Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000100006 |
Resumo: | Introdução: O carcinoma colorretal (CCR) é a 2ª causa de mortalidade por neoplasia nos países desenvolvidos. A prevenção primária assenta em mudanças de estilo de vida, estando em investigação a «quimioprevenção». Alguns estudos têm demonstrado benefício da Aspirina® (AAS) na prevenção do CCR. Objetivo: Determinar a evidência do efeito da AAS na incidência e mortalidade por CCR em indivíduos adultos de médio risco. Métodos: Foram identificados ensaios controlados aleatorizados (ECA), meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), guidelines baseadas na evidência, assim como revistas portuguesas de cuidados de saúde primários e bases de dados eletrónicas, incluindo MEDLINE e Cochrane Library. A pesquisa foi limitada a publicações realizadas entre 1/4/2006 e 1/4/2016, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando os termos MESH: Aspirin, Primary prevention e Colorectal neoplasms. Para atribuição de força de recomendação (FR) e de níveis de evidência foi utilizada a escala Strengh of Recomendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 75 artigos, dos quais sete cumpriam os critérios de inclusão: uma NOC, uma MA, três RS, um estudo de coorte e um estudo original. A NOC não recomenda a AAS para prevenir o CCR em indivíduos de risco médio de CCR com FR (SORT B). Globalmente, os estudos parecem mostrar que a AAS, em dose = 300mg/dia, administrada durante = 5 anos poderá reduzir a incidência de CCR com efeito mais pronunciado 10 anos após o início da toma. Doses inferiores, administradas com menor frequência e com duração de tratamento inferior, parecem ser menos efetivas. Conclusões: Conclui-se que a AAS, administrada de forma regular, poderá ser efetiva na redução da incidência do CCR, com eventual impacto na mortalidade por CCR e com uma FR B (SORT B). Contudo, o seu uso deve ser recomendado com cautela pela incidência aumentada de efeitos adversos, como a hemorragia gastrointestinal. ECAs futuros são necessários para esclarecer a dose e duração que permita ao indivíduo ter um benefício oncológico máximo e um mínimo risco hemorrágico. |
id |
RCAP_6a3d750df53c347fd537364c60992fe6 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S2182-51732019000100006 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidênciaAspirinPrimary preventionColorectal neoplasmsIntrodução: O carcinoma colorretal (CCR) é a 2ª causa de mortalidade por neoplasia nos países desenvolvidos. A prevenção primária assenta em mudanças de estilo de vida, estando em investigação a «quimioprevenção». Alguns estudos têm demonstrado benefício da Aspirina® (AAS) na prevenção do CCR. Objetivo: Determinar a evidência do efeito da AAS na incidência e mortalidade por CCR em indivíduos adultos de médio risco. Métodos: Foram identificados ensaios controlados aleatorizados (ECA), meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), guidelines baseadas na evidência, assim como revistas portuguesas de cuidados de saúde primários e bases de dados eletrónicas, incluindo MEDLINE e Cochrane Library. A pesquisa foi limitada a publicações realizadas entre 1/4/2006 e 1/4/2016, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando os termos MESH: Aspirin, Primary prevention e Colorectal neoplasms. Para atribuição de força de recomendação (FR) e de níveis de evidência foi utilizada a escala Strengh of Recomendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 75 artigos, dos quais sete cumpriam os critérios de inclusão: uma NOC, uma MA, três RS, um estudo de coorte e um estudo original. A NOC não recomenda a AAS para prevenir o CCR em indivíduos de risco médio de CCR com FR (SORT B). Globalmente, os estudos parecem mostrar que a AAS, em dose = 300mg/dia, administrada durante = 5 anos poderá reduzir a incidência de CCR com efeito mais pronunciado 10 anos após o início da toma. Doses inferiores, administradas com menor frequência e com duração de tratamento inferior, parecem ser menos efetivas. Conclusões: Conclui-se que a AAS, administrada de forma regular, poderá ser efetiva na redução da incidência do CCR, com eventual impacto na mortalidade por CCR e com uma FR B (SORT B). Contudo, o seu uso deve ser recomendado com cautela pela incidência aumentada de efeitos adversos, como a hemorragia gastrointestinal. ECAs futuros são necessários para esclarecer a dose e duração que permita ao indivíduo ter um benefício oncológico máximo e um mínimo risco hemorrágico.Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar2019-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000100006Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.35 n.1 2019reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000100006Martins,Sílvia ColmoneroCardoso,SofiaMarques,Ana Raquelinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:27:51Zoai:scielo:S2182-51732019000100006Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:32:24.393237Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência |
title |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência |
spellingShingle |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência Martins,Sílvia Colmonero Aspirin Primary prevention Colorectal neoplasms |
title_short |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência |
title_full |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência |
title_fullStr |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência |
title_full_unstemmed |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência |
title_sort |
Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência |
author |
Martins,Sílvia Colmonero |
author_facet |
Martins,Sílvia Colmonero Cardoso,Sofia Marques,Ana Raquel |
author_role |
author |
author2 |
Cardoso,Sofia Marques,Ana Raquel |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Martins,Sílvia Colmonero Cardoso,Sofia Marques,Ana Raquel |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Aspirin Primary prevention Colorectal neoplasms |
topic |
Aspirin Primary prevention Colorectal neoplasms |
description |
Introdução: O carcinoma colorretal (CCR) é a 2ª causa de mortalidade por neoplasia nos países desenvolvidos. A prevenção primária assenta em mudanças de estilo de vida, estando em investigação a «quimioprevenção». Alguns estudos têm demonstrado benefício da Aspirina® (AAS) na prevenção do CCR. Objetivo: Determinar a evidência do efeito da AAS na incidência e mortalidade por CCR em indivíduos adultos de médio risco. Métodos: Foram identificados ensaios controlados aleatorizados (ECA), meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), guidelines baseadas na evidência, assim como revistas portuguesas de cuidados de saúde primários e bases de dados eletrónicas, incluindo MEDLINE e Cochrane Library. A pesquisa foi limitada a publicações realizadas entre 1/4/2006 e 1/4/2016, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando os termos MESH: Aspirin, Primary prevention e Colorectal neoplasms. Para atribuição de força de recomendação (FR) e de níveis de evidência foi utilizada a escala Strengh of Recomendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 75 artigos, dos quais sete cumpriam os critérios de inclusão: uma NOC, uma MA, três RS, um estudo de coorte e um estudo original. A NOC não recomenda a AAS para prevenir o CCR em indivíduos de risco médio de CCR com FR (SORT B). Globalmente, os estudos parecem mostrar que a AAS, em dose = 300mg/dia, administrada durante = 5 anos poderá reduzir a incidência de CCR com efeito mais pronunciado 10 anos após o início da toma. Doses inferiores, administradas com menor frequência e com duração de tratamento inferior, parecem ser menos efetivas. Conclusões: Conclui-se que a AAS, administrada de forma regular, poderá ser efetiva na redução da incidência do CCR, com eventual impacto na mortalidade por CCR e com uma FR B (SORT B). Contudo, o seu uso deve ser recomendado com cautela pela incidência aumentada de efeitos adversos, como a hemorragia gastrointestinal. ECAs futuros são necessários para esclarecer a dose e duração que permita ao indivíduo ter um benefício oncológico máximo e um mínimo risco hemorrágico. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-02-01 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000100006 |
url |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000100006 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000100006 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.35 n.1 2019 reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137385043197952 |