Hepatite C: transmissão sexual em imunocompetentes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/909 |
Resumo: | Introdução: A Hepatite C é um importante problema de saúde pública, que afecta cerca de 3% da população mundial. É considerada como “epidemia silenciosa”, pelo facto de ser caracteristicamente assintomática tanto na fase aguda como na fase crónica inicial, antes do aparecimento de complicações. Estas últimas iniciam-se com a fibrose, posterior cirrose, e possível evolução para carcinoma hepatocelular, falência hepática e morte. A via parenteral é a forma mais eficiente para a transmissão do VHC, antes dos anos 90 as transfusões sanguíneas eram a principal via de transmissão, actualmente são os consumidores de drogas injectáveis que estão nessa posição. No grupo das transmissões menos eficientes, temos a transmissão sexual, que é controversa e que se estima rara mas possível. Metodologia: A pesquisa de artigos decorreu desde Maio de 2010 a Fevereiro de 2011, na base de dados da PubMed, com recurso à pesquisa avançada onde se limitou a procura a artigos, em Inglês, desde 1995 até 2011. As palavras chave consideradas foram: sexual transmission HCV, sexual transmission hepatitis C e heterosexual transmission HCV e foram excluídos todos os artigos relativos a co-infecções, homossexualidade e outras vias de transmissão, que não a sexual. Objectivo: Procurou-se ter uma perspectiva coerente sobre a verdadeira possibilidade de transmissão sexual do VHC em pacientes heterossexuais sem outras co-infecções. Resultados: Dos estudos analisados, as variáveis estatisticamente significativas, para aquisição de infecção por VHC, foram a intensidade, a duração ou frequência da actividade sexual (p<0,01), o tempo de relação (OR = 1,06; 95% IC; 1,00 - 1,11), parceiros sexuais versus familiares sem contacto sexual (p<0.05), as relações sexuais extra-conjugais sem uso do preservativo (OR = 15,0), o número de parceiros sexuais, os contactos sexuais desprotegidos com mais que um parceiro (OR = 2,90, 95% IC: 1,13-7,41), idade superior a 45 anos (OR = 3,1; 95% IC, 1,6-5,3), relações sexuais com consumidores de drogas injectáveis (OR = 19,28; 95% IC: 2.01-184,94), parceiros de pacientes índice com hepatite C severa comparando com aqueles com hepatite C suave a moderada (p=0.008). Conclusão: As discrepâncias ao nível dos resultados, dos diferentes estudos, podem ser consequência de vários factores de índole temporal, sócio-demográfica e da própria doença, para além da grande incapacidade de controlo de factores de confundimento na via de transmissão sexual, como os relacionados com a via parenteral e intrafamiliar. A transmissão sexual ocorre, não tão eficientemente como outras vias. Vários factores aumentam a sua probabilidade de ocorrência. No entanto, são necessários mais estudos quanto à dinâmica da transmissão sexual. |
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Hepatite C: transmissão sexual em imunocompetentesHepatite CHepatite C - Transmissão sexualHepatite C - Transmissão heterossexualHepatite C - Factores de riscoIntrodução: A Hepatite C é um importante problema de saúde pública, que afecta cerca de 3% da população mundial. É considerada como “epidemia silenciosa”, pelo facto de ser caracteristicamente assintomática tanto na fase aguda como na fase crónica inicial, antes do aparecimento de complicações. Estas últimas iniciam-se com a fibrose, posterior cirrose, e possível evolução para carcinoma hepatocelular, falência hepática e morte. A via parenteral é a forma mais eficiente para a transmissão do VHC, antes dos anos 90 as transfusões sanguíneas eram a principal via de transmissão, actualmente são os consumidores de drogas injectáveis que estão nessa posição. No grupo das transmissões menos eficientes, temos a transmissão sexual, que é controversa e que se estima rara mas possível. Metodologia: A pesquisa de artigos decorreu desde Maio de 2010 a Fevereiro de 2011, na base de dados da PubMed, com recurso à pesquisa avançada onde se limitou a procura a artigos, em Inglês, desde 1995 até 2011. As palavras chave consideradas foram: sexual transmission HCV, sexual transmission hepatitis C e heterosexual transmission HCV e foram excluídos todos os artigos relativos a co-infecções, homossexualidade e outras vias de transmissão, que não a sexual. Objectivo: Procurou-se ter uma perspectiva coerente sobre a verdadeira possibilidade de transmissão sexual do VHC em pacientes heterossexuais sem outras co-infecções. Resultados: Dos estudos analisados, as variáveis estatisticamente significativas, para aquisição de infecção por VHC, foram a intensidade, a duração ou frequência da actividade sexual (p<0,01), o tempo de relação (OR = 1,06; 95% IC; 1,00 - 1,11), parceiros sexuais versus familiares sem contacto sexual (p<0.05), as relações sexuais extra-conjugais sem uso do preservativo (OR = 15,0), o número de parceiros sexuais, os contactos sexuais desprotegidos com mais que um parceiro (OR = 2,90, 95% IC: 1,13-7,41), idade superior a 45 anos (OR = 3,1; 95% IC, 1,6-5,3), relações sexuais com consumidores de drogas injectáveis (OR = 19,28; 95% IC: 2.01-184,94), parceiros de pacientes índice com hepatite C severa comparando com aqueles com hepatite C suave a moderada (p=0.008). Conclusão: As discrepâncias ao nível dos resultados, dos diferentes estudos, podem ser consequência de vários factores de índole temporal, sócio-demográfica e da própria doença, para além da grande incapacidade de controlo de factores de confundimento na via de transmissão sexual, como os relacionados com a via parenteral e intrafamiliar. A transmissão sexual ocorre, não tão eficientemente como outras vias. Vários factores aumentam a sua probabilidade de ocorrência. No entanto, são necessários mais estudos quanto à dinâmica da transmissão sexual.Introduction: Hepatitis C is an important public health problem, affecting approximately 3% of the world population. It is regarded as a "silent epidemic" because it is typically asymptomatic in its acute and chronic phases even before the onset of complications. These complications might develop later cirrhosis with fibrosis and possible progression to hepatocellular carcinoma, liver failure and death. The parenteral route is the most efficient route for HCV transmission, before the 90’s blood transfusions were the main route of transmission, currently being the injecting drug users who are in that position. As far as transmissions are concerned, the less efficient is, controversially, the sexual transmission, which is considered rare but possible. Methods: The search for articles happened from May 2010 to February 2011, in the PubMed database, using the advanced search to limit the search to articles in English from 1995 until 2011. The key words considered were: sexual transmission HCV, sexual transmission hepatitis C and heterosexual HCV transmission, excluding all articles about co-infections, homosexuality and other routes of transmission other than sexual. Objective: The aim was to have a coherent view about the real possibility of sexual transmission of HCV in heterosexual patients, without other co-infections. Results: Of the studies analyzed, the statistically significant variables were the intensity, duration or frequency of sexual activity (p<0.01), the length of the relationship (OR = 1.06, 95% CI 1.00 to 1.11), sexual partners versus relatives without sexual contact (p<0.05), extramarital sex without the use of condom (OR = 15.0), the number of sexual partners, unprotected sexual contacts with more than one partner (OR = 2.90, 95% CI, 1.13 to 7.41), age over 45 years (OR = 3.1, 95% CI, 1.6 to 5.3), sex with injecting drug users (OR = 19.28, 95% CI, 2.01-184,94) partners of patients with severe hepatitis C index when compared with those with mild to moderate hepatitis C (p = 0.008). Conclusions: The discrepancies in the results of the different studies may be due to several temporal and socio-demographic factors and disease itself, as well as to the inability to control for confounding factors in the sexual route of transmission, such as those related to the parenteral route and within families. Sexual transmission occurs, not as efficiently as other means. Several factors increase its probability of occurrence. However, further studies are needed regarding the dynamics of sexual transmission.Universidade da Beira InteriorTeixeira, Regina Maria Mateus GonçalvesuBibliorumCarvalho, Cátia Alexandra Oliveira2013-01-16T11:02:44Z2011-062011-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/909porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:18Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/909Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:52.963724Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: A Hepatite C é um importante problema de saúde pública, que afecta cerca de 3% da população mundial. É considerada como “epidemia silenciosa”, pelo facto de ser caracteristicamente assintomática tanto na fase aguda como na fase crónica inicial, antes do aparecimento de complicações. Estas últimas iniciam-se com a fibrose, posterior cirrose, e possível evolução para carcinoma hepatocelular, falência hepática e morte. A via parenteral é a forma mais eficiente para a transmissão do VHC, antes dos anos 90 as transfusões sanguíneas eram a principal via de transmissão, actualmente são os consumidores de drogas injectáveis que estão nessa posição. No grupo das transmissões menos eficientes, temos a transmissão sexual, que é controversa e que se estima rara mas possível. Metodologia: A pesquisa de artigos decorreu desde Maio de 2010 a Fevereiro de 2011, na base de dados da PubMed, com recurso à pesquisa avançada onde se limitou a procura a artigos, em Inglês, desde 1995 até 2011. As palavras chave consideradas foram: sexual transmission HCV, sexual transmission hepatitis C e heterosexual transmission HCV e foram excluídos todos os artigos relativos a co-infecções, homossexualidade e outras vias de transmissão, que não a sexual. Objectivo: Procurou-se ter uma perspectiva coerente sobre a verdadeira possibilidade de transmissão sexual do VHC em pacientes heterossexuais sem outras co-infecções. Resultados: Dos estudos analisados, as variáveis estatisticamente significativas, para aquisição de infecção por VHC, foram a intensidade, a duração ou frequência da actividade sexual (p<0,01), o tempo de relação (OR = 1,06; 95% IC; 1,00 - 1,11), parceiros sexuais versus familiares sem contacto sexual (p<0.05), as relações sexuais extra-conjugais sem uso do preservativo (OR = 15,0), o número de parceiros sexuais, os contactos sexuais desprotegidos com mais que um parceiro (OR = 2,90, 95% IC: 1,13-7,41), idade superior a 45 anos (OR = 3,1; 95% IC, 1,6-5,3), relações sexuais com consumidores de drogas injectáveis (OR = 19,28; 95% IC: 2.01-184,94), parceiros de pacientes índice com hepatite C severa comparando com aqueles com hepatite C suave a moderada (p=0.008). Conclusão: As discrepâncias ao nível dos resultados, dos diferentes estudos, podem ser consequência de vários factores de índole temporal, sócio-demográfica e da própria doença, para além da grande incapacidade de controlo de factores de confundimento na via de transmissão sexual, como os relacionados com a via parenteral e intrafamiliar. A transmissão sexual ocorre, não tão eficientemente como outras vias. Vários factores aumentam a sua probabilidade de ocorrência. No entanto, são necessários mais estudos quanto à dinâmica da transmissão sexual. |
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