Problemas comportamentais em adultos da provincia de Benguela/Angola: adaptação e normalização da tradução portuguesa da Adult Self Report de Achenbach

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bamo, Lizete Mercês Figueiredo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/241
http://hdl.handle.net/20.500.11816/241
Resumo: A terminologia “problemas comportamentais” apresenta serias dificuldades quanto a definição, classificação e diagnóstico, prejudicando a análise dos comportamentos considerados desviantes, bem como as intervenções necessárias para evitá-los em contextos clínicos ou educacionais. O termo problema de comportamento é bastante ambíguo e controverso possuindo definições vagas, classificações exaustivas e sem limites para alguns tipos de problemas de comportamentos. Segundo Kaplan, Sadock, e Grebb, (1997) o DSM IV subdividiu problemas de comportamento em três grupos: transtorno desafiador opositivo, transtorno da conduta e transtorno do comportamento disruptivo sem outra especificação. O transtorno desafiador opositivo refere-se a "um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis e desafiadores na ausência de sérias violações de normas sociais ou direitos alheios", o qual deve estar presente durante, pelo menos, seis meses (Kaplan et al., 1997, p. 995). Para o transtorno de conduta é dada a seguinte definição: "o aspecto essencial do transtorno da conduta é um padrão repetitivo e persistente de conduta, no qual os direitos básicos dos outros ou as normas ou regras sociais apropriadas à idade são violados. Os comportamentos devem estar presentes por, pelo menos, seis meses para qualificarem o diagnóstico" (Kaplan et al., 1997, p. 997). Destas definições, é possível concluir que, para diagnosticar algum problema de comportamento, é preciso haver um padrão repetitivo e persistente de comportamento, o qual prejudica outras pessoas e viola seriamente regras sociais. Problemas comportamentais podem surgir e se manter devido a diversos fatores; um deles refere-se aos estilos de vida. No entanto, outras variáveis de contexto (estrutura familiar, cultura, nível socioeconómico, depressão, stress, ansiedade, queixas somáticas, conflitos conjugais), contribuindo nos diferentes problemas comportamentais. Consequentemente problemas comportamentais são influenciados por variáveis filogenéticas, ontogenéticas e culturais. Os objetivos do presente trabalho passaram por obter um conjunto de dados preliminares relativos à obtenção de normas comparativas e às caraterísticas psicométricas do Inventário de Auto Avaliação do Comportamento em Adultos (IAACA), tradução portuguesa (Caldas, 2010) do Adult Self Report (ASR) de Achenbach (2003) numa amostra (N = 400) de sujeitos da Província de Benguela/Angola, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 18 e os 59 anos. Simultaneamente tentou-se verificar se na amostra em estudo existiriam diferenças relativas aos problemas comportamentais totais (soma de todos os itens do IAACA), em termos de género, faixas etárias, habilitações literárias, profissão e residência. Os resultados mostraram uma boa fidelidade do instrumento em termos de resultado total (soma de todos os itens), não se tendo conseguido no entanto demonstrar a validade fatorial do mesmo no que respeita aos fatores derivados na versão original, sendo para esta amostra a solução de um fator (total de problemas comportamentais) a que parece mais adequada. Disponibilizamos um conjunto de resultados normativos relativos a médias e desvios padrão dos resultados totais para a amostra total e por género, faixas etárias, habilitações, profissão e residência que, embora ainda preliminares, poderão servir de base à prática clínica dos Psicólogos angolanos em termos de avaliação de problemas comportamentais em adultos e respetiva comparação com estes dados normativos. Nas comparações estabelecidas tendo em conta os resultados totais de problemas comportamentais de acordo com as variáveis género, faixas etárias, profissão, grau de escolaridade, meio de residência, os resultados do nosso estudo revelaram, a inexistência de diferenças de género e de idade e a existência de diferenças quanto a habilitações, profissão e meio de residência.
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