Otimização do tratamento terciário de águas residuais urbanas através da utilização de microalgas

• Autor(a) principal: Dimas, Cláudia Sofia Dórdio
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/17601
• topic: Tratamento de águas residuais; Microalgas; Tratamento terciário; Reutilização; Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias

A utilização de microalgas no tratamento de águas residuais tem despertado o interesse da comunidade científica a nível internacional, como tecnologia promissora, constituindo uma alternativa mais sustentável aos sistemas de tratamento convencionais, que continuam a ser grandes consumidores de energia. O presente trabalho integra-se dentro dos objetivos do projeto de investigação “GreenTreat”, onde foram instalados 9 fotobiorreatores GreenDune (PBR), na ETAR da Quinta do Lago, com uma capacidade de 450 L cada e com uma área de implantação no terreno de cerca de 1 m2. Foram instalados em 3 linhas, que funcionam em paralelo, cada uma composta por 3 unidades sequenciais. Pretendeu-se otimizar a remoção dos principais nutrientes N, P e amónia (NH4+), assim como dos parâmetros microbiológicos Escherichia coli (E. coli) e Enterococos intestinais, recorrendo à configuração do parâmetro operacional Tempo de Retenção Hidráulico (TRH), aproveitando o efeito desinfetante das culturas de microalgas para melhorar a qualidade do efluente final, cumprindo as condições de descarga e viabilizando a sua reutilização. Para tal, foram monitorizadas as condições locais do efluente, em termos de pH e temperatura (ºC), assim como foram analisadas as características físico-químicas e microbiológicas do efluente tratado pelo processo proposto e estudados, de acordo com a legislação em vigor, os possíveis cenários de reutilização. Os resultados permitiram confirmar que os sistemas que recorrem à utilização de microalgas possuem elevada eficiência na remoção de nutrientes, em especial de NH4+ (entre 60% e 90%), assim como, possuem elevado potencial de desinfeção, uma vez que, no decorrer do processo de fotossíntese, as microalgas consomem grandes quantidades de CO2, levando ao aumento do pH e impossibilitando a sobrevivência de organismos patogénicos, devido ao ambiente hostil criado. Por outro lado, este sistema específico, mostrou-se ineficiente na remoção de sólidos suspensos totais (SST), pelo facto de a etapa de decantação/sedimentação não se encontrar devidamente dimensionada, levando a que os sólidos/biomassa em suspensão, característicos de processos que recorrem à utilização de microalgas, não decantem/sedimentem nas melhores condições, inviabilizando a reutilização, para quaisquer dos usos possíveis No entanto e, uma vez que para o uso urbano, apenas o valor de SST não cumpre o estipulado na legislação, pode dizer-se que, caso fosse possível melhorar a etapa de decantação/sedimentação, nomeadamente no que diz respeito ao seu dimensionamento, a probabilidade deste parâmetro também vir a cumprir, seria grande, podendo, desta forma, vir a reutilizar-se a água residual tratada para Lavagens de Ruas e Suporte dos Ecossistemas. Para os restantes parâmetros analisados, foram registados valores abaixo do seu Valor Limite de Emissão (VLE), tendo sido obtidos melhores resultados, em termos globais, para o TRH de ± 2 dias.