Necessidades informacionais relacionadas com a reprodução em mulheres jovens sobreviventes de cancro da mama: um estudo qualitativo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/36196 |
Resumo: | O cancro da mama tem registado uma crescente incidência a nível mundial em mulheres jovens que ainda não completaram os seus projetos parentais. No entanto, os protocolos terapêuticos, nomeadamente a exposição a agentes alquilantes, podem associar-se a um comprometimento da fertilidade e uma interrupção ou adiamento da maternidade. O presente estudo qualitativo objetivou identificar e compreender as necessidades informacionais (não) atendidas de mulheres jovens sobreviventes de cancro da mama relativamente ao impacto da doença e dos tratamentos na fertilidade; compreender as perceções e preferências destas mulheres face aos diversos desafios reprodutivos que surgem no contexto de uma doença oncológica; melhorar o entendimento acerca das questões e eventuais limitações que ocorrem em contexto de aconselhamento de fertilidade; e potenciar orientações e alternativas informacionais para lidar com os diversos desafios reprodutivos. A amostra incluiu 24 mulheres jovens sobreviventes de cancro da mama, entre os 27 e os 45 anos (M=37.21; DP=4.44) diagnosticadas, em média, há aproximadamente 2,5 anos e que se encontravam a realizar, na sua maioria, terapia hormonal. O estudo foi divulgado online e as sobreviventes de cancro, que se voluntariam a participar no estudo, preencheram um questionário sociodemográfico e participaram numa entrevista semiestruturada que decorreu via online. As entrevistas foram gravadas, transcritas e sujeitas a análise temática. Os resultados sugeriram que existem preferências no formato (e.g. informações vindas de estruturas de encaminhamento (i.e. privadas), de outros profissionais de saúde (i.e. enfermeiros) e da internet), no timing (e.g. informações obtidas precocemente) e no conteúdo (e.g. risco de infertilidade ou de menopausa precoce decorrentes das terapêuticas) da disponibilização da informação sobre a saúde reprodutiva e sexual. Algumas mulheres reportam ainda necessidades de informação não atendidas relacionadas com as informações dadas pelos profissionais de saúde sobre a fertilidade e a sexualidade (e.g. riscos e implicações dos tratamentos, riscos genéticos existentes e que poderão ter comprometimentos na saúde de um futuro filho e estratégias a adotar face às mudanças no funcionamento sexual, na intimidade e na imagem corporal decorrentes da exposição a certas terapêuticas) e a existência de fatores externos (e.g. as informações fornecidas por médico oncologista, o pouco tempo de consulta ou a falha no timing da disponibilização de informação) que podem influir nas tomadas de decisão (e.g. preservação da fertilidade). Os resultados apontam para a urgência em se desenvolverem estudos e protocolos interventivos dirigidos às mulheres jovens sobreviventes de cancro da mama focados na problemática da fertilidade e sexualidade. |
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O presente estudo qualitativo objetivou identificar e compreender as necessidades informacionais (não) atendidas de mulheres jovens sobreviventes de cancro da mama relativamente ao impacto da doença e dos tratamentos na fertilidade; compreender as perceções e preferências destas mulheres face aos diversos desafios reprodutivos que surgem no contexto de uma doença oncológica; melhorar o entendimento acerca das questões e eventuais limitações que ocorrem em contexto de aconselhamento de fertilidade; e potenciar orientações e alternativas informacionais para lidar com os diversos desafios reprodutivos. A amostra incluiu 24 mulheres jovens sobreviventes de cancro da mama, entre os 27 e os 45 anos (M=37.21; DP=4.44) diagnosticadas, em média, há aproximadamente 2,5 anos e que se encontravam a realizar, na sua maioria, terapia hormonal. O estudo foi divulgado online e as sobreviventes de cancro, que se voluntariam a participar no estudo, preencheram um questionário sociodemográfico e participaram numa entrevista semiestruturada que decorreu via online. As entrevistas foram gravadas, transcritas e sujeitas a análise temática. Os resultados sugeriram que existem preferências no formato (e.g. informações vindas de estruturas de encaminhamento (i.e. privadas), de outros profissionais de saúde (i.e. enfermeiros) e da internet), no timing (e.g. informações obtidas precocemente) e no conteúdo (e.g. risco de infertilidade ou de menopausa precoce decorrentes das terapêuticas) da disponibilização da informação sobre a saúde reprodutiva e sexual. Algumas mulheres reportam ainda necessidades de informação não atendidas relacionadas com as informações dadas pelos profissionais de saúde sobre a fertilidade e a sexualidade (e.g. riscos e implicações dos tratamentos, riscos genéticos existentes e que poderão ter comprometimentos na saúde de um futuro filho e estratégias a adotar face às mudanças no funcionamento sexual, na intimidade e na imagem corporal decorrentes da exposição a certas terapêuticas) e a existência de fatores externos (e.g. as informações fornecidas por médico oncologista, o pouco tempo de consulta ou a falha no timing da disponibilização de informação) que podem influir nas tomadas de decisão (e.g. preservação da fertilidade). Os resultados apontam para a urgência em se desenvolverem estudos e protocolos interventivos dirigidos às mulheres jovens sobreviventes de cancro da mama focados na problemática da fertilidade e sexualidade.Breast cancer has registered an increasing incidence worldwide in young women who have not yet completed their parental projects. However, therapeutic protocols, namely the exposure to alkylating agents, may be associated with a compromise of fertility and interruption or postponement of motherhood. This qualitative study aimed to identify and understand the (un)met informational needs of young women breast cancer survivors regarding the impact of the disease and treatments on fertility; to understand these women's perceptions and preferences towards the different reproductive challenges that arise in the context of a cancer disease; to improve the understanding about the issues and possible limitations that occur in the context of fertility counselling; and to enhance informational guidance and alternatives to deal with the different reproductive challenges. The sample included 24 young women breast cancer survivors, aged 27-45 years (M=37.21; SD=4.44) diagnosed, on average, approximately 2.5 years ago and who were mostly undergoing hormone therapy. The study was advertised online and cancer survivors, who volunteered to participate in the study, completed a sociodemographic questionnaire and participated in a semistructured interview that took place via online. The interviews were recorded, transcribed and subjected to thematic analysis. The results suggested that there are preferences in the format (e.g. information coming from referral structures (e.g. private), from other health professionals (e.g. nurses) and from the internet), in the timing (e.g. information obtained early) and in the content (e.g. risk of infertility or early menopause due to therapies) of the provision of information on reproductive and sexual health. Some women also reported unmet information needs related to the information provided by health professionals on fertility and sexuality (e.g. risks and implications of treatments, existing genetic risks that could compromise the health of a future child and strategies to be adopted regarding changes in sexual functioning, intimacy and body image due to exposure to certain therapies) and the existence of external factors (e.g. the information provided by the oncologist, the short time of consultation or the lack of timing in the provision of information) which may influence decision making (e.g. preservation of fertility). The results point to the urgency in developing studies and interventive protocols directed at young women survivors of breast cancer, focused on the problematic of fertility and sexuality.2023-02-02T10:30:01Z2022-11-28T00:00:00Z2022-11-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/36196porTeixeira, Mariana Jorge Patinha dos Santosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:09:45Zoai:ria.ua.pt:10773/36196Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:07:03.982708Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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