Avaliação cognitiva em idosos com doença metabólica crónica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/21562 |
Resumo: | Introdução - Actualmente, sabe-se que a prevalência da Diabetes tipo 2 aumenta significativamente com a idade. A associação entre a Diabetes Mellitus tipo 2 e complicações vasculares e neurológicas é bem conhecidas. A degradação cognitiva do idoso constitui um dos grandes problemas da sociedade moderna. Nos últimos anos, o declínio cognitivo tem sido fonte de diversos estudos na tentativa de melhor compreender a fisiopatologia e factores de risco associados, de forma a propor medidas que permitam uma prevenção mais eficaz. A Diabetes também tem sido identificada como um factor de risco substancial para o défice cognitivo. Grandes flutuações diárias dos níveis de glicose, com hiperglicémia persistente, podem explicar a existência de declínio cognitivo mais rápido em pessoas diabéticas. Também a existência de produtos do metabolismo glicosilados que danificam o sistema vascular e as funções endoteliais, conduzem a reacções inflamatórias e a produção aumentada de proteína beta-amiloide. A hiperglicémia pode influenciar o fluxo sanguíneo cerebral e as funções dos neurotransmissores causando neuropatia cerebral. A relação hiperinsulinémia / enzima de degradação da insulina pode ter um papel extremamente importante na deposição de amilóide no cérebro. Objectivos - Comparar a função cognitiva numa população de idosos Diabéticos tipo 2 e Não Diabéticos, avaliar se os idosos com esta doença crónica têm maior declínio cognitivo e se o tempo de evolução da doença está relacionado com um declínio cognitivo mais acentuado. Para além destes objectivos principais, foi avaliada a eventual relação entre degradação cognitiva e nível de controlo metabólico, comorbilidades presentes e medicação. Metodologia – Foram realizadas 52 entrevistas a pessoas com mais de 65 anos que frequentaram as Consultas Externas do Serviço de Medicina Interna dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Para a avaliação cognitiva foi aplicado o “Mini Mental State Examination”, tendo as pessoas sido divididas em dois grupos: Diabéticos e Não Diabéticos. Resultados – Verificou-se que os idosos Diabéticos apresentaram valores mais baixos no “Mini Mental State Examination” quando comparados com o grupo de controlo Não Diabéticos. Além disso, apresentaram maior incidência de Doença Cardíaca, Acidente Vascular Cerebral/Acidente Isquémico Transitório, Doença Renal e declínio cognitivo mais acentuado. Discussão e Conclusões – Os idosos Diabéticos incluídos neste estudo apresentaram um maior declínio cognitivo que os Não Diabéticos, associado às alterações metabólicas. Pode mesmo afirmar-se que a Diabetes pode ser um factor importante no aparecimento de Défice Cognitivo, contudo são necessários mais estudos para provar esta afirmação sem ambiguidades. |
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Avaliação cognitiva em idosos com doença metabólica crónicaDiabetes mellitus do tipo 2IdosoPerturbações da cogniçãoIntrodução - Actualmente, sabe-se que a prevalência da Diabetes tipo 2 aumenta significativamente com a idade. A associação entre a Diabetes Mellitus tipo 2 e complicações vasculares e neurológicas é bem conhecidas. A degradação cognitiva do idoso constitui um dos grandes problemas da sociedade moderna. Nos últimos anos, o declínio cognitivo tem sido fonte de diversos estudos na tentativa de melhor compreender a fisiopatologia e factores de risco associados, de forma a propor medidas que permitam uma prevenção mais eficaz. A Diabetes também tem sido identificada como um factor de risco substancial para o défice cognitivo. Grandes flutuações diárias dos níveis de glicose, com hiperglicémia persistente, podem explicar a existência de declínio cognitivo mais rápido em pessoas diabéticas. Também a existência de produtos do metabolismo glicosilados que danificam o sistema vascular e as funções endoteliais, conduzem a reacções inflamatórias e a produção aumentada de proteína beta-amiloide. A hiperglicémia pode influenciar o fluxo sanguíneo cerebral e as funções dos neurotransmissores causando neuropatia cerebral. A relação hiperinsulinémia / enzima de degradação da insulina pode ter um papel extremamente importante na deposição de amilóide no cérebro. Objectivos - Comparar a função cognitiva numa população de idosos Diabéticos tipo 2 e Não Diabéticos, avaliar se os idosos com esta doença crónica têm maior declínio cognitivo e se o tempo de evolução da doença está relacionado com um declínio cognitivo mais acentuado. Para além destes objectivos principais, foi avaliada a eventual relação entre degradação cognitiva e nível de controlo metabólico, comorbilidades presentes e medicação. Metodologia – Foram realizadas 52 entrevistas a pessoas com mais de 65 anos que frequentaram as Consultas Externas do Serviço de Medicina Interna dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Para a avaliação cognitiva foi aplicado o “Mini Mental State Examination”, tendo as pessoas sido divididas em dois grupos: Diabéticos e Não Diabéticos. Resultados – Verificou-se que os idosos Diabéticos apresentaram valores mais baixos no “Mini Mental State Examination” quando comparados com o grupo de controlo Não Diabéticos. Além disso, apresentaram maior incidência de Doença Cardíaca, Acidente Vascular Cerebral/Acidente Isquémico Transitório, Doença Renal e declínio cognitivo mais acentuado. Discussão e Conclusões – Os idosos Diabéticos incluídos neste estudo apresentaram um maior declínio cognitivo que os Não Diabéticos, associado às alterações metabólicas. Pode mesmo afirmar-se que a Diabetes pode ser um factor importante no aparecimento de Défice Cognitivo, contudo são necessários mais estudos para provar esta afirmação sem ambiguidades.Introduction – It is currently known that the prevalence of Diabetes Type 2 increases significantly with age. The association between Diabetes Mellitus Type 2 and vascular and neurological complications is well Known. The cognitive deterioration of the elderly represents one of the most serious problems of modern society. In the last years, the cognitive decline has been a source of diverse studies in the attempt to better understand the pathophysiology and associated risks, in order to propose more effective preventive measures. Diabeteshas also been identified as a substantial risk factor for the cognitive deficit. Significant daily fluctuations of glucose levels, with persistent hyperglycaemia, can explain the existence of quicker cognitive decline among Diabetics. Furthermore, the existence of glycoside metabolism products which damage the vascular system and the endothelial functions lead to inflamammations and the increased production of beta-amyloid protein. The hyperglycaemia can influence the cerebral blood flow and the function of neurotransmitters causing cerebral neuropathy. The hyperinsulinaemia/enzyme degradation of insulin relationship can have an extremely important role in the deposition of amyloid in the brain. Objectives – To compare the cognitive function in a population of elderly Diabetics Type 2 and Non Diabetics, to evaluate if the elderly with this chronic disease have a quicker cognitive decline and if the evolution period of the disease is related to a more accentuated cognitive decline. Beyond these main objectives, the eventual relationship between cognitive degradation and level of metabolic control, comorbidities and medication was evaluated. Methodology – 52 interviews were conducted with people older than 65 who had appointments at Outpatients Internal Medicine Service of the Coimbra University Hospitals. In order to do the cognitive assessment, the “Mini Mental State Examination” was used, with the participants being divided into two groups: Diabetics and Non Diabetics. Results – It was ascertained that the elderly Diabetics had lower results in the “Mini Mental State Examination” when compared with the Non Diabetics control group. Besides this, they also have higher glycaemia levels and a greater incidence of hearth disease, Cerebral Vascular Event or Transitory Ischemic Event, renal diseases and accented cognitive decline. Discussion and Conclusions – The elderly Diabetics included in this study revealed a greater cognitive decline than the Non Diabetics associated to worse metabolic control. It can even be stated that Diabetes can be an important factor in the appearance of cognitive deficit. However, further studies are necessary to substantiate this statement without any ambiguity.2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisDOMINGUES, Nelson João Fernandes- Avaliação cognitiva em idosos com doença metabólica crónica [em linha]. Coimbra: [s.n], 2010. [Consult. em Dia Mês Ano]. Dissertação de mestrado. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316/21562http://hdl.handle.net/10316/21562DOMINGUES, Nelson João Fernandes- Avaliação cognitiva em idosos com doença metabólica crónica [em linha]. Coimbra: [s.n], 2010. [Consult. em Dia Mês Ano]. Dissertação de mestrado. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316/21562http://hdl.handle.net/10316/21562porDomingues, Nelson João Fernandesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:43Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/21562Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:34.565739Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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