(Des)Teatralizando a sociedade através do teatro do oprimido: estudo de caso do grupo de teatro do oprimido ValArt

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Ana Isabel
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/9254
Resumo: O presente estudo abordou os conceitos de cidadania, cultura e espaço público através do Teatro do Oprimido (TO) que apesar de ser pouco difundido em Portugal, pode ser uma ferramenta potenciadora do debate público acerca de questões políticas e fomentar a participação dos indivíduos enquanto cidadãos conscientes na sociedade. O TO, nomeadamente o Teatro Fórum, pode facilitar a intervenção social de vários modos através da transposição do quotidiano para o palco, onde ocorre um distanciamento do indivíduo com a sua realidade enquanto este aprende a avaliá-la de outro ponto de vista, reposicionando-se face à mesma. Neste processo o indivíduo aprende a realizar o mesmo movimento de si para a sociedade, sendo que é pela tomada de consciência da sua situação individual e social, que a sua condição poderá ser alterada. Através de uma investigação qualitativa – estudo de caso do grupo ValArt (Grupo de Teatro do Oprimido do Vale da Amoreira) – acompanhou-se a criação e desenvolvimento da peça de Teatro Fórum “Assim quem vai querer?” sobre igualdade de género, decisões e escolhas sobre a descoberta do sexo na adolescência. Através de observações e conversas em grupo, entrevistas e diário de campo, pretendeu-se (i) avaliar o modo alguns contributos teóricos da sociologia e do teatro abordados neste trabalho, se cruzam com a prática metodológica de Augusto Boal utilizada pelo grupo em estudo, e (ii) perceber a forma como se pode fomentar a consciencialização dos indivíduos para melhor intervirem na sociedade enquanto cidadãos através do TO. Com esta dissertação verifica-se que o TO é uma forma de potenciar o debate público acerca das questões políticas. É através de iniciativas sociais como esta que é possível reinventar a cidadania, um conceito controverso na situação actual em que o mundo se encontra.
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