Novas elites, novas mobilidades em turismo
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/62508 |
Resumo: | As elites do passado inventaram práticas de lazer e turismo, diferenciadas mas no essencial ainda dominantes, e criaram novos lugares. Stéphane Lecler (2008) ao traçar uma história do turismo, acentua a sua evolução de um luxo de ricos a um lazer de massas, admitindo que os ricos de hoje se misturam nas massas nos seus tempos de lazer e nas suas práticas de turismo, democratizando os respectivos territórios. Desde os finais do século XVII e a partir da Inglaterra, houve difusão do turismo cultural, turismo termal, turismo de descoberta, do mar e da montanha, frequentação invernal dos litorais, de clima mais ameno que o das terras do interior (países do norte e orientais), e ar menos poluído que o das cidades (smog nas industriais; aquecimento e cozinha na base do carvão e da lenha), sobretudo nas situações de debilidades físicas, mais ainda nos casos de tuberculose, movimentos e estadas sazonais algo prolongadas que valorizaram os litorais e a alta montanha, privilegiando os mais acessíveis, seja por mar ou através da difusão do caminho-de-ferro (duração, segurança e comodidade das viagens por terra). Lugares como Bath face a Londres, Vichy em França, Baden na Alemanha, Montecatini em Itália ou Marienbad na Europa Central, beneficiados pelas suas águas termais; igualmente Blackpool na zona de Manchester, Brighton, Trouville e Deauville no canal da Mancha, Ostende no Mar do Norte, Biarritz na costa basca, San Sebastian e Santander no norte da Espanha, também a Côte d'Azur, a Riviera lígure e mais além Opatja e Corfu, no Adriático e no Egeu, e por último o sudeste da Crimeia e Sochi, ambas nas costas do Mar Negro, sem esquecer as ilhas da Madeira e Canárias, em particular Tenerife, em todos os casos de invernos amenos, por comparação com os de origem dos afluxos. Encontros das aristocracias europeia e russa e da grande burguesia ocidental, sobretudo britânica (revolução agrícola, industrial e financeira; império e comércio mundiais); modos de vida repousantes, regulados pelos tratamentos, mas também recepções mundanas entre pessoas do mesmo «mundo», em villas luxuosas por entre parque arborizados, nos Palaces e Grandes hotéis, nos teatros e casinos, nos espaços desportivos (campos de ténis, pólo, críquete, golfe, futebol, caça); quotidianos animados por eventos regulares, como concursos de vela, corridas de automóveis, desportos sobre os lagos gelados e mais tarde nas pistas de esqui da alta montanha, corsos de carnaval, e mesmo participação em festas religiosas... |
id |
RCAP_63506e271197a6f82fe9dacc5d0b24b1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ul.pt:10451/62508 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Novas elites, novas mobilidades em turismoTurismoTempos de lazerPráticas de turismoTerritórioAs elites do passado inventaram práticas de lazer e turismo, diferenciadas mas no essencial ainda dominantes, e criaram novos lugares. Stéphane Lecler (2008) ao traçar uma história do turismo, acentua a sua evolução de um luxo de ricos a um lazer de massas, admitindo que os ricos de hoje se misturam nas massas nos seus tempos de lazer e nas suas práticas de turismo, democratizando os respectivos territórios. Desde os finais do século XVII e a partir da Inglaterra, houve difusão do turismo cultural, turismo termal, turismo de descoberta, do mar e da montanha, frequentação invernal dos litorais, de clima mais ameno que o das terras do interior (países do norte e orientais), e ar menos poluído que o das cidades (smog nas industriais; aquecimento e cozinha na base do carvão e da lenha), sobretudo nas situações de debilidades físicas, mais ainda nos casos de tuberculose, movimentos e estadas sazonais algo prolongadas que valorizaram os litorais e a alta montanha, privilegiando os mais acessíveis, seja por mar ou através da difusão do caminho-de-ferro (duração, segurança e comodidade das viagens por terra). Lugares como Bath face a Londres, Vichy em França, Baden na Alemanha, Montecatini em Itália ou Marienbad na Europa Central, beneficiados pelas suas águas termais; igualmente Blackpool na zona de Manchester, Brighton, Trouville e Deauville no canal da Mancha, Ostende no Mar do Norte, Biarritz na costa basca, San Sebastian e Santander no norte da Espanha, também a Côte d'Azur, a Riviera lígure e mais além Opatja e Corfu, no Adriático e no Egeu, e por último o sudeste da Crimeia e Sochi, ambas nas costas do Mar Negro, sem esquecer as ilhas da Madeira e Canárias, em particular Tenerife, em todos os casos de invernos amenos, por comparação com os de origem dos afluxos. Encontros das aristocracias europeia e russa e da grande burguesia ocidental, sobretudo britânica (revolução agrícola, industrial e financeira; império e comércio mundiais); modos de vida repousantes, regulados pelos tratamentos, mas também recepções mundanas entre pessoas do mesmo «mundo», em villas luxuosas por entre parque arborizados, nos Palaces e Grandes hotéis, nos teatros e casinos, nos espaços desportivos (campos de ténis, pólo, críquete, golfe, futebol, caça); quotidianos animados por eventos regulares, como concursos de vela, corridas de automóveis, desportos sobre os lagos gelados e mais tarde nas pistas de esqui da alta montanha, corsos de carnaval, e mesmo participação em festas religiosas...Centro de Estudos Geográficos, Universidade de LisboaRepositório da Universidade de LisboaCavaco, Carminda2024-02-08T11:46:34Z20162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/62508por978-972-636-259-3info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-12T01:18:53Zoai:repositorio.ul.pt:10451/62508Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:37:49.181763Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Novas elites, novas mobilidades em turismo |
title |
Novas elites, novas mobilidades em turismo |
spellingShingle |
Novas elites, novas mobilidades em turismo Cavaco, Carminda Turismo Tempos de lazer Práticas de turismo Território |
title_short |
Novas elites, novas mobilidades em turismo |
title_full |
Novas elites, novas mobilidades em turismo |
title_fullStr |
Novas elites, novas mobilidades em turismo |
title_full_unstemmed |
Novas elites, novas mobilidades em turismo |
title_sort |
Novas elites, novas mobilidades em turismo |
author |
Cavaco, Carminda |
author_facet |
Cavaco, Carminda |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Repositório da Universidade de Lisboa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cavaco, Carminda |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Turismo Tempos de lazer Práticas de turismo Território |
topic |
Turismo Tempos de lazer Práticas de turismo Território |
description |
As elites do passado inventaram práticas de lazer e turismo, diferenciadas mas no essencial ainda dominantes, e criaram novos lugares. Stéphane Lecler (2008) ao traçar uma história do turismo, acentua a sua evolução de um luxo de ricos a um lazer de massas, admitindo que os ricos de hoje se misturam nas massas nos seus tempos de lazer e nas suas práticas de turismo, democratizando os respectivos territórios. Desde os finais do século XVII e a partir da Inglaterra, houve difusão do turismo cultural, turismo termal, turismo de descoberta, do mar e da montanha, frequentação invernal dos litorais, de clima mais ameno que o das terras do interior (países do norte e orientais), e ar menos poluído que o das cidades (smog nas industriais; aquecimento e cozinha na base do carvão e da lenha), sobretudo nas situações de debilidades físicas, mais ainda nos casos de tuberculose, movimentos e estadas sazonais algo prolongadas que valorizaram os litorais e a alta montanha, privilegiando os mais acessíveis, seja por mar ou através da difusão do caminho-de-ferro (duração, segurança e comodidade das viagens por terra). Lugares como Bath face a Londres, Vichy em França, Baden na Alemanha, Montecatini em Itália ou Marienbad na Europa Central, beneficiados pelas suas águas termais; igualmente Blackpool na zona de Manchester, Brighton, Trouville e Deauville no canal da Mancha, Ostende no Mar do Norte, Biarritz na costa basca, San Sebastian e Santander no norte da Espanha, também a Côte d'Azur, a Riviera lígure e mais além Opatja e Corfu, no Adriático e no Egeu, e por último o sudeste da Crimeia e Sochi, ambas nas costas do Mar Negro, sem esquecer as ilhas da Madeira e Canárias, em particular Tenerife, em todos os casos de invernos amenos, por comparação com os de origem dos afluxos. Encontros das aristocracias europeia e russa e da grande burguesia ocidental, sobretudo britânica (revolução agrícola, industrial e financeira; império e comércio mundiais); modos de vida repousantes, regulados pelos tratamentos, mas também recepções mundanas entre pessoas do mesmo «mundo», em villas luxuosas por entre parque arborizados, nos Palaces e Grandes hotéis, nos teatros e casinos, nos espaços desportivos (campos de ténis, pólo, críquete, golfe, futebol, caça); quotidianos animados por eventos regulares, como concursos de vela, corridas de automóveis, desportos sobre os lagos gelados e mais tarde nas pistas de esqui da alta montanha, corsos de carnaval, e mesmo participação em festas religiosas... |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016 2016-01-01T00:00:00Z 2024-02-08T11:46:34Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/book |
format |
book |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10451/62508 |
url |
http://hdl.handle.net/10451/62508 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
978-972-636-259-3 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa |
publisher.none.fl_str_mv |
Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137429326659584 |