PERFORMANCE DE VIRAGEM E FORÇA DOS MEMBROS INFERIORES EM NADADORES DE GRUPOS DE IDADE: COMPARAÇÃO ENTRE SEXOS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/8537 |
Resumo: | Uma prova de natação é composta por quatro momentos fundamentais e indissociáveis: (i) a partida; (ii) o nado propriamente dito; (iii) a viragem (Hay,1988) e a (iv) chegada (Arellano, 1993; Maglischo, 2010), onde cada detalhe técnico e/ou tático é relevante e influenciador da performance do nadador. Assim, é expetável que os treinadores incidam semelhante atenção a estes pormenores nas suas unidades de treino. Porém, parece que o foco principal é o aperfeiçoamento das técnicas de nado, descurando muitas vezes as partidas e viragens (Maglischo, 2010; Costa et al., 2012), que estão fortemente relacionadas com a performance desportiva (Arellano et al., 1994; Mason & Cossor, 2000).Contudo, estudos que analisem a associação da performance em saltos com a performance em natação, em nadadores de grupos de idade, são escassos. Ademais, usualmente é utilizado o tempo de voo ou altura que o executante consegue realizar. No entanto, estas variáveis não têm em consideração a inércia que o sujeito tem de vencer, pelo que poderão haver outros parâmetros mais adequados para análise. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar possíveis associações entre parâmetros de saltos terrestres com a performance em viragem, em grupos de idade, de acordo com o sexo.Amostra Dezassete nadadores adolescentes de nível nacional (10 nadadores, idade: 13.16±0.7 anos; massa corporal: 47.8±8.4 kg; altura: 158.7±8.1cm; 7 nadadoras, idade: 12.3±0.6 anos; massa corporal: 48.3±8.2 kg; altura: 155.3±3.4cm) voluntariaram-se para o estudo. Os participantes realizaram 3 repetições do Squat Jump e 3 repetições do Countermovement Jump (ErgojumpTM, Italy), sendo calculadas as médias das alturas dos saltos (hSJ e hCMJ, respetivamente). Adicionalmente foi calculado o trabalho (wSJ e wCMJ, respetivamente)Os participantes realizaram 3 repetições do Squat Jump e 3 repetições do Countermovement Jump (ErgojumpTM, Italy), sendo calculadas as médias das alturas dos saltos (hSJ e hCMJ, respetivamente). Adicionalmente foi calculado o trabalho (wSJ e wCMJ, respetivamente). Após aquecimento (600m a baixa intensidade), cada nadador realizou 2 testes de 50m máximos, com um período de recuperação ativa de 20min, usando a técnica de crol. O tempo de viragem (tVir) foi obtido pela média dos 2 testes, entre os 20 e os 35m (5m de aproximação da parede e 10m de deslize e reinício de nado). Seguido de um retorno à calma de 20min, cada participante realizou um teste de 25m máximo usando apenas os membros inferiores para propulsão (t25). A partida foi realizada dentro de água e realizaram-se com a utilização de material de flutuação (prancha) e respiração lateral. O presente estudo teve como objetivo analisar possíveis associações entre parâmetros de saltos terrestres com a performance em viragem, em grupos de idade, de acordo com o sexo. Os resultados mostram que os treinadores poderão utilizar os testes de saltos para diagnóstico de performance da viragem. No entanto, os testes deverão ter em consideração a inércia que os nadadores têm de vencer, i.e., pelo cálculo do trabalho mecânico. Os resultados obtidos são similares aos valores apresentados por estudos anteriores, com amostras com idêntica faixa etária (Garrido et al., 2010). Os rapazes apresentaram valores superiores em todos os parâmetros de força testados, o que vai de encontro às alterações ocorridas na fase pubertária em que, provavelmente os rapazes se encontram, apresentando mais capacidade de produção de força. As raparigas, possivelmente ainda a iniciar a puberdade, mantêm os índices de força que tinham no período pré-pubertário. Em relação aos tempos obtidos, os menores valores obtidos pelo grupo dos rapazes vai de encontro à literatura existente (Silva et al., 2007; Pereira et al, 2006). Arellano et al., (2001) concluíram que os rapazes são mais rápidos em todos os componentes da prova, incluindo a viragem, do que as raparigas. De acordo com Sanders (2002) o tempo de viragem inclui o tempo de aproximação (tempo entre os 5m que antecedem o instante do contato), o tempo de contato, tempo de deslize e reinício de nado (tempo após o último contato na parede, até aos 15m). Para que a viragem possa ser bem-sucedida, o tempo de contacto deve ser diminuto, mas capaz de produzir um impulso suficiente na parede (potência), para que o nadador deslize e reinicie o nado, sem desperdiçar demasiado tempo. Nesse sentido, focamos a atenção no impulso que o nadador realiza na parede, pois parece-nos ser um fator determinante para o sucesso da viragem (Pereira et al., 2006). As fortes correlações obtidas entre o o trabalho mecânico e a performance na viragem, quer para os rapazes (r = -0.70; p < 0.05), quer para as raparigas (r = -0.68), parecem indiciar que este tipo de salto poderá ser um bom indicador para o sucesso na viragem. Tal como Maglischo (2010) referiu, a influência do salto vertical na viragem parece estar patente nos resultados, com maior incidência para o CMJ. Este tipo de salto faz um recrutamento muscular semelhante ao da viragem, i.e., há um encurtamento-estiramento semelhante nos dois tipos de execução. |
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O presente estudo teve como objetivo analisar possíveis associações entre parâmetros de saltos terrestres com a performance em viragem, em grupos de idade, de acordo com o sexo. Os resultados mostram que os treinadores poderão utilizar os testes de saltos para diagnóstico de performance da viragem. No entanto, os testes deverão ter em consideração a inércia que os nadadores têm de vencer, i.e., pelo cálculo do trabalho mecânico. Os resultados obtidos são similares aos valores apresentados por estudos anteriores, com amostras com idêntica faixa etária (Garrido et al., 2010). Os rapazes apresentaram valores superiores em todos os parâmetros de força testados, o que vai de encontro às alterações ocorridas na fase pubertária em que, provavelmente os rapazes se encontram, apresentando mais capacidade de produção de força. As raparigas, possivelmente ainda a iniciar a puberdade, mantêm os índices de força que tinham no período pré-pubertário. 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