Capital cultural: uma noção em final de carreira?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, João Sedas
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/873
Resumo: Discute-se sem exaustão o capital cultural como noção científica. Num primeiro movimento introduz-se alguma de conhecida crítica a ela endossada, mormente por Grignon e Passeron, apoiada em casos de pesquisa empírica que, nas "problemáticas", não se propuseram com ela contender. Chega-se então provisoriamente à ideia de "vício de legitimismo" que a afectaria. Num segundo movimento analisa-se, a partir de "um ponto de vista exemplarmente bourdiano", a noção enquanto "estrutura de significação ideológica" com potencial eficácia específica no contexto das lutas sociais e simbólicas que se desenrolam nos campos de produção cultural. Destaque às (in)definições de (auto-)classificação que Bourdieu manipula. Da conjugação dos dois movimentos fica a proposta, em balanço, não de simples abandono desta noção como operador teórico, tão somente das "solicitações universalistas" nela inscritas.
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Destaque às (in)definições de (auto-)classificação que Bourdieu manipula. Da conjugação dos dois movimentos fica a proposta, em balanço, não de simples abandono desta noção como operador teórico, tão somente das "solicitações universalistas" nela inscritas.This article begins with a short discussion about cultural capital as a scientific notion. It provides an introduction to some of the well-known criticisms that have been aimed at the concept, particularly by Grignon and Passeron, who illustrated their point using examples taken from empirical research that was not originally intended to dispute the issues posed by the idea itself. We thus provisionally reach the conclusion that the concept suffers from the "defect of legitimism". In a second phase we analyse it from an "exemplary Bourdian viewpoint", looking at it as a "structure that possesses both an ideological meaning" and the potential to be of real use within the specific context of the social and symbolic struggles that are waged on the fields of cultural production. We highlight the (in)definitions in terms of (self-)classification that are manipulated by Bourdieu. The conjugation of these two phases leads us to make the bottom-line suggestion that rather than just abandoning the whole concept as a tool, we should simply refute the universalist pretensions contained within it.Cet article présente, sans être exhaustif, le capital culturel en tant que notion scientifique. Dans un premier mouvement, il introduit certaines critiques bien connues qui lui sont adressée, notamment par Grignon et Passeron, étayée par des cas de recherche empirique qui, dans les "problématiques", n’ont pas cherché à les contrarier. On arrive ainsi provisoirement à l’idée de "vice de légitimisme" qui l’affecterait. Dans un deuxième mouvement, l’auteur analyse, à partir d’un "point de vue tout à fait bourdien", la notion en tant que "structure de signification idéologique" avec une efficacité spécifique potentielle dans le contexte des luttes sociales et symboliques qui se déroulent sur les champs de la production culturelle. L’accent est mis sur les (in)définitions de (auto)classification maniées par Bourdieu. La conjugaison des deux mouvements débouche sur la proposition, en guise de bilan, non pas du "simple" abandon de cette notion comme opérateur théorique, mais tout simplement des "sollicitations universalistes" qu’elle renferme.Se discute sin agotamiento el capital cultural como noción científica. En primer lugar se introduce una parte de la crítica conocida que se le endosa, generalmente Grignon y Passeron, apoyada en casos de investigación empírica que, dentro de la problemática, no se propusieron contender con ella. En este momento, se llega provisionalmente a la idea "vicio de legitimismo" que la afectaría. En segundo lugar se analiza, a partir de "un punto de vista ejemplarmente bourdiano", la noción como "estructura de significación ideológica" con potencial eficacia específica en el contexto de las luchas sociales y simbólicas que se desarrollan en los campos de producción cultural. Se destacan las (in)definiciones de (auto-) clasificación que Bourdieu manipula. De la conjugación de los dos movimientos queda la propuesta, en balance, no de simple abandono de esta noción como operador teórico, sino tan sólo de las pretensiones universalistas que están escritas en ella.CIES-ISCTE / CELTA2008-12-03T08:57:11Z1999-01-01T00:00:00Z1999info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/873por0873-6529Nunes, João Sedasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:40:01Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/873Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:18:28.830731Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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