Uma abordagem multimédia do processo translatológico - da tradução à versão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Veloso, Manuela
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/1665
Resumo: A tradução de um poema que integra um trecho musical para constituir uma canção, que por sua vez fará parte de uma sequência fílmica, levanta desde logo a inevitabilidade de reflectir sobre aspectos de natureza intersemiótica — que se prendem com a articulação de diferentes linguagens, como a da escrita, a da música, a da imagem cinematográfica — e, simultaneamente, suscita a indagação em torno das diferentes finalidades da tradução literária, já visadas pelas tendências mais recentes dos estudos de tradução1. Se o destino do texto de partida assim o justificar, pode tornar-se preferível enveredar pela versão, como substituto da tradução. Verificar as operações mentais e sensoriais inerentes a um tal percurso foi o que se propôs numa aula de Tradução de Textos Literários de Língua Alemã da Licenciatura em Tradução Especializada do ISCAP. Começámos por atentar na rede de relações intertextuais que viriam a estimular a tradução do poema da canção de F. Holländer, intitulada "Ich bin von Kopf bis Fuß auf Liebe eingestellt"2, indissociável da imagem da cantora-corista Lola, personagem mítica desempenhada por Marlene Dietrich, no filme de J. von Sternberg Der baue Engel (O Anjo Azul) de 1930, baseado no romance de Heinrich Mann Professor Unrat oder das Ende eines Tyrannen 3(Professor Unrat ou o Fim de um Tirano) de 1905. Ficámos desde logo perante uma quantidade de informação, que, apesar de condensada em três ou quatro linhas, aponta para um vasto universo multifacetado, que iria ser mediado, de forma faseada, através: - do apelo à memória, espaço virtual por excelência; - do confronto com a transcrição do poema para o papel; - da audição da canção; - da visualização do excerto do filme em que a canção é interpretada e dramatizada e do seu enquadramento no texto de Heinrich Mann, bem como na adaptação cinematográfica de J. von Sternberg; - do recurso a uma versão já existente da canção em português e do seu confronto com o texto original, tendo em linha de conta as idiossincrasias culturais sincrónicas e anacrónicas ao processo aqui visado.
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