Angústias precoces, rêverie materna, destinos da violência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.15/362 |
Resumo: | A autora propõe-nos, a partir do vértice da teoria psicanalítica, uma reflexão sobre a dualidade da natureza humana, onde coabitam forças de ligação e de desligamento, de construção e de destruição, de amor e ódio, de cuja integração depende a construção do psiquismo e os destinos da violência. A partir dos conceitos de rêverie materna e de função alfa (Bion) reflecte sobre a função das primeiras experiências relacionais e vinculativas na díade mãe-bebé para o assentamento narcísico e para a contenção, apaziguamento e transformação da violência pulsional primitiva e das angústias precoces. Postula-se que estas angústias, quando insuficientemente acolhidas e metabolizadas, conduzirão a criança a um incremento dos mecanismos de projecção, de evacuação violenta e do agir. A progressiva interiorização desta função de protecção e de significação, assegurada pelo envolvimento materno, virá a constituir-se como o primeiro acompanhante interno que auxiliará a criança no controle e transformação da violência do impulso e na construção de um sistema de pensamento simultaneamente capaz de se ler a si mesmo e de ler e compreender os estados emocionais do Outro (empatia). - The author proposes, through the vertex of psychoanalytic theory, a reflection on the duality of human nature, inhabited by forces of connection and disconnection, of construction and destruction, of love and hate, whose integration is fundamental for the construction of the psychological world and the destinies of violence. Based on the concepts of maternal rêverie and alpha function (Bion), the author reflects on the functions of the first relational and linking experiences in the mother-infant dyad for the building of narcissism and for the containment, appeasement and transformation of the primitive instinctual violence and primitive anxieties. It is postulated that these anxieties, when insufficiently fostered and metabolized, will lead the child to an increasing usage of the mechanisms of projection, violent evacuation and acting out. The progressive internalization of this protective and signifying function, assured by maternal involvement, will become the first internal companion that will help the child to control and transform the instinctual violence and to build a thinking system, with the capacity to simultaneously read himself and to read and understand the emotional states of the Other (empathy). |
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