Franceses, mulheres e outros estrangeiros : de um sermão de 1811 à poesia panfletária de Catarina de Lencastre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borralho, Maria Luísa Malato
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://journals.openedition.org/carnets/7460
Resumo: Os estudos literários têm desvalorizado a poesia panfletária dos séculos XVIII e XIX. Ela é o exemplo de uma literatura circunstancial e menor, ou a permanência de uma moral ao serviço de uma ideologia. Em qualquer dos casos, um corpo estranho na História Literária que ficciona o nascimento espontâneo do « indivíduo romântico », da “sentimentalidade feminina”, e até de uma “arte pela arte”, amoral e apolítica. E, no entanto, a poesia panfletária que nasce das invasões francesas é a melhor prova dessa mesma historiografia: evidencia o caráter mediático da Literatura, o hibridismo da poesia épica e lírica, mas também a ambiguidade retórica de uma « literatura» que pode ser afinal uma arma do género, evadindo as mulheres do espaço doméstico. Estes aspetos se exemplificarão com a obra de uma poetisa esquecida: Catarina de Lencastre, pretexto adicional para rever os cânones da nossa História Literária.
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