Tratamento terciário de águas residuais urbanas por microalgas: efeito do tempo de retenção hidráulico e suplementação do CO2

• Autor(a) principal: Marques, José Carlos Amaro
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/17752
• topic: Águas Residuais Urbanas; Biofixação de CO2; Bio-remoção de nutrientes; Microalgas; Tratamento terciário; Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências Naturais

O aumento da pressão antrópica sobre os recursos hídricos e ocorrências de fenómenos relacionados com as alterações climáticas têm causado cada vez mais períodos de escassez de água. Urge assim a necessidade de encontrar soluções mais económicas e eficientes para o tratamento de águas residuais, capazes de permitir a sua reutilização. O tratamento de Águas Residuais Urbanas (ARU) por microalgas é uma das soluções de tratamento que tem vindo a ser estudada desde há vários anos. É uma alternativa atrativa aos métodos convencionais de tratamento das ARU, pois fornece uma biomassa com potencial de valorização para a produção de biocombustíveis como biogás e bioetanol, e biofertilizantes, entre outros. Este estudo teve como objetivos: testar a capacidade de tratamento do sistema de reatores piloto GreenDune®, usando dois TRH (1 e 2d) em duas estações do ano (verão e outono), e a valorização da biomassa obtida; e à escala laboratorial, testar os benefícios da suplementação com CO2 no tratamento terciário de ARU. Após o estudo confirmou-se que, tanto para o TRH 1d como para o TRH 2d em ambas as estações do ano, o sistema conseguiu cumprir com os parâmetros impostos por lei, com uma remoção de nutrientes de azoto e fósforo (NH4+, PO43-, NO3-) entre 48 – 85 %, produzindo maior quantidade de biomassa na campanha de verão. No que diz respeito à valorização da biomassa obtida, a sua elevada percentagem de cinzas limita a aplicação em processos de transformação, como a produção de biocombustíveis, sugerindo-se a sua valorização como biofertilizante. À escala laboratorial, foram realizadas experiências em semi-contínuo suplementadas com diferentes quantidades de CO2 (6, 12 e 24 ml min-1, durante 1 min). Para a condição de 12 ml min-1, foi possível verificar um aumento na produção de biomassa em cerca de 50 %, em relação ao controlo. Para além da maior produção de biomassa, constata-se um aumento significativo nos níveis de lípidos, hidratos de carbono e proteínas, sendo estes compostos fundamentais na valorização da biomassa produzida. Concluindo, o trabalho realizado apresenta informações relevantes para o tratamento terciário de ARU utilizando blooms naturais de microalgas e para a valorização da biomassa resultante.