Neurodesenvolvimento de grandes prematuros ou recém-nascidos com muito baixo peso: Comparação de gémeos monocoriónicos e bicoriónicos com recém-nascidos de gestação unifetal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Taborda, Adelaide
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Oliveira, Guiomar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/108407
https://doi.org/10.20344/amp.7079
Resumo: Introdução: Estudos evidenciaram maior taxa de alterações do neurodesenvolvimento nos gémeos em relação aos recém-nascidos de gestação unifetal. O objetivo deste trabalho foi comparar alterações do neurodesenvolvimento em gémeos (monocoriónicos e bicoriónicos) grandes prematuros ou de muito baixo peso ao nascer, com recém-nascidos de gestação unifetal. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de uma coorte de recém-nascidos com idade gestacional inferior a 32 semanas ou peso de nascimento inferior a 1500 g, internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, numa maternidade de apoio perinatal diferenciado da Região Centro de Portugal, no período de 2006 a 2010. A avaliação do neurodesenvolvimento foi realizada aos 24 meses, com a escala de Growing Skills II. No diagnóstico de paralisia cerebral usou-se a classificação internacional de Surveillance of Cerebral Palsy in Europe. Foram comparados recém-nascidos de gestação unifetal com recém-nascidos de gravidez múltipla e com os subgrupos: monocoriónicos e bicoriónicos. Análise estatística pelo SPSS versão 20.0. Foi aplicado um modelo de regressão logística. Resultados: Foram avaliados 194 recém-nascidos do grupo gestação unifetal e 89 gémeos - 50 bicoriónicos e 39 monocoriónicos. Os gémeos monocoriónicos apresentaram maior risco, em relação ao grupo de gestação unifetal, de alterações moderadas a graves do neurodesenvolvimento global (OR ajustado 3,6) e nas subáreas: locomoção (OR ajustado 12,2) linguagem (OR ajustado 6,5) e autonomia (OR ajustado 7,2). A paralisia cerebral foi diagnosticada em 15,4% dos gémeos monocoriónicos e 4,1% de gestação unifetal (OR ajustado 4,2). Discussão: Este trabalho evidenciou taxa superior de alterações moderadas a graves do neurodesenvolvimento, incluindo a paralisia cerebral nos gémeos monocoriónicos em relação ao grupo de gestação unifetal. A análise por grupos estratificados em relação à idade gestacional e a comparação de monocoriónicos com bicoriónicos alertou para o papel da corionicidade na base destas sequelas. Conclusão: Podemos concluir que os gémeos monocoriónicos apresentaram, na população estudada, um risco significativo de sequelas moderadas a graves do neurodesenvolvimento.
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O objetivo deste trabalho foi comparar alterações do neurodesenvolvimento em gémeos (monocoriónicos e bicoriónicos) grandes prematuros ou de muito baixo peso ao nascer, com recém-nascidos de gestação unifetal. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de uma coorte de recém-nascidos com idade gestacional inferior a 32 semanas ou peso de nascimento inferior a 1500 g, internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, numa maternidade de apoio perinatal diferenciado da Região Centro de Portugal, no período de 2006 a 2010. A avaliação do neurodesenvolvimento foi realizada aos 24 meses, com a escala de Growing Skills II. No diagnóstico de paralisia cerebral usou-se a classificação internacional de Surveillance of Cerebral Palsy in Europe. Foram comparados recém-nascidos de gestação unifetal com recém-nascidos de gravidez múltipla e com os subgrupos: monocoriónicos e bicoriónicos. Análise estatística pelo SPSS versão 20.0. Foi aplicado um modelo de regressão logística. Resultados: Foram avaliados 194 recém-nascidos do grupo gestação unifetal e 89 gémeos - 50 bicoriónicos e 39 monocoriónicos. Os gémeos monocoriónicos apresentaram maior risco, em relação ao grupo de gestação unifetal, de alterações moderadas a graves do neurodesenvolvimento global (OR ajustado 3,6) e nas subáreas: locomoção (OR ajustado 12,2) linguagem (OR ajustado 6,5) e autonomia (OR ajustado 7,2). A paralisia cerebral foi diagnosticada em 15,4% dos gémeos monocoriónicos e 4,1% de gestação unifetal (OR ajustado 4,2). Discussão: Este trabalho evidenciou taxa superior de alterações moderadas a graves do neurodesenvolvimento, incluindo a paralisia cerebral nos gémeos monocoriónicos em relação ao grupo de gestação unifetal. A análise por grupos estratificados em relação à idade gestacional e a comparação de monocoriónicos com bicoriónicos alertou para o papel da corionicidade na base destas sequelas. Conclusão: Podemos concluir que os gémeos monocoriónicos apresentaram, na população estudada, um risco significativo de sequelas moderadas a graves do neurodesenvolvimento.Introduction: Twins are associated with a delayed development and cerebral palsy. The purpose of this work was to compare the neurologic morbidity in very preterm or very low birth weight dichorionic and monochorionic twins with singletons. Material and Methods: We conducted a retrospective cohort study of livebirths lowest through 32 weeks of gestation or very low weight infants admitted to Neonatal Intensive Care Unit of a level III hospital, between 2006 and 2010. Development was evaluated with the Growing Skills II Scale at 24 months of age. Cerebral palsy was defined by predetermined criteria by Surveillance of Cerebral Palsy in Europe. Infants were analyzed as twins and singletons cohort. Within the twin category the infants were further separated as dichorionic and monochorionic and were compared with singletons infants. Logistic regression models were used to control for demographic and clinical factors. Results: The cohort of infants who were assessed for neurodevelopmental impaired, consisted of 194 singletons infants and 89 twins (50 dichorionic; 39 monochorionic). Monochorionic twins, when compared with the singletons, showed an increased risk of severe developmental delay in these areas: locomotion (adjusted OR 12.2) language (adjusted OR 6.5) and autonomy (adjusted OR 7.2). Cerebral palsy was diagnosed in 4.1% of singleton infants and 15.4% of monochorionic twins. The adjusted risk of severe developmental delay and cerebral palsy in monochorionic twins was 3.6 and 4.2, respectively. Discussion: This work showed higher rate of moderate and severe neurodevelopment delay including cerebral palsy in monochorionic twins compared to singletons infants. Analysis by groups stratified according to gestational age and comparison of monochorionic and dichorionic twins displayed the role of chorionicity for these neurodevelopmental disorders. Conclusions: In our sample the monochorionic twins are associated with an independent risk of neurodevelopmental delay.Ordem dos Medicos2016-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/108407http://hdl.handle.net/10316/108407https://doi.org/10.20344/amp.7079por1646-07580870-399XTaborda, AdelaideOliveira, Guiomarinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-29T10:23:19Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/108407Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:24:42.432280Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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