Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/43856 https://doi.org/10.1590/S0104-40602013000200003 |
Resumo: | Atualmente a questão sindical encontra-se numa encruzilhada da qual dificilmente sairá sem sofrer danos profundos no seu actual modelo. Na verdade, o sindicalismo tradicional – mesmo aquele que sempre se reivindicou de sindicalismo “de classe” – vem desde há muito dando sinais de esgotamento. Considerando a Europa e todo o seu legado social, é impossível qualquer reflexão sobre este assunto sem, ao mesmo tempo, dar conta das principais linhas de mudança que ocorreram no velho continente desde as primeiras décadas do século XX, tanto no plano sociolaboral como na esfera política e da actividade do Estado. O movimento sindical europeu bateu-se pelos direitos laborais e participou nas mais intensas lutas anticapitalistas do século XIX, mas acabou tomando parte do compromisso histórico que fabricou (à sombra do Estado-providência) as “classes médias” e levou ao poder a social-democracia. Ao mesmo tempo, não conseguiu acompanhar a dinâmica que transformou o trabalho e que germinou sucessivos movimentos sociais fora do seu controlo. Desde os anos sessenta às actuais lutas contra a precariedade e os défices democráticos, passando pelos movimentos antiglobalização neoliberal e terminando nos novos activismos dos “ciberespaços”, as novas linguagens e repertórios que mais mobilizaram a juventude em diferentes gerações foram, ou são, experiências relativamente laterais às estruturas sindicais e suas lideranças. Será que a intensidade da actual crise e a sua pressão esmagadora sobre o mundo do trabalho – e as classes médias europeias – fará despertar os sindicatos e retirá-los do colete de forças burocrático em que se deixaram enredar? Partindo desta realidade, o presente texto pretende traçar um balanço crítico do sindicalismo mundial e questionar os desafios que hoje se lhe colocam. |
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Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a EuropaCrisis, welfare state and challenges for trade unionism: brief reflection on EuropeSindicalismoMovimento de trabalhadoresUnionismSocial labor movementsAtualmente a questão sindical encontra-se numa encruzilhada da qual dificilmente sairá sem sofrer danos profundos no seu actual modelo. Na verdade, o sindicalismo tradicional – mesmo aquele que sempre se reivindicou de sindicalismo “de classe” – vem desde há muito dando sinais de esgotamento. Considerando a Europa e todo o seu legado social, é impossível qualquer reflexão sobre este assunto sem, ao mesmo tempo, dar conta das principais linhas de mudança que ocorreram no velho continente desde as primeiras décadas do século XX, tanto no plano sociolaboral como na esfera política e da actividade do Estado. O movimento sindical europeu bateu-se pelos direitos laborais e participou nas mais intensas lutas anticapitalistas do século XIX, mas acabou tomando parte do compromisso histórico que fabricou (à sombra do Estado-providência) as “classes médias” e levou ao poder a social-democracia. Ao mesmo tempo, não conseguiu acompanhar a dinâmica que transformou o trabalho e que germinou sucessivos movimentos sociais fora do seu controlo. Desde os anos sessenta às actuais lutas contra a precariedade e os défices democráticos, passando pelos movimentos antiglobalização neoliberal e terminando nos novos activismos dos “ciberespaços”, as novas linguagens e repertórios que mais mobilizaram a juventude em diferentes gerações foram, ou são, experiências relativamente laterais às estruturas sindicais e suas lideranças. Será que a intensidade da actual crise e a sua pressão esmagadora sobre o mundo do trabalho – e as classes médias europeias – fará despertar os sindicatos e retirá-los do colete de forças burocrático em que se deixaram enredar? Partindo desta realidade, o presente texto pretende traçar um balanço crítico do sindicalismo mundial e questionar os desafios que hoje se lhe colocam.Currently the Union issue is at a crossroad from which it will hardly be released without suffering deep damage in its current model. In fact, the traditional trade union movement - even the one which has always claimed as class unionism, has long been showing signs of exhaustion. Taking into consideration Europe and all its social legacy, any reflection on this subject is impossible without, at the same time, covering the main lines of changes that have occurred in Europe since the first decades of the 20th century, in both, socio-occupational plan and in the political sphere and the activity of the State. The European union movement fought for labor rights and participated in the most intense anti-capitalist fights of the 19th century, but ended up taking part of the historical commitment that produced (in the shadow of the welfare state) the "middle classes" and empowered the democratic socialism. At the same time, it was not able to keep up with the dynamic that has transformed labor and subsequent social movements that were out of its control. From the sixties to the present struggle against precariousness and democratic deficits, passing through movements against neoliberal globalization and ending in the new political activism of "cyberspace", the new languages and repertoires that most mobilized the youth in different generations were, or are, relatively lateral experiments on the Union and its leaders. Will the intensity of the current crisis and its overwhelming pressure on the world of work - and the European middle classes - arouse the unions and pull them out of the bureaucratic straitjacket in which they were stuck? Starting from this reality, this text intends to draw a critical balance of the world unionism and question the challenges that are faced today.Universidade Federal do Paraná2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/43856http://hdl.handle.net/10316/43856https://doi.org/10.1590/S0104-40602013000200003por0104-40601984-0411http://revistas.ufpr.br/educar/article/view/32517Estanque, Elísioinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2020-05-25T06:24:20Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/43856Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:50:41.606136Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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