Nutrição do Recém-Nascido de Muito Baixo Peso e Atraso de Crescimento Extra-Uterino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Gustavo
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Hermida, Lucia, Guerra, António, Guimarães, Hercília
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2005.4862
Resumo: Resumo Introdução — As recomendações nutricionais actuais para recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP), durante a sua permanência na unidade de cuidados intensivos neonatais (UCIN), são insuficientes para permitir um crescimento idêntico ao do feto saudável da mesma idade gestacional (IG), condicionando, frequentemente, atraso de crescimento extra-uterino (ACEU). Objectivos — Este estudo tem por objectivos a avaliação da intervenção nutricional e do ACEU em RNMBP adequados à 1G, durante a sua permanência na UCIN. Material e Métodos — Estudo retrospectivo, referente aos anos 2002 e 2003, no Serviço de Neonatologia do Hospital de São João. Foram registados dados relativos a factores perinatais, sexo, IG,intervenção nutricional, avaliação antropométrica, morbilidade observada e tempo de internamento na UCIN. Os resultados foram analisados para o total de RN e para os subgrupos com peso ao nascimento (PN) <1000g (n = 11) e 1000g (n = 18), utilizando-se o teste de Student não emparelhado para as variáveis com distribuição uniforme e o teste de Mann-Whitney para as restantes variáveis. Resultados — 29 RNMBP (16M / 13F); PN = 1141,9 ± 217,7 g; mediana da IG nas 29 semanas; taxa de utilização de corticóide antenatal = 90%; mediana do tempo de internamento nos 50 dias. Suprimento energético diário fornecido na primeira semana de vida foi inferior a 110 Kcal/kg/dia. As 120 Kcal/kg/dia foram atingidas pelos 27,5±15,3 dias de vida. Os RN com PN < 1000g apresentaram maior perda ponderai (18,9±6 % vs 13,8±4,5 %), maior período de nutrição parentérica (42,9±14,5 dias vs 18,8±11 dias) e maior período de recuperação do PN (21,5±6,2 vs 16,3±5,6 dias) que os RN com peso ao nascimento 1000g. Os índices antropométricos peso, comprimento e perímetro cefálico para a IG mostraram diminuição do crescimento durante o internamento na UCIN. O peso na alta foi inferior ao percentil 10 das curvas de Lubchenco em 10 (34%) RN. Conclusões —A perda ponderai dos RNMBP durante o internamento na UCIN é significativa e condiciona ACEU, apesar do suprimento recomendado. Devem ser objectivos nas UCIN a rápida recuperação do PN e a aquisição de uma velocidade de crescimento normal. É necessária mais investigação em relação à introdução precoce de maior aporte proteico e lipídico e na adequação da fortificação do leite materno ao RN pré-termo. Palavras-Chave: Atraso de crescimento extra-uterino; recém-nascido de muito baixo peso; aporte nutricional.
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