O buril e paleta. Santo Inácio de Loiola nas pinturas da sacristia da igreja dos jesuítas, em Bragança
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/a-encomenda.-o-artista.-a-obra/o-buril-e-paleta-santo-inacio-de-loiola-nas-pinturas-da-sacristia-da-igreja-dos-jesuitas-em-braganca |
Resumo: | <p>Destacando-se na defesa e aplicação das medidas aprovadas no Concílio de Trento, os membros da Companhia de Jesus cedo perceberam a importância da arte na difusão daqueles valores e do seu alcance no reforço do culto dos santos. A conveniência destes serem apresentados como regra e modelo ideal levou a que dos prelos tivessem saído numerosas gravuras e folhas volantes com o propósito de divulgarem a trajectória de vida e os prodígios operados. Atenta e interessada em todos os desenvolvimentos que pudessem engrandecer a Companhia e especialmente a santidade de Inácio de Loiola fixaram-se os principais marcos de vida e, seguindo o texto de Pedro de Ribadeneira, o primeiro biógrafo oficial, Jerónimo Wierix produziu (c.1590) os primeiros conjuntos de estampas que possibilitavam a multiplicação do fenómeno devocional.</p> <p>Tendo igualmente em vista a sua beatificação, celebrada em 1609, organizou-se uma obra composta por algumas dezenas de gravuras que, se exemplificavam a forma como a redenção do antigo soldado coroava a renúncia às vaidades do mundo, também se inscrevem na tendência barroca de interferência nos sentimentos religiosos a fim de se potenciarem os seus efeitos e de se provocar o seu desdobramento na esfera do público.</p> <p>Para nós, as gravuras da Vita Beati P. Ignatii Loiolae Societatis Iesu Fundatoris são especialmente significativas por terem servido de modelo às pinturas do espaldar do arcaz e tecto da sacristia da igreja dos Jesuítas de Bragança, um programa narrativo de exaltação da vida ascética, da oração e do espírito de serviço. Independentemente do seu valor estético, este conjunto de tábuas testemunha como as obras de arte muitas vezes se constroem sobre uma base precedente, permitindo-nos igualmente questionar o conceito de originalidade no século XVII.</p> |
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