Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, AS
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/27916
Resumo: Nota de apresentação Entendemos a Etnobotânica , como o estudo de tudo o que diz respeito à relação Homem-Mundo vegetal . Relativamente recente como conceito (Harshberger, 1895 ) e como disciplina tem aspectos marcadamente interdisciplinares requerendo e beneficiando da contribuição de várias disciplinas e de múltiplas e diferentes perspectivas. No presente volume reúnem-se os textos de algumas das conferências de Etnobotânica realizadas durante o ano lectivo de 2001-2002 onde se examinam diferentes aspectos da relação Homem-Mundo vegetal, concorrem diferentes visões de diferentes conferencistas de formação base também muito diversificada. Com a organização deste ciclo de conferências, dedicado sobretudo aos estudantes que frequentavam esta disciplina optativa da licenciatura em Biologia da Universidade de Évora, pretendeu-se contribuir para a formação de uma visão ampla e pluridisciplinar da relação Homem-Mundo Vegetal. Procurou-se, igualmente, sempre que possível, que as conferências fossem abertas à Academia e ao público em geral noticiando internamente e nos órgãos de comunicação social a sua realização de forma a oferecer às pessoas interessadas a oportunidade de assistir e de participar na discussão de assuntos que pela sua natureza são de interesse muito generalizado. Com a publicação dos textos das conferências pretende-se que estes contributos não se percam no vento que passa e possam ser futuramente úteis aos alunos de Etnobotânica e outros potenciais interessados. Quero agradecer mais uma vez a todos os meus convidados a sua colaboração e brilhante prestação e aos alunos a dedicação e entusiasmo demonstrados. O ciclo iniciou-se com uma conferência proferida pelo meu antecessor na regência desta disciplina, Professor Luiz Carlos Gazarini, meu colega do Departamento de Biologia da Universidade de Évora que em “Perspectivas em Etnobotânica” abordou os aspectos históricos do aparecimento e evolução do conceito de Etnobotânica, os marcos relevantes da sua evolução como disciplina, a actualidade e grandes projectos em curso bem como as perspectivas nesta área do saber. Seguiu-se a Mestra Drª Ana Paula Fitas que em “Da Sociologia da Cultura à Etnobotânica” descreve um percurso fascinante que a leva a desvendar o estranho caso dos saquinhos pendurados nos ramos da azinheira de Santo Aleixo e simultaneamente nos elucida sobre aspectos teóricos e práticos do trabalho de terreno antropológico. A estudante finalista da licenciatura em Biologia, Maria José Barão, explicou- -nos como se colhem, preparam e usam os cardos na cozinha tradicional da região de Évora oferecendo-nos em “Foram cardos, foram prosas...” um prato tradicional e melodioso em que não falta a frescura de algumas peripécias em surpreendentes terrenos de sete saias. O Professor Carlos Sinogas falou-nos sobre “Medicamentos de origem vegetal: O caso da erva de S. João (Hypericum perforatum)” confessando a sua paixão por esta planta de múltiplos usos desde a antiguidade até aos nossos dias e dando, além disso, nota sobre os resultados de pesquisas que demonstram as suas propriedades anti-virais. O Dr. Paulo de Oliveira em conjunto com as estudantes finalistas de Biologia Maria da Luz Calado e Joana Rosado em “Etnomicologia” transportaram-nos ao mundo dos cogumelos de Gordon Wasson, da alimentação ao medicamento, até à fronteira de mundos ocultos. A Professora Aurora Carapinha em “O Jardim enquanto Cosmogonia Vegetal” conduziu-nos por vários jardins no espaço e no tempo, diferentes propostas de recriação da natureza desde o antigo Egipto até à actualidade. O Professor Luís Silva Dias em “Da Papas à Phytophtora ou as aventuras e desventuras da batata” contou-nos uma parte da história da batata, uma planta que integra actualmente o nosso quotidiano, e de como os seus infortúnios contribuíram para modificar o mundo. Finalmente o Mestre Engº Yuri Tavares Rocha em “História, distribuição geográfica e conservação do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.): Contribuição para o seu estudo“ contou-nos também uma parte da história de uma outra planta, hoje infelizmente quase extinta, que se não modificou o mundo deu o nome ao seu país e sustentou economicamente o início da presença portuguesa no Novo Mundo. Os textos relativos às conferências “Perspectivas em Etnobotânica” e o “O Jardim enquanto Cosmogonia Vegetal” que não puderam infelizmente integrar- -se no presente volume, serão disponibilizados logo que possível. Deve ainda referir-se que se optou por manter o texto da última conferência no português do Brasil que apesar de nos poder ser ligeiramente incómodo não deixa de ser perfeitamente perceptível, sendo além do mais, certamente mais adequado ao tema tratado. Alexandra Soveral Dias
id RCAP_6402a492fa9c05a63e67dc841ddb7d67
oai_identifier_str oai:dspace.uevora.pt:10174/27916
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizaçõesEtnobotânicaNota de apresentação Entendemos a Etnobotânica , como o estudo de tudo o que diz respeito à relação Homem-Mundo vegetal . Relativamente recente como conceito (Harshberger, 1895 ) e como disciplina tem aspectos marcadamente interdisciplinares requerendo e beneficiando da contribuição de várias disciplinas e de múltiplas e diferentes perspectivas. No presente volume reúnem-se os textos de algumas das conferências de Etnobotânica realizadas durante o ano lectivo de 2001-2002 onde se examinam diferentes aspectos da relação Homem-Mundo vegetal, concorrem diferentes visões de diferentes conferencistas de formação base também muito diversificada. Com a organização deste ciclo de conferências, dedicado sobretudo aos estudantes que frequentavam esta disciplina optativa da licenciatura em Biologia da Universidade de Évora, pretendeu-se contribuir para a formação de uma visão ampla e pluridisciplinar da relação Homem-Mundo Vegetal. Procurou-se, igualmente, sempre que possível, que as conferências fossem abertas à Academia e ao público em geral noticiando internamente e nos órgãos de comunicação social a sua realização de forma a oferecer às pessoas interessadas a oportunidade de assistir e de participar na discussão de assuntos que pela sua natureza são de interesse muito generalizado. Com a publicação dos textos das conferências pretende-se que estes contributos não se percam no vento que passa e possam ser futuramente úteis aos alunos de Etnobotânica e outros potenciais interessados. Quero agradecer mais uma vez a todos os meus convidados a sua colaboração e brilhante prestação e aos alunos a dedicação e entusiasmo demonstrados. O ciclo iniciou-se com uma conferência proferida pelo meu antecessor na regência desta disciplina, Professor Luiz Carlos Gazarini, meu colega do Departamento de Biologia da Universidade de Évora que em “Perspectivas em Etnobotânica” abordou os aspectos históricos do aparecimento e evolução do conceito de Etnobotânica, os marcos relevantes da sua evolução como disciplina, a actualidade e grandes projectos em curso bem como as perspectivas nesta área do saber. Seguiu-se a Mestra Drª Ana Paula Fitas que em “Da Sociologia da Cultura à Etnobotânica” descreve um percurso fascinante que a leva a desvendar o estranho caso dos saquinhos pendurados nos ramos da azinheira de Santo Aleixo e simultaneamente nos elucida sobre aspectos teóricos e práticos do trabalho de terreno antropológico. A estudante finalista da licenciatura em Biologia, Maria José Barão, explicou- -nos como se colhem, preparam e usam os cardos na cozinha tradicional da região de Évora oferecendo-nos em “Foram cardos, foram prosas...” um prato tradicional e melodioso em que não falta a frescura de algumas peripécias em surpreendentes terrenos de sete saias. O Professor Carlos Sinogas falou-nos sobre “Medicamentos de origem vegetal: O caso da erva de S. João (Hypericum perforatum)” confessando a sua paixão por esta planta de múltiplos usos desde a antiguidade até aos nossos dias e dando, além disso, nota sobre os resultados de pesquisas que demonstram as suas propriedades anti-virais. O Dr. Paulo de Oliveira em conjunto com as estudantes finalistas de Biologia Maria da Luz Calado e Joana Rosado em “Etnomicologia” transportaram-nos ao mundo dos cogumelos de Gordon Wasson, da alimentação ao medicamento, até à fronteira de mundos ocultos. A Professora Aurora Carapinha em “O Jardim enquanto Cosmogonia Vegetal” conduziu-nos por vários jardins no espaço e no tempo, diferentes propostas de recriação da natureza desde o antigo Egipto até à actualidade. O Professor Luís Silva Dias em “Da Papas à Phytophtora ou as aventuras e desventuras da batata” contou-nos uma parte da história da batata, uma planta que integra actualmente o nosso quotidiano, e de como os seus infortúnios contribuíram para modificar o mundo. Finalmente o Mestre Engº Yuri Tavares Rocha em “História, distribuição geográfica e conservação do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.): Contribuição para o seu estudo“ contou-nos também uma parte da história de uma outra planta, hoje infelizmente quase extinta, que se não modificou o mundo deu o nome ao seu país e sustentou economicamente o início da presença portuguesa no Novo Mundo. Os textos relativos às conferências “Perspectivas em Etnobotânica” e o “O Jardim enquanto Cosmogonia Vegetal” que não puderam infelizmente integrar- -se no presente volume, serão disponibilizados logo que possível. Deve ainda referir-se que se optou por manter o texto da última conferência no português do Brasil que apesar de nos poder ser ligeiramente incómodo não deixa de ser perfeitamente perceptível, sendo além do mais, certamente mais adequado ao tema tratado. Alexandra Soveral Dias2020-06-17T08:54:30Z2020-06-172003-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookhttp://hdl.handle.net/10174/27916http://hdl.handle.net/10174/27916porDias AS (Ed.) Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações. Publicações «Universidade de Évora», Ciências da Natureza e do Ambiente, n.º 4, Universidade de Évora, Évora, 2003, 71 pp.naonaond363Dias, ASinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T19:23:43Zoai:dspace.uevora.pt:10174/27916Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:17:52.430967Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
title Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
spellingShingle Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
Dias, AS
Etnobotânica
title_short Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
title_full Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
title_fullStr Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
title_full_unstemmed Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
title_sort Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações
author Dias, AS
author_facet Dias, AS
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Dias, AS
dc.subject.por.fl_str_mv Etnobotânica
topic Etnobotânica
description Nota de apresentação Entendemos a Etnobotânica , como o estudo de tudo o que diz respeito à relação Homem-Mundo vegetal . Relativamente recente como conceito (Harshberger, 1895 ) e como disciplina tem aspectos marcadamente interdisciplinares requerendo e beneficiando da contribuição de várias disciplinas e de múltiplas e diferentes perspectivas. No presente volume reúnem-se os textos de algumas das conferências de Etnobotânica realizadas durante o ano lectivo de 2001-2002 onde se examinam diferentes aspectos da relação Homem-Mundo vegetal, concorrem diferentes visões de diferentes conferencistas de formação base também muito diversificada. Com a organização deste ciclo de conferências, dedicado sobretudo aos estudantes que frequentavam esta disciplina optativa da licenciatura em Biologia da Universidade de Évora, pretendeu-se contribuir para a formação de uma visão ampla e pluridisciplinar da relação Homem-Mundo Vegetal. Procurou-se, igualmente, sempre que possível, que as conferências fossem abertas à Academia e ao público em geral noticiando internamente e nos órgãos de comunicação social a sua realização de forma a oferecer às pessoas interessadas a oportunidade de assistir e de participar na discussão de assuntos que pela sua natureza são de interesse muito generalizado. Com a publicação dos textos das conferências pretende-se que estes contributos não se percam no vento que passa e possam ser futuramente úteis aos alunos de Etnobotânica e outros potenciais interessados. Quero agradecer mais uma vez a todos os meus convidados a sua colaboração e brilhante prestação e aos alunos a dedicação e entusiasmo demonstrados. O ciclo iniciou-se com uma conferência proferida pelo meu antecessor na regência desta disciplina, Professor Luiz Carlos Gazarini, meu colega do Departamento de Biologia da Universidade de Évora que em “Perspectivas em Etnobotânica” abordou os aspectos históricos do aparecimento e evolução do conceito de Etnobotânica, os marcos relevantes da sua evolução como disciplina, a actualidade e grandes projectos em curso bem como as perspectivas nesta área do saber. Seguiu-se a Mestra Drª Ana Paula Fitas que em “Da Sociologia da Cultura à Etnobotânica” descreve um percurso fascinante que a leva a desvendar o estranho caso dos saquinhos pendurados nos ramos da azinheira de Santo Aleixo e simultaneamente nos elucida sobre aspectos teóricos e práticos do trabalho de terreno antropológico. A estudante finalista da licenciatura em Biologia, Maria José Barão, explicou- -nos como se colhem, preparam e usam os cardos na cozinha tradicional da região de Évora oferecendo-nos em “Foram cardos, foram prosas...” um prato tradicional e melodioso em que não falta a frescura de algumas peripécias em surpreendentes terrenos de sete saias. O Professor Carlos Sinogas falou-nos sobre “Medicamentos de origem vegetal: O caso da erva de S. João (Hypericum perforatum)” confessando a sua paixão por esta planta de múltiplos usos desde a antiguidade até aos nossos dias e dando, além disso, nota sobre os resultados de pesquisas que demonstram as suas propriedades anti-virais. O Dr. Paulo de Oliveira em conjunto com as estudantes finalistas de Biologia Maria da Luz Calado e Joana Rosado em “Etnomicologia” transportaram-nos ao mundo dos cogumelos de Gordon Wasson, da alimentação ao medicamento, até à fronteira de mundos ocultos. A Professora Aurora Carapinha em “O Jardim enquanto Cosmogonia Vegetal” conduziu-nos por vários jardins no espaço e no tempo, diferentes propostas de recriação da natureza desde o antigo Egipto até à actualidade. O Professor Luís Silva Dias em “Da Papas à Phytophtora ou as aventuras e desventuras da batata” contou-nos uma parte da história da batata, uma planta que integra actualmente o nosso quotidiano, e de como os seus infortúnios contribuíram para modificar o mundo. Finalmente o Mestre Engº Yuri Tavares Rocha em “História, distribuição geográfica e conservação do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.): Contribuição para o seu estudo“ contou-nos também uma parte da história de uma outra planta, hoje infelizmente quase extinta, que se não modificou o mundo deu o nome ao seu país e sustentou economicamente o início da presença portuguesa no Novo Mundo. Os textos relativos às conferências “Perspectivas em Etnobotânica” e o “O Jardim enquanto Cosmogonia Vegetal” que não puderam infelizmente integrar- -se no presente volume, serão disponibilizados logo que possível. Deve ainda referir-se que se optou por manter o texto da última conferência no português do Brasil que apesar de nos poder ser ligeiramente incómodo não deixa de ser perfeitamente perceptível, sendo além do mais, certamente mais adequado ao tema tratado. Alexandra Soveral Dias
publishDate 2003
dc.date.none.fl_str_mv 2003-01-01T00:00:00Z
2020-06-17T08:54:30Z
2020-06-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/book
format book
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10174/27916
http://hdl.handle.net/10174/27916
url http://hdl.handle.net/10174/27916
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Dias AS (Ed.) Etnobotânica. Perspectivas, história e utilizações. Publicações «Universidade de Évora», Ciências da Natureza e do Ambiente, n.º 4, Universidade de Évora, Évora, 2003, 71 pp.
nao
nao
nd
363
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136660939603968