O ensino da sociologia e a profissionalização dos sociólogos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Augusto
Data de Publicação: 1986
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.3/5611
Resumo: Para se poder afirmar que uma nova ciência ou técnica tem um estatuto socialmente consolidado, é necessário não só que o seu ensino esteja suficientemente difundido, mas ainda que a profissionalização dos que seguem esse ensino se apresente razoavelmente assegurada. A profissionalização não é considerada de tanta premência num primeiro tempo, ou porque são poucos os cultores da ciência em causa e, por isso mesmo, se vão ocupar quase integralmente na sua difusão, ou porque vão surgindo pessoas e organizações curiosas de experimentarem as novas capacidades que tal ciência oferece. O problema surge, e pode mesmo constituir-se em problema social, quando se multiplicam as escolas de um mesmo ensino e, simultaneamente, se não alargam, em proporções semelhantes, as possibilidades de profissionalização. Este é um problema que hoje se põe a várias das ciências sociais e, em particular, à Sociologia, e que se poderá agravar caso se continuem a multiplicar os seus cursos sem se alargarem as possibilidades profissionais que se oferecem aos sociólogos, uma vez finalizada a sua formação académica. Colocado perante tal perspectiva, reflectirei neste pequeno artigo, sobre o ensino da Sociologia e a profissionalização dos sociólogos, fazendo-me de algum modo eco das preocupações de não poucos dos que hoje, em Portugal, seguem um curso de Sociologia.