A relação entre o que a criança ouve, vê e recorda: Efeitos do tipo de estruturação do discurso e da apresentação da informação na memória e no conhecimento das crianças em idade pré-escolar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Marta
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/1278
Resumo: Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional
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Com base num acontecimento “Fazer Bolos de nozes e chocolate", com uma estrutura logicamente ordenada, criaram-se assim, quatro condições experimentais para o efeito: uma situação denominada Não Verbal, onde não ocorria um acompanhamento verbal do adulto aquando da apresentação de cartões com as imagens referentes às acções do acontecimento, e três condições verbais, nas quais o acompanhamento verbal do adulto surgia a par da apresentação das imagens, assumindo três formatos específicos, Script, História, ou Descrição. Com base na manipulação da forma de apresentação e do tipo de discurso utilizado pelo adulto previram-se duas hipóteses. Na primeira hipótese postulámos, que as crianças sujeitas ao acompanhamento verbal do adulto durante a apresentação do acontecimento iriam apresentar um desempenho superior em relação às crianças da modalidade não verbal. Sugerimos ainda numa segunda hipótese, tendo em conta os três estilos linguísticos das modalidades verbais, que a verbalização do adulto num formato tipo script providenciaria uma superioridade no desempenho das crianças, comparativamente aos restantes formatos verbais, História e Descrição. Para estudar estes efeitos, avaliámos a recordação livre efectuada pelas crianças em três momentos, Recordação Imediata 1 (correspondente à primeira apresentação do acontecimento); Recordação Imediata 2 (a seguir à repetição da apresentação do acontecimento); e Recordação Diferida (após uma semana). A partir destas recordações, feitas nestes três momentos, analisámos a quantidade de informação recordada; a organização da informação recordada, o nível de discurso relativo à recordação da criança, e os conteúdos recordados. Na experiência participaram 128 crianças do pré-escolar de 9 Jardins de Infância pertencentes à Santa Casa da Misericórdia de Cascais. A análise dos resultados veio revelar que as crianças das modalidades verbais beneficiaram da verbalização do adulto, apresentando um melhor desempenho que as crianças da modalidade não verbal. Constatámos que estas últimas recordaram menos informação acerca do acontecimento, e fizeram-no de forma mais incompleta e parcial, referindo menos acções completas e mais acções isoladas (sem incluir os seus alvos e. complementos) e elementos isolados (objectos e ingredientes, sem referir as acções a desempenhar com eles), do que as crianças das modalidades verbais. Por seu turno, também se registou na situação não verbal um maior número de intrusões na recordação. Os efeitos da ausência de verbalização do adulto também foram observados numa menor capacidade das crianças desta condição ordenarem temporalmente o acontecimento, reflectindo-se consequentemente, num menor nível de estruturação da própria verbalização que realizaram a propósito da recordação do acontecimento. Das situações verbais abordadas, a verbalização do adulto num formato de um script veio a demonstrar maiores benefícios na recordação das crianças, comparativamente com os restantes formatos verbais. As crianças desta condição recordaram uma maior quantidade de unidades de informação pertencentes ao acontecimento, e numa forma verbal mais completa, referindo mais acções com os seus alvos e complementos e uma menor quantidade de intrusões, do que as das restantes condições verbais. Também foi nesta condição que se encontraram os maiores níveis de informação ordenada canonicamente e consequentemente, os níveis mais elevados de estruturação do discurso produzido pelas próprias crianças, resultante da sua recordação livre a propósito do acontecimento apresentado. Estes resultados sugerem que a linguagem organizou a memória e que as crianças do nosso estudo foram sensíveis ao estilo linguístico do adulto. Dependendo do formato verbal utilizado pelo adulto para apresentar o acontecimento geraram-se desempenhos muito diferenciados, nos quais o script se veio a destacar, favorecendo o acesso à representação do acontecimento, a recordação e a descrição verbal do mesmo.Instituto Superior de Psicologia AplicadaMatta, IsabelRepositório do ISPAGomes, Marta2012-03-17T15:52:14Z2002-01-01T00:00:00Z2002-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/1278porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:37:22Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/1278Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:19:23.292626Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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