Avaliação do Ajustamento Psicossocial em Adolescentes e Jovens Adultos com Cardiopatias Congénitas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Helena Cláudia Alves
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11816/2547
Resumo: Caracterizar a população de adolescentes e jovens adultos com Cardiopatias Congénitas (CC) ao nível do ajustamento psicossocial. Procedimentos: Participaram neste estudo 335 doentes com CC, 187 do género masculino e 148 do género feminino, com idades entre os 12 e os 30 anos (16.36 ± 3.12). Foram recolhidos os dados clínicos mais relevantes e foi aplicado um conjunto de instrumentos num único momento temporal, constituído por uma entrevista semiestruturada, um questionário da personalidade (NEO-FFI), um questionário de qualidade de vida (WHOQL -BREV), uma entrevista psiquiátrica estandardizada (SADS-L), questionários para avaliar o ajustamento psicossocial na forma de auto-relato (YSR, ASR) e relato dos cuidadores (CBCL, ABCL) e testes neuropsicológicos (código, memória de dígitos, figura complexa de Rey, procura da chave, Stroop, Trail Making Test e memória lógica). Resultados: Com este estudo, concluiu-se que os adolescentes que sofrem mais com os efeitos consequentes do ajustamento psicossocial, a nível do auto-relato (YSR) constituem os doentes do género feminino, que foram submetidos a duas ou mais intervenções cirúrgicas, que apresentam uma capacidade física limitada, que têm um percurso escolar insatisfatório e uma CC complexa. Os jovens adultos que sofrem mais com os efeitos consequentes do ajustamento psicossocial, a nível do auto-relato (ASR), constituem os doentes do género feminino, que apresentam uma capacidade física limitada, que têm um percurso escolar insatisfatório, que têm pior suporte social e com cuidados intensivos e internamentos. A nível do relato dos cuidadores (CBCL), os adolescentes que sofrem mais com os efeitos consequentes do ajustamento psicossocial constituem os doentes que têm um percurso escolar insatisfatório, que apresentam uma capacidade física limitada, que têm um pior suporte social, que estiveram nos cuidados intensivos, que tiveram internamentos e que apresentam um estilo educacional super-protetor ou protetor. Os jovens adultos que sofrem mais com os efeitos consequentes do ajustamento psicossocial, a nível do relato dos cuidadores (ABCL), constituem os doentes do género feminino, com intervenções cirúrgicas, que foram submetidos a duas ou mais intervenções cirúrgicas, que apresentam uma capacidade física limitada, têm entre 19 e 30 anos, realizam terapia farmacológica, têm um pior suporte social, que tiveram internamentos e que estiveram nos cuidados intensivos. Quanto às correlações realizadas, podemos observar que existiam correlações tanto a nível do auto-relato (YSR e ASR) como a nível do relato dos cuidadores (CBCL e ABCL), entre o ajustamento psicossocial com os traços de personalidade, a morbilidade psiquiátrica, as dimensões da qualidade de vida, as provas neuropsicológicas, os dados neonatais (exceto o ASR) e as variáveis clínicas e demográficas. Concluiu-se, também, que no relato dos cuidadores dos pacientes (CBCL e ABCL) e no auto-relato dos pacientes (YSR e ASR) existem alguns preditores de mau ajustamento psicossocial. Conclusões: No geral, quem apresenta pior ajustamento psicossocial é o género feminino, pacientes com internamentos, com uma capacidade física limitada, um percurso escolar insatisfatório e um pior suporte social.
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