Processo de transição de mulheres em idade reprodutiva : da interrupção voluntária da gravidez, ao autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/54671 |
Resumo: | A gravidez não planeada é um acontecimento que pode culminar numa interrupção voluntária da gravidez. Esta, em Portugal, é possível por opção da mulher se realizada até às 10 semanas de gravidez. É um processo complexo, que requer comportamentos de autocuidado no lidar com a interrupção da gravidez em casa, mas também capacitação para a adesão e gestão de métodos de contraceção preventivos de uma futura gravidez não planeada e indesejada. Este estudo pretende responder à questão de investigação “Como é que mulheres, que interromperam a gravidez por opção e por método medicamentoso, constroem o processo de transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção?”. Tendo como finalidade a construção de uma teoria compreensiva do processo de transição de mulheres em idade reprodutiva: da interrupção da gravidez ao autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção, suportamo-nos na Teoria das Transições de Afaf Meleis e a Teoria do Défice de Autocuidado de Enfermagem de Dorothea Orem. Este estudo qualitativo utiliza o referencial metodológico da Grounded theory, seguindo os pressupostos de Strauss e Corbin (2008). A amostra foi constituída por 21 participantes que experienciaram um processo de interrupção da gravidez por opção até às 10 semanas de gravidez. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas a 18 mulheres após a consulta de controlo em dois contextos distintos de cuidados diferenciados e a 3 mulheres que interromperam voluntariamente a gravidez há mais de três anos. Da análise do processo de codificação dos dados sobressaiu como categoria central Construin-do trajetórias reprodutivas. Esta contempla três conceitos interrelacionados: Maternidade por opção; Autocuidado no lidar com a interrupção da gravidez e Autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção. Constatamos que a construção do processo de transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção, para as mulheres que interromperam a gravidez por opção, é um processo complexo e está imbuído num contexto de vulnerabilidade, onde emergem questões de género, do “eu” enquanto mulher fértil, enquanto mãe que experiencia e elabora a maternidade enquadrada num modelo intensivo. O lidar com a interrupção da gravidez faz emergir um conjunto de diferentes respostas humanas, na dimensão biológica, social ou emocional e existencial. A transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção é um processo dinâmico, movido pela forma como as mulheres construíram as estratégias de capacitação para o autocuidado e como esta experiência foi transformadora. A compreensão da problemática estudada contribuiu para a disciplina e o exercício da enfermagem, quer na introdução de novos conceitos, quer na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde das mulheres em Portugal. |
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Processo de transição de mulheres em idade reprodutiva : da interrupção voluntária da gravidez, ao autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceçãoInterrupção voluntária da gravidezmétodos de contraceçãoadesão a métodos de contraceçãoautocuidadoEnfermagemVoluntary termination of pregnancySelf-careAdherence to contraceptive methodsContraceptive methodsnursingDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da SaúdeA gravidez não planeada é um acontecimento que pode culminar numa interrupção voluntária da gravidez. Esta, em Portugal, é possível por opção da mulher se realizada até às 10 semanas de gravidez. É um processo complexo, que requer comportamentos de autocuidado no lidar com a interrupção da gravidez em casa, mas também capacitação para a adesão e gestão de métodos de contraceção preventivos de uma futura gravidez não planeada e indesejada. Este estudo pretende responder à questão de investigação “Como é que mulheres, que interromperam a gravidez por opção e por método medicamentoso, constroem o processo de transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção?”. Tendo como finalidade a construção de uma teoria compreensiva do processo de transição de mulheres em idade reprodutiva: da interrupção da gravidez ao autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção, suportamo-nos na Teoria das Transições de Afaf Meleis e a Teoria do Défice de Autocuidado de Enfermagem de Dorothea Orem. Este estudo qualitativo utiliza o referencial metodológico da Grounded theory, seguindo os pressupostos de Strauss e Corbin (2008). A amostra foi constituída por 21 participantes que experienciaram um processo de interrupção da gravidez por opção até às 10 semanas de gravidez. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas a 18 mulheres após a consulta de controlo em dois contextos distintos de cuidados diferenciados e a 3 mulheres que interromperam voluntariamente a gravidez há mais de três anos. Da análise do processo de codificação dos dados sobressaiu como categoria central Construin-do trajetórias reprodutivas. Esta contempla três conceitos interrelacionados: Maternidade por opção; Autocuidado no lidar com a interrupção da gravidez e Autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção. Constatamos que a construção do processo de transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção, para as mulheres que interromperam a gravidez por opção, é um processo complexo e está imbuído num contexto de vulnerabilidade, onde emergem questões de género, do “eu” enquanto mulher fértil, enquanto mãe que experiencia e elabora a maternidade enquadrada num modelo intensivo. O lidar com a interrupção da gravidez faz emergir um conjunto de diferentes respostas humanas, na dimensão biológica, social ou emocional e existencial. A transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção é um processo dinâmico, movido pela forma como as mulheres construíram as estratégias de capacitação para o autocuidado e como esta experiência foi transformadora. A compreensão da problemática estudada contribuiu para a disciplina e o exercício da enfermagem, quer na introdução de novos conceitos, quer na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde das mulheres em Portugal.Unplanned pregnancy is an event that can lead to voluntary termination of pregnancy. In Portugal, women can choose to do it before the 10th week of pregnancy. It is a complex process that requires self-care behaviors to cope with the abortion at home and training to use and manage contraceptive methods to avoid an unplanned and unwanted pregnancy in the future. The purpose of this study is to answer the following research question: "How do women who underwent voluntary termination of pregnancy transition to the self-care activity of using and managing contraceptive methods?". The aim is to build a comprehensive theory of the transition process of women of reproductive age: from termination of pregnancy to the self-care activity of using and managing contraceptive methods based on Afaf Meleis' Transitions Theory and Dorothea Orem's Self-Care Deficit Theory. This qualitative study used the Grounded Theory methodological framework proposed by Strauss and Corbin (2008). The theoretical sample consisted of 21 participants who underwent voluntary termination of pregnancy before the 10th week of pregnancy. Semi-structured interviews were conducted with 18 women after the follow-up appointment in two different contexts of differentiated care and with three women who voluntarily terminated their pregnancy more than three years ago. Data analysis revealed a central category – "Building reproductive trajectories" – that included three interrelated concepts: Motherhood by choice; Self-care in coping with termination of pregnancy; and Self-care in using and managing contraceptive methods. The transition to the self-care activity of using and managing contraceptive methods is a complex process for women who underwent voluntary termination of pregnancy. It occurs in a context of vulnerability that generates gender issues and personal issues related to being a fertile woman and a mother who experiences and develops a model of intensive mothering. Coping with termination of pregnancy triggers a set of biological, social, emotional, and existential responses. The transition to the self-care activity of using and managing contraceptive methods is a dynamic process influenced by how women developed their self-care strategies and how this experience transformed them. Understanding this phenomenon contributes to the nursing discipline and profession, both due to the introduction of new concepts and the improvement of the quality of women's health care in Portugal.Mendes, Isabel Margarida Marques Monteiro DiasCosta, Maria Arminda da Silva Mendes Carneiro daRepositório da Universidade de LisboaSantos, Ana Maria Poço2022-10-03T16:47:49Z2021-122019-062021-12-01T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/54671TID:101390165porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-20T18:16:38Zoai:repositorio.ul.pt:10451/54671Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-20T18:16:38Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A gravidez não planeada é um acontecimento que pode culminar numa interrupção voluntária da gravidez. Esta, em Portugal, é possível por opção da mulher se realizada até às 10 semanas de gravidez. É um processo complexo, que requer comportamentos de autocuidado no lidar com a interrupção da gravidez em casa, mas também capacitação para a adesão e gestão de métodos de contraceção preventivos de uma futura gravidez não planeada e indesejada. Este estudo pretende responder à questão de investigação “Como é que mulheres, que interromperam a gravidez por opção e por método medicamentoso, constroem o processo de transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção?”. Tendo como finalidade a construção de uma teoria compreensiva do processo de transição de mulheres em idade reprodutiva: da interrupção da gravidez ao autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção, suportamo-nos na Teoria das Transições de Afaf Meleis e a Teoria do Défice de Autocuidado de Enfermagem de Dorothea Orem. Este estudo qualitativo utiliza o referencial metodológico da Grounded theory, seguindo os pressupostos de Strauss e Corbin (2008). A amostra foi constituída por 21 participantes que experienciaram um processo de interrupção da gravidez por opção até às 10 semanas de gravidez. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas a 18 mulheres após a consulta de controlo em dois contextos distintos de cuidados diferenciados e a 3 mulheres que interromperam voluntariamente a gravidez há mais de três anos. Da análise do processo de codificação dos dados sobressaiu como categoria central Construin-do trajetórias reprodutivas. Esta contempla três conceitos interrelacionados: Maternidade por opção; Autocuidado no lidar com a interrupção da gravidez e Autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção. Constatamos que a construção do processo de transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção, para as mulheres que interromperam a gravidez por opção, é um processo complexo e está imbuído num contexto de vulnerabilidade, onde emergem questões de género, do “eu” enquanto mulher fértil, enquanto mãe que experiencia e elabora a maternidade enquadrada num modelo intensivo. O lidar com a interrupção da gravidez faz emergir um conjunto de diferentes respostas humanas, na dimensão biológica, social ou emocional e existencial. A transição para o autocuidado na adesão e gestão de métodos de contraceção é um processo dinâmico, movido pela forma como as mulheres construíram as estratégias de capacitação para o autocuidado e como esta experiência foi transformadora. A compreensão da problemática estudada contribuiu para a disciplina e o exercício da enfermagem, quer na introdução de novos conceitos, quer na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde das mulheres em Portugal. |
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