Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins,Sílvia Colmonero
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Cardoso,Sofia, Marques,Ana Raquel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000100006
Resumo: Introdução: O carcinoma colorretal (CCR) é a 2ª causa de mortalidade por neoplasia nos países desenvolvidos. A prevenção primária assenta em mudanças de estilo de vida, estando em investigação a «quimioprevenção». Alguns estudos têm demonstrado benefício da Aspirina® (AAS) na prevenção do CCR. Objetivo: Determinar a evidência do efeito da AAS na incidência e mortalidade por CCR em indivíduos adultos de médio risco. Métodos: Foram identificados ensaios controlados aleatorizados (ECA), meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), guidelines baseadas na evidência, assim como revistas portuguesas de cuidados de saúde primários e bases de dados eletrónicas, incluindo MEDLINE e Cochrane Library. A pesquisa foi limitada a publicações realizadas entre 1/4/2006 e 1/4/2016, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando os termos MESH: Aspirin, Primary prevention e Colorectal neoplasms. Para atribuição de força de recomendação (FR) e de níveis de evidência foi utilizada a escala Strengh of Recomendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 75 artigos, dos quais sete cumpriam os critérios de inclusão: uma NOC, uma MA, três RS, um estudo de coorte e um estudo original. A NOC não recomenda a AAS para prevenir o CCR em indivíduos de risco médio de CCR com FR (SORT B). Globalmente, os estudos parecem mostrar que a AAS, em dose = 300mg/dia, administrada durante = 5 anos poderá reduzir a incidência de CCR com efeito mais pronunciado 10 anos após o início da toma. Doses inferiores, administradas com menor frequência e com duração de tratamento inferior, parecem ser menos efetivas. Conclusões: Conclui-se que a AAS, administrada de forma regular, poderá ser efetiva na redução da incidência do CCR, com eventual impacto na mortalidade por CCR e com uma FR B (SORT B). Contudo, o seu uso deve ser recomendado com cautela pela incidência aumentada de efeitos adversos, como a hemorragia gastrointestinal. ECAs futuros são necessários para esclarecer a dose e duração que permita ao indivíduo ter um benefício oncológico máximo e um mínimo risco hemorrágico.
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