Efeito da filtração de ostras (Magallana gigas), em cultivos multitróficos integrados na ocorrência do parasita Amyloodinium ocellatum

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Canhão, Patrícia Domingues
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/7870
Resumo: A produção em aquacultura e a variedade de espécies cultivadas aumentaram drasticamente nas últimas duas décadas, devido à necessidade de alimentar uma população mundial em constante crescimento. Esta produção de peixes intensiva leva a que ocorram mais frequentemente doenças tanto infeções bacterianas, virais, parasitárias e/ou fúngicas. A amiloodiniose é uma doença parasitária causada pelo dinoflagelado Amyloodinium ocellatum. É um dinoflagelado eurialino que parasita uma ampla variedade de peixes estuarinos e marinhos. O ciclo de vida do parasita consiste em 3 estágios: o trofonte caracterizado pelo estágio de alimentação, o tomonte caracterizado pela fase de cisto, e o dinósporo caracterizado pelo estágio infecioso que adere às brânquias e pele do hospedeiro. Os sinais clínicos de incluem anorexia, dispneia, hiperplasia, inflamação, hemorragia e necrose. O A. ocellatum é transmitido através do contato direto com dinósporos vivos. Os métodos principais de diagnóstico baseiam-se na identificação de tecidos infetados ao microscópio. Para um diagnóstico mais completo, embora dispendioso, recorre-se a técnicas moleculares, como o PCR para a deteção de baixas concentrações do parasita. Esta técnica pode ainda ser considerada como um método de monitorização e controlo de doenças. Os cultivos IMTA são mais sustentáveis porque são cultivadas várias espécies simultaneamente reduzindo o excesso de nutrientes que iriam para o meio aquático, trazendo um maior rendimento económico para os produtores. No caso dos moluscos bivalves, as espécies normalmente usadas nestes sistemas IMTA, a ostra do Pacífico, Magallana gigas, é um importante bivalve cultivado em todo o mundo com interesse económico. Os bivalves filtram e retêm uma imensa quantidade de microrganismos presentes na água das zonas de produção como por exemplo bactérias, fitoplâncton e parasitas que ficam retidos nas brânquias, estômago e glândula digestiva das mesmas. Colocando-se a questão se as ostras filtram o A. ocellatum. Posto isto este trabalho vem recolher informação para auxiliar os produtores de aquacultura, que têm perdas económicas grandes devido a este parasita. Os objetivos principais do estudo são perceber se as ostras poderiam ser usadas como um filtro natural ou se por outro lado atuavam como um vetor de propagação do parasita, e perceber ainda se os dinósporos afetavam os tecidos das ostras e a nível imunológico. Para isto, usaram-se 144 ostras divididas em dois tratamentos, o controlo (sem parasita) e o infetado (com parasita). Ao longo do ensaio foram recolhidas amostras, nos momentos 0h, 3h, 24h, 96h e 7dias, para análise de parâmetros de resposta imune, histológica, expressão genética e confirmação por PCR. De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que as ostras são um vetor de propagação do parasita A. ocellatum representando um perigo para as aquaculturas de policultivos, e tem de existir medidas no combate do mesmo, pois representa um grande problema para o setor. Futuramente à uma necessidade de responder a muitas questões que este estudo levantou com os resultados obtidos.
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O ciclo de vida do parasita consiste em 3 estágios: o trofonte caracterizado pelo estágio de alimentação, o tomonte caracterizado pela fase de cisto, e o dinósporo caracterizado pelo estágio infecioso que adere às brânquias e pele do hospedeiro. Os sinais clínicos de incluem anorexia, dispneia, hiperplasia, inflamação, hemorragia e necrose. O A. ocellatum é transmitido através do contato direto com dinósporos vivos. Os métodos principais de diagnóstico baseiam-se na identificação de tecidos infetados ao microscópio. Para um diagnóstico mais completo, embora dispendioso, recorre-se a técnicas moleculares, como o PCR para a deteção de baixas concentrações do parasita. Esta técnica pode ainda ser considerada como um método de monitorização e controlo de doenças. Os cultivos IMTA são mais sustentáveis porque são cultivadas várias espécies simultaneamente reduzindo o excesso de nutrientes que iriam para o meio aquático, trazendo um maior rendimento económico para os produtores. No caso dos moluscos bivalves, as espécies normalmente usadas nestes sistemas IMTA, a ostra do Pacífico, Magallana gigas, é um importante bivalve cultivado em todo o mundo com interesse económico. Os bivalves filtram e retêm uma imensa quantidade de microrganismos presentes na água das zonas de produção como por exemplo bactérias, fitoplâncton e parasitas que ficam retidos nas brânquias, estômago e glândula digestiva das mesmas. Colocando-se a questão se as ostras filtram o A. ocellatum. Posto isto este trabalho vem recolher informação para auxiliar os produtores de aquacultura, que têm perdas económicas grandes devido a este parasita. Os objetivos principais do estudo são perceber se as ostras poderiam ser usadas como um filtro natural ou se por outro lado atuavam como um vetor de propagação do parasita, e perceber ainda se os dinósporos afetavam os tecidos das ostras e a nível imunológico. Para isto, usaram-se 144 ostras divididas em dois tratamentos, o controlo (sem parasita) e o infetado (com parasita). Ao longo do ensaio foram recolhidas amostras, nos momentos 0h, 3h, 24h, 96h e 7dias, para análise de parâmetros de resposta imune, histológica, expressão genética e confirmação por PCR. De acordo com os resultados apresentados pode-se concluir que as ostras são um vetor de propagação do parasita A. ocellatum representando um perigo para as aquaculturas de policultivos, e tem de existir medidas no combate do mesmo, pois representa um grande problema para o setor. Futuramente à uma necessidade de responder a muitas questões que este estudo levantou com os resultados obtidos.Aquaculture production and the variety of species farmed have increased dramatically over the last two decades due to the need to feed a constantly growing world population. This intensive fish production leads to more frequent occurrence of diseases either bacterial, viral, parasitic and/or fungal infections. Amyloodiniosis is a parasitic disease caused by the dinoflagellate Amyloodinium ocellatum. It is a eurialine dinoflagellate that parasitizes a wide variety of estuarine and marine fish. The life cycle of the parasite consists of 3 stages: the trophon characterized by the feeding stage, the tomon characterized by the cyst stage, and the dinospore characterized by the infective stage that adheres to the gills and skin of the host. Clinical signs of include anorexia, dyspnea, hyperplasia, inflammation, hemorrhage, and necrosis. A. ocellatum is transmitted through direct contact with live dinospores. The main methods of diagnosis are based on the identification of infected tissue under the microscope. For a more complete, but expensive diagnosis, molecular techniques, such as PCR for the detection of low concentrations of the parasite, are used. This technique can also be considered as a method of disease monitoring and control. IMTA cultures are more sustainable because several species are cultivated simultaneously, reducing the excess nutrients that would go into the aquatic environment, bringing greater economic return to the producers. In the case of bivalve mollusks, the species commonly used in these IMTA systems, the Pacific oyster, Magallana gigas, is an important bivalve cultured worldwide with economic interest. Bivalves filter and retain an immense amount of microorganisms present in the water of the production areas such as bacteria, phytoplankton and parasites that are retained in their gills, stomach and digestive gland. The question arises if oysters filter A. ocellatum. Therefore, this work will collect information to help aquaculture producers, who have large economic losses due to this parasite. The main objectives of the study were to understand if oysters could be used as a natural filter or if they acted as a vector for the spread of the parasite, and to understand if the dinospores affected the tissues of the oysters at the immunological level. This was done using 144 oysters divided into two treatments, control (without parasite) and infected (with parasite). Throughout the trial, samples were collected at 0h, 3h, 24h, 96h and 7days for analysis of immune response parameters, histology, gene expression and PCR confirmation. According to the results presented, it can be concluded that oysters are a vector for the spread of the parasite A. ocellatum, representing a danger for polyculture aquacultures, and there must be measures to combat it, as it represents a major problem for the sector. In the future there is a need to answer many of the questions that this study has raised with the results obtained.Soares, Florbela Maria BenjaminMarques, Cátia LourençoBaptista, Teresa Maria CoelhoIC-OnlineCanhão, Patrícia Domingues2022-11-18T13:23:44Z2022-11-172022-11-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.8/7870TID:203101979porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-17T15:56:06Zoai:iconline.ipleiria.pt:10400.8/7870Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:50:42.314860Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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