Metabolismo do ferro, novas ferramentas de diagnóstico e terapêutica das patologias associadas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Catarina Alexandra Bernardo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/36102
Resumo: Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2017
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spelling Metabolismo do ferro, novas ferramentas de diagnóstico e terapêutica das patologias associadasFerroHepcidinaHemáciaAnemiaHemocromatoseMestrado Integrado - 2017Ciências da SaúdeTrabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2017O transporte de oxigénio é assegurado pela proteína intracelular hemoglobina. Cada subunidade contém um grupo heme e no centro desse grupo existe um ião ferro. É esta característica que torna possível o transporte de oxigénio. O ferro é um elemento bastante importante para a actividade celular. Todavia, níveis desadequados do mesmo podem provocar doenças. Quando os níveis de ferro são inferiores ao esperado, estamos na presença de anemia ferropénica, porém quando estes níveis se encontram elevados, estamos perante um caso de hemacromatose. Por esta razão é importante que os níveis desse metal sejam cuidadosamente regulados. A hepcidina é um pequeno péptido sintetizado nos hepatócitos que funciona basicamente como um controlador central do metabolismo do ferro. A desregulação deste péptido está na origem de diversos processos patológicos relacionados com os distúrbios de ferro. Uma deficiência em hepcidina pode provocar uma sobrecarga de ferro (hemacromatose), enquanto que um excesso deste péptido leva ao desenvolvimento de anemias. Devido a isto a hepcidina tornou-se numa ferramenta chave para o diagnóstico. O organismo consegue obter ferro através de duas fontes distintas: da dieta e da reciclagem do ferro proveniente da destruição das hemácias. Na dieta, o ferro é principalmente absorvido no epitélio intestinal do duodeno e na parte proximal do jejuno. Esta absorção pode ser facilitada por algumas substâncias ácidas. O transporte do ferro do lúmen intestinal até à circulação sanguínea ocorre em 3 fases. A captação e internalização de ferro localizada na membrana do enterócito, transporte intracelular e transporte para o plasma. No caso da reciclagem de ferro, a parte que provém da degradação das hemácias é de extrema relevância para o organismo. As hemácias durante o seu ciclo de vida podem sofrer alterações bioquímicas, tornando-as senescentes. Essa característica funciona como uma sinalização para o macrófago. Este processo é denominado de eriptose. As hemácias sinalizadas são fagocitadas pelos macrófagos e os seus componentes degradados. Nesta digestão proteolítica, o grupo heme é libertado e o ferro armazenado no macrófago. Através da ferroportina existente no macrófago, o ferro é oxidado a ceruloplasmina. Assim, poderá ser transportado até à medula óssea, onde pode participar na formação de novas hemácias. O diagnóstico das patologias associadas ao ferro passa pelo hemograma, uma ferramenta essencial, e por testes séricos, como ferro sérico, saturação da transferrina, receptor solúvel da transferrina, capacidade total de ligação ao ferro e hepcidina. Em relação à terapêutica, ela é distinta para cada patologia associada ao ferro. No caso da anemia ferropénica, a primeira abordagem é a reposição dietética. Porém, também pode ser administrado ferro oral ou ferro intravenoso quando a anemia é mais grave. Na hemocromatose, a flebotomia é o tratamento de primeira linha. É notória a importância do ferro e inegável que estamos numa era de re-descoberta deste metal e de novas funções em que este está envolvido, nomeadamente no sistema imunitário inato.Oxygen transport is ensured by an intracellular protein, hemoglobin. Each subunit contains a heme group and in the center of each group there is an iron. It’s this feature that makes the transport of each iron possible. Iron is an important element for all kinds of cellular activity. However, inadequate levels can cause diseases. When iron levels are lower than expected we are in presence of an iron deficiency anemia, but when the opposite happens, what occurs is hemochromatosis. For this reason, it is really important that the levels of this metal are carefully regulated. Hepcidin is a small peptide synthetized in the liver cells (hepatocytes) and basically works as a central controller of the iron metabolism. The deregulation of this peptide can be the origin of several pathological processes related to iron disorders. Hepcidin deficiency can lead to an excessive amount of iron in the bloodstream (hemochromatosis). On the other hand, an excess of hepcidin can lead to anemia development. For all these reasons, hepcidin has become an important key for the diagnosis. The human body has the ability to obtain iron from two sources: diet and the recycling of iron from the destruction of red blood cells. In terms of the diet, iron is mainly absorbed in the intestinal epithelium of the duodenum and in the proximal part of the jejunum. This absorption can be favored by certain acidic substances. The iron transportation from the intestinal lumen to the bloodstream occurs in three phases. Firstly the uptake and internalization of iron which happens in the enterocyte membrane, then the intracellular transportation and finally the transport into the plasma. In respect to iron recycling, the part that comes from the degradation of red blood cells is very important for the organism. During their life cycle red blood cells can undergo biochemical changes, rendering them senescent. This particular feature acts as a signal for the macrophages. It is called eriptosis. The red blood cells are phagocytosed by macrophages and their components are degraded. In this proteolytic digestion, the heme group is released and the iron is stored in the macrophage. Through the ferroportin existent in the macrophage, iron is oxidized in to ceruloplasmin. Thus, it can be transported to the bone marrow, where it can participate in the creation of new red blood cells. The diagnosis of iron-related pathologies is mainly achieved by means of a hemogram, an essential tool, and by certain serum tests, such as iron, transferrin saturation, soluble transferrin receptor, total iron binding capacity and hepcidin. Regarding therapeutics, it is different for each pathology. When we are in the presence of anemia, the first approach is dietary replacement. However, oral iron or intravenous iron may be prescribed as well when the case is more severe. In hemochromatosis, phlebotomy is the first-line treatment. The importance of iron is clear and it is undeniable that we are in an era of rediscovery of this metal and new functions in which it is involved, namely in the innate immune system.Marques, Maria CristinaRepositório da Universidade de LisboaAraújo, Catarina Alexandra Bernardo2018-12-20T12:34:36Z2017-10-0420172017-10-04T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/36102porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:32:30Zoai:repositorio.ul.pt:10451/36102Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:50:25.633226Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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