Sintomas osteoarticulares em pacientes com tiroidite autoimune

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Maria Inês de Melo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8069
Resumo: Introdução: A patologia autoimune da tiroide é a forma mais comum de doença autoimune, com maior representação no género feminino. A sua associação com doenças reumatológicas está demonstrada, sugerindo a presença de fatores etiológicos, ambientais, genéticos e mecanismos patogénicos comuns. Esta relação tem sido documentada em doentes com Síndrome de Sj?gren, Artrite Reumatóide e Lúpus Eritematoso Sistémico. Evidências recentes demonstram que a tiroidite autoimune está também intimamente ligada às síndromes de dor crónica generalizada, incluindo a Fibromialgia, e que o défice de vitamina D poderá desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de doenças autoimunes da tiróide. Objetivo: Determinar a prevalência de patologia reumatológica nos doentes codificados com o diagnóstico de Tiroidite Autoimune, na consulta externa de Reumatologia da ULS de Castelo Branco. Métodos: Estudo de coorte retrospetivo não controlado não aleatório, baseado na recolha de dados clínicos dos doentes com diagnóstico de Tiroidite Autoimune seguidos na consulta da Unidade de Reumatologia do Hospital Amato Lusitano, por diferentes condições reumatológicas, no período compreendido entre Março de 2011 e Agosto de 2016. Resultados: A população em estudo é composta por 94 indivíduos do sexo feminino e apenas dois do sexo masculino, com média de idades de 52,74±11,34 anos. Foi caracterizada a população em termos de anticorpos antitiroideus e outros anticorpos associados, com as seguintes frequências: 76,04% com valores de anti-TPO superiores a 60 U/ml, 56,25% com anti-TG superior a 60 U/ml, 46,88% com Anticorpo anti-nuclear positivo, 10,48% Fator Reumatóide positivo, 6,25% com positividade para anticorpo anti-dsDNA, 11,46% com algum dos anticorpos do painel ENA positivos, 2,08% de positividade para CCP. As patologias encontradas mais frequentemente associadas foram a Fibromialgia (28,13%), Conectivites (25%), Artrite Reumatóide (5,21%), e Espondilartropatia (4,17%). No grupo de doentes em estudo verificou-se, por ordem decrescente, os seguintes sinais e sintomas: poliartralgias (82,29%), dor muscular (41,67%), dor generalizada (33,33%), síndrome do túnel cárpico (12,5%), tendinopatia do ombro (8,33%) e artrite/sinovite (7,20%). Foram avaliados ainda os níveis de Vitamina D, sendo que 84,8% dos doentes têm níveis inferiores a 30 ng/mL. Discussão: As manifestações musculo-esqueléticas são manifestações cada vez mais importantes na doença autoimune da tiróide, existindo estudos que sugerem a sua avaliação e gestão precoces no contexto desta doença. Seria interessante aplicar a mesma metodologia noutros estudos a nível nacional, para se conseguir fazer uma caracterização mais precisa da doença reumatológica e sintomatologia musculoesquelética no contexto da tiroidite autoimune em Portugal, a fim de se poderem apresentar recomendações para a prática clínica baseadas em maior certeza e adequadas à população em causa.
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spelling Sintomas osteoarticulares em pacientes com tiroidite autoimuneEstudo de doentes de um serviço de ReumatologiaDoença ReumatológicaDor GeneralizadaManifestações OsteoarticularesTiroidite AutoimuneVitamina DDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A patologia autoimune da tiroide é a forma mais comum de doença autoimune, com maior representação no género feminino. A sua associação com doenças reumatológicas está demonstrada, sugerindo a presença de fatores etiológicos, ambientais, genéticos e mecanismos patogénicos comuns. Esta relação tem sido documentada em doentes com Síndrome de Sj?gren, Artrite Reumatóide e Lúpus Eritematoso Sistémico. Evidências recentes demonstram que a tiroidite autoimune está também intimamente ligada às síndromes de dor crónica generalizada, incluindo a Fibromialgia, e que o défice de vitamina D poderá desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de doenças autoimunes da tiróide. Objetivo: Determinar a prevalência de patologia reumatológica nos doentes codificados com o diagnóstico de Tiroidite Autoimune, na consulta externa de Reumatologia da ULS de Castelo Branco. Métodos: Estudo de coorte retrospetivo não controlado não aleatório, baseado na recolha de dados clínicos dos doentes com diagnóstico de Tiroidite Autoimune seguidos na consulta da Unidade de Reumatologia do Hospital Amato Lusitano, por diferentes condições reumatológicas, no período compreendido entre Março de 2011 e Agosto de 2016. Resultados: A população em estudo é composta por 94 indivíduos do sexo feminino e apenas dois do sexo masculino, com média de idades de 52,74±11,34 anos. Foi caracterizada a população em termos de anticorpos antitiroideus e outros anticorpos associados, com as seguintes frequências: 76,04% com valores de anti-TPO superiores a 60 U/ml, 56,25% com anti-TG superior a 60 U/ml, 46,88% com Anticorpo anti-nuclear positivo, 10,48% Fator Reumatóide positivo, 6,25% com positividade para anticorpo anti-dsDNA, 11,46% com algum dos anticorpos do painel ENA positivos, 2,08% de positividade para CCP. As patologias encontradas mais frequentemente associadas foram a Fibromialgia (28,13%), Conectivites (25%), Artrite Reumatóide (5,21%), e Espondilartropatia (4,17%). No grupo de doentes em estudo verificou-se, por ordem decrescente, os seguintes sinais e sintomas: poliartralgias (82,29%), dor muscular (41,67%), dor generalizada (33,33%), síndrome do túnel cárpico (12,5%), tendinopatia do ombro (8,33%) e artrite/sinovite (7,20%). Foram avaliados ainda os níveis de Vitamina D, sendo que 84,8% dos doentes têm níveis inferiores a 30 ng/mL. Discussão: As manifestações musculo-esqueléticas são manifestações cada vez mais importantes na doença autoimune da tiróide, existindo estudos que sugerem a sua avaliação e gestão precoces no contexto desta doença. Seria interessante aplicar a mesma metodologia noutros estudos a nível nacional, para se conseguir fazer uma caracterização mais precisa da doença reumatológica e sintomatologia musculoesquelética no contexto da tiroidite autoimune em Portugal, a fim de se poderem apresentar recomendações para a prática clínica baseadas em maior certeza e adequadas à população em causa.Introduction: Thyroid autoimmune pathology is the most common form of autoimmune disease, and it occurs particularly in females. Its association with rheumatologic diseases has been demonstrated, having been suggested the presence of environmental, genetic and other pathogenic mechanisms in common. This relationship has been documented in patients with Sj?gren's Syndrome, Rheumatoid Arthritis and Systemic Lupus Erythematosus. Recent evidence suggests that the autoimmune thyroiditis is also intimately connected to generalized chronic pain syndromes, such as Fibromyalgia, and that a vitamin D deficit may have an important role on the development of thyroid autoimmune diseases. Goals: Determine the prevalence of rheumatologic patology and signs/symptoms in the patients codified with the diagnosis "Autoimmune Thyroiditis", followed in the outpatient Rheumatology consultation of Hospital Amato Lusitano, in Castelo Branco, Portugal. Methods: Retrospective cohort study, non-randomized, non-controlled, based on the clinical information of the patients with Autoimmune Thyroiditis followed in the outpatient Rheumatology consultation of Hospital Amato Lusitano, with different rheumatologic conditions, from March 2011 to August 2016. Results: In the study population there are 94 female individuals, and only two males, with a mean age of 52,74±11,34 years. In what concerns to anti-thyroid antibodies and associated antibodies, the results were as follows: 76,04% of patients have anti-TPO values above 60 U/ml, 56,25% have anti-TG above 60 U/ml, 46,88% have positive ANA, 10,48% are positive for RF, 6,25% are positive for anti-dsDNA, 11,46% of our patients are positive for some of the ENA panel antibodies and 2,08% are positive for CCP. The most commonly found diseases were Fibromyalgia (28,13%), Connectivitis (25%), Rheumatoid Arthritis(5,21%), and Spondiloartropathy(4,17%). In this group of patients, we found the following signs and symptoms: polyarthralgias (82,29%), muscular pain (41,67%), generalized pain (33,33%), carpal tunnel syndrome (12,5%), shoulder tendinopathy(8,33%) e arthritis/synovitis (7,20%). We also gathered the levels of vitamin D, and found that 84,8% of our patients have vitamin D levels bellow 30 ng/ml. Conclusion: Musculoskeletal manifestations are becoming increasingly important in the context of thyroid autoimmune disease, and there are studies that suggest their early evaluation and management in patients with this disease. It would be interesting to apply our study methods nationally, to characterize more accurately the rheumatologic disease and musculoskeletal symptoms in the context of autoimmune thyroid disease in Portugal, in order to formulate recommendations for the clinical practice based on more certainty, and best suited to our population.Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedouBibliorumFerreira, Maria Inês de Melo2019-12-20T17:29:07Z2017-4-272017-06-282017-06-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8069TID:202347389porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:47:48Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8069Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:29.398425Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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