de SL, num doente pertencente a uma família com Critérios de Amesterdão (CA) completos, foi realizada a análise mutacional dos genes MMR, após consentimento informado, no sangue periférico. Iniciou-se o estudo pela pesquisa de mutações pontuais nos genes MLH1 e MSH2, seguida, nos casos negativos, da pesquisa de grandes delecções ou duplicações dos genes MLH1 e MSH2. Nas famílias negativas para os genes referidos, mas em que se verificou o predomínio de carcinoma do endométrio, foi realizada a pesquisa de mutações no gene MSH6. No doente com CCR, com Critérios de Bethesda (CB) revistos, foi pesquisada a presença de IMS no tumor. Nos casos positivos para IMS procedeu-se, após consentimento informado, ao estudo genético das referidas mutações. Resultados: Este trabalho envolveu o estudo clínico e molecular de 85 casos probando proveniente de famílias com suspeita de SL: 36 famílias (42,4%) com CA e 49 (57,6%) com CB. Foram identificadas, no primeiro grupo, 9 mutações no gene MLH1 (45,0%), 9 no gene MSH2 (45,0%) e 2 no gene MSH6 (10,0%). No segundo grupo, foram detectadas 4 mutações no gene MLH1 (50,0%) e 4 no gene MSH2 (50,0%). Dezoito mutações eram de significado desconhecido. Comentários finais: Através do estudo molecular, confirmou-se a suspeita clínica de SL em 61,3% dos casos com CA e em 24,1% dos doentes com CB com o estudo molecular completo. Esta abordagem permitiu a identificação, em cada família, dos portadores e não portadores da doença. A estratégia apresentada reforça o potencial da identificação dos elementos em risco e a exclusão dos programas de vigilância dos não portadores da mutação. |
id |
RCAP_5fa26bbc61d79174291182c880f2af5b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revista.spcir.com:article/233 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geralIntrodução: A Síndrome de Lynch (SL) é uma doença hereditária, de transmissão autossómica dominante (AD) de alta penetrância, representando 5-10% dos Carcinomas Colo-Rectais (CCR) que surgem preferencialmente em jovens, em vários elementos da mesma família, no cólon direito e associados a outras neoplasias (endométrio, ovário, estômago, urotélio, vias biliares, pâncreas, cérebro, pele). Esta síndrome tem origem em mutações germinativas nos genes de reparação do DNA (MMR – Mismatch Repair genes) que originam, em mais de 90% dos casos, o aparecimento de instabilidade de microssatélites (IMS) no tumor. Assim sendo, a IMS constitui um bom marcador para o estudo molecular desta síndrome. O objectivo deste trabalho é apresentar uma estratégia para o estudo genético e seguimento de famílias com SL provável ou confirmado, numa consulta de Cirurgia Geral. Material e métodos: Perante a suspeita clínica de SL, num doente pertencente a uma família com Critérios de Amesterdão (CA) completos, foi realizada a análise mutacional dos genes MMR, após consentimento informado, no sangue periférico. Iniciou-se o estudo pela pesquisa de mutações pontuais nos genes MLH1 e MSH2, seguida, nos casos negativos, da pesquisa de grandes delecções ou duplicações dos genes MLH1 e MSH2. Nas famílias negativas para os genes referidos, mas em que se verificou o predomínio de carcinoma do endométrio, foi realizada a pesquisa de mutações no gene MSH6. No doente com CCR, com Critérios de Bethesda (CB) revistos, foi pesquisada a presença de IMS no tumor. Nos casos positivos para IMS procedeu-se, após consentimento informado, ao estudo genético das referidas mutações. Resultados: Este trabalho envolveu o estudo clínico e molecular de 85 casos probando proveniente de famílias com suspeita de SL: 36 famílias (42,4%) com CA e 49 (57,6%) com CB. Foram identificadas, no primeiro grupo, 9 mutações no gene MLH1 (45,0%), 9 no gene MSH2 (45,0%) e 2 no gene MSH6 (10,0%). No segundo grupo, foram detectadas 4 mutações no gene MLH1 (50,0%) e 4 no gene MSH2 (50,0%). Dezoito mutações eram de significado desconhecido. Comentários finais: Através do estudo molecular, confirmou-se a suspeita clínica de SL em 61,3% dos casos com CA e em 24,1% dos doentes com CB com o estudo molecular completo. Esta abordagem permitiu a identificação, em cada família, dos portadores e não portadores da doença. A estratégia apresentada reforça o potencial da identificação dos elementos em risco e a exclusão dos programas de vigilância dos não portadores da mutação. Sociedade Portuguesa de Cirurgia2008-12-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233Revista Portuguesa de Cirurgia; No 7 (2008): Dezembro 2008 - II Série; 9-15Revista Portuguesa de Cirurgia; No 7 (2008): Dezembro 2008 - II Série; 9-152183-11651646-6918reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233/232Copyright (c) 2016 Revista Portuguesa de Cirurgiainfo:eu-repo/semantics/openAccessMagalhães, André T.Baptista, ManuelaPimenta, Amadeu2024-03-14T22:04:41Zoai:revista.spcir.com:article/233Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T04:00:41.710895Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral |
title |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral |
spellingShingle |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral Magalhães, André T. |
title_short |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral |
title_full |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral |
title_fullStr |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral |
title_full_unstemmed |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral |
title_sort |
Síndrome de Lynch... Estratégia de estudo numa consulta de cirurgia geral |
author |
Magalhães, André T. |
author_facet |
Magalhães, André T. Baptista, Manuela Pimenta, Amadeu |
author_role |
author |
author2 |
Baptista, Manuela Pimenta, Amadeu |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Magalhães, André T. Baptista, Manuela Pimenta, Amadeu |
description |
Introdução: A Síndrome de Lynch (SL) é uma doença hereditária, de transmissão autossómica dominante (AD) de alta penetrância, representando 5-10% dos Carcinomas Colo-Rectais (CCR) que surgem preferencialmente em jovens, em vários elementos da mesma família, no cólon direito e associados a outras neoplasias (endométrio, ovário, estômago, urotélio, vias biliares, pâncreas, cérebro, pele). Esta síndrome tem origem em mutações germinativas nos genes de reparação do DNA (MMR – Mismatch Repair genes) que originam, em mais de 90% dos casos, o aparecimento de instabilidade de microssatélites (IMS) no tumor. Assim sendo, a IMS constitui um bom marcador para o estudo molecular desta síndrome. O objectivo deste trabalho é apresentar uma estratégia para o estudo genético e seguimento de famílias com SL provável ou confirmado, numa consulta de Cirurgia Geral. Material e métodos: Perante a suspeita clínica de SL, num doente pertencente a uma família com Critérios de Amesterdão (CA) completos, foi realizada a análise mutacional dos genes MMR, após consentimento informado, no sangue periférico. Iniciou-se o estudo pela pesquisa de mutações pontuais nos genes MLH1 e MSH2, seguida, nos casos negativos, da pesquisa de grandes delecções ou duplicações dos genes MLH1 e MSH2. Nas famílias negativas para os genes referidos, mas em que se verificou o predomínio de carcinoma do endométrio, foi realizada a pesquisa de mutações no gene MSH6. No doente com CCR, com Critérios de Bethesda (CB) revistos, foi pesquisada a presença de IMS no tumor. Nos casos positivos para IMS procedeu-se, após consentimento informado, ao estudo genético das referidas mutações. Resultados: Este trabalho envolveu o estudo clínico e molecular de 85 casos probando proveniente de famílias com suspeita de SL: 36 famílias (42,4%) com CA e 49 (57,6%) com CB. Foram identificadas, no primeiro grupo, 9 mutações no gene MLH1 (45,0%), 9 no gene MSH2 (45,0%) e 2 no gene MSH6 (10,0%). No segundo grupo, foram detectadas 4 mutações no gene MLH1 (50,0%) e 4 no gene MSH2 (50,0%). Dezoito mutações eram de significado desconhecido. Comentários finais: Através do estudo molecular, confirmou-se a suspeita clínica de SL em 61,3% dos casos com CA e em 24,1% dos doentes com CB com o estudo molecular completo. Esta abordagem permitiu a identificação, em cada família, dos portadores e não portadores da doença. A estratégia apresentada reforça o potencial da identificação dos elementos em risco e a exclusão dos programas de vigilância dos não portadores da mutação. |
publishDate |
2008 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2008-12-27 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233 |
url |
https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233 https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/233/232 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2016 Revista Portuguesa de Cirurgia info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2016 Revista Portuguesa de Cirurgia |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Cirurgia |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Cirurgia |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Portuguesa de Cirurgia; No 7 (2008): Dezembro 2008 - II Série; 9-15 Revista Portuguesa de Cirurgia; No 7 (2008): Dezembro 2008 - II Série; 9-15 2183-1165 1646-6918 reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799138181990318080 |