Comparação dos níveis de EPC's circulantes dos doentes com insuficiência cardíaca avançada de etiologia isquémica versus não isquémica : um estudo prospectivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mina, Mariana Calado Martins
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/31967
Resumo: Introdução: A terapêutica de ressincronização cardíaca (TRC) tem demonstrado a sua eficácia no tratamento da insuficiência cardíaca (IC) avançada. No entanto, cerca de 30% dos doentes não respondem positivamente a esta terapêutica. Torna-se por isso necessário encontrar critérios de seleção que consigam identificar os doentes que mais beneficiam com a implantação destes dispositivos. Embora controversa, tem sido levantada a hipótese da etiologia da IC poder condicionar a resposta à TRC. Por outro lado, estudos recentes sugerem que os níveis circulantes de células endoteliais progenitoras (EPC’s), essenciais na regeneração do endotélio vascular após uma lesão, possam ser usados como preditores da resposta à TRC. Objetivo: O objetivo deste estudo foi quantificar os níveis de EPC’s circulantes em doentes com IC avançada submetidos a TRC, comparando etiologia isquémica e não isquémica, de forma a tentar determinar se estas células influenciam a resposta à terapêutica. População e Métodos: Foram estudados 60 doentes com IC avançada (14 de etiologia isquémica e 46 não isquémicos), submetidos a TRC entre Outubro de 2009 e Setembro de 2012. Foram analisados parâmetros clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos antes e 6 meses depois do procedimento, de forma a avaliar a resposta à terapêutica. As EPC’s foram quantificadas através de citometria de fluxo, avaliando as populações celulares CD45dimCD133+KDR+, CD45dimCD34+KDR+, CD45dimCD133+CD34+KDR+ e CD45dimCD34+KDR+CXCR4+. Resultados: Cerca de 67% dos doentes estudados responderam à TRC. A predominância de EPC’s circulantes nos doentes com miocardiopatia não isquémica foi observada para as subpopulações CD45dimCD34+KDR+CD133+ (1,00 ± 3,50% vs. 0,38 ± 0,37%, p = 0,700), CD45dim CD133+KDR+ (0,78 ± 0,63% vs. 0,16 ± 0,11%, p = 0,040) e CD45dimCD34+KDR+ (2,40 ± 4,46% vs. 0,90 ± 0,34%, p = 0,465). Com a TRC, observou-se um aumento da fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 3,7  5,3 no grupo de IC isquémica e de 9,4  10,8 no grupo de IC não isquémica (p = 0,015). A variação do volume telessistólico do ventrículo esquerdo foi também significativamente maior no grupo da MCP não isquémica (44,4  71,1 ml vs. 1,8  30,8 ml, p = 0,015). Conclusão: As EPC’s circulam em níveis mais elevados nos doentes com IC de etiologia não isquémica, o que parece indicar uma vantagem na resposta deste grupo à TRC.
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Objetivo: O objetivo deste estudo foi quantificar os níveis de EPC’s circulantes em doentes com IC avançada submetidos a TRC, comparando etiologia isquémica e não isquémica, de forma a tentar determinar se estas células influenciam a resposta à terapêutica. População e Métodos: Foram estudados 60 doentes com IC avançada (14 de etiologia isquémica e 46 não isquémicos), submetidos a TRC entre Outubro de 2009 e Setembro de 2012. Foram analisados parâmetros clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos antes e 6 meses depois do procedimento, de forma a avaliar a resposta à terapêutica. As EPC’s foram quantificadas através de citometria de fluxo, avaliando as populações celulares CD45dimCD133+KDR+, CD45dimCD34+KDR+, CD45dimCD133+CD34+KDR+ e CD45dimCD34+KDR+CXCR4+. Resultados: Cerca de 67% dos doentes estudados responderam à TRC. A predominância de EPC’s circulantes nos doentes com miocardiopatia não isquémica foi observada para as subpopulações CD45dimCD34+KDR+CD133+ (1,00 ± 3,50% vs. 0,38 ± 0,37%, p = 0,700), CD45dim CD133+KDR+ (0,78 ± 0,63% vs. 0,16 ± 0,11%, p = 0,040) e CD45dimCD34+KDR+ (2,40 ± 4,46% vs. 0,90 ± 0,34%, p = 0,465). Com a TRC, observou-se um aumento da fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 3,7  5,3 no grupo de IC isquémica e de 9,4  10,8 no grupo de IC não isquémica (p = 0,015). A variação do volume telessistólico do ventrículo esquerdo foi também significativamente maior no grupo da MCP não isquémica (44,4  71,1 ml vs. 1,8  30,8 ml, p = 0,015). Conclusão: As EPC’s circulam em níveis mais elevados nos doentes com IC de etiologia não isquémica, o que parece indicar uma vantagem na resposta deste grupo à TRC.Background: The cardiac resynchronization therapy (CRT) is a well recognized and important treatment of advanced heart failure (HF). However, up to 30% of patients do not respond positively and it became necessary to improve the selection criteria and to to identify patients who will benefit the most from this terapy. Recent studies indicate that circulating levels of endothelial progenitor cells (EPC's), essential in the regeneration of vascular endothelium after injury, can be used as predictors of response to CRT. Objective: The aim of this study was to quantify EPC levels in patients with advanced ischemic and non-ischemic HF, in order to determine whether these cells may influence the response to CRT. Methods: Prospective study of 60 patients with advanced HF (14 of ischemic and 46 of non-ischemic etiology) who underwent CRT between October 2009 and September 2012. A clinical, laboratory and echocardiographic evaluation was performed before and 6 months after the implant. EPC's were quantified by flow cytometry using conjugated antibodies. Four main cell populations were analyzed: CD45dimCD133+KDR+, CD45dimCD34+KDR+, CD45dimCD133+ CD34+KDR+ and CD45dimCD34+KDR+CXCR4+. Results: Approximately 67% of the studied patients responded positively to CRT. Higher levels of circulating EPC’s were found in non-ischemic HF: 1,00 ± 3,50% vs. 0,38 ± 0,37%, for CD45dimCD34+KDR+CD133+ cells (p=0,700), 0,78 ± 0,63% vs. 0,16 ± 0,11% for CD45dim CD133+KDR+ cells (p=0,040) and 2,40 ± 4,46% vs. 0,90 ± 0,34% for CD45dimCD34+KDR+ cells (p=0,465). We found that CRT presented benefits for both etiology groups, however non-ischemic HF had greater echocardiographic improvements in left ventricular ejection fraction (9,4  10,8 vs. 3,7  5,3, p = 0,015) and left ventricular end-systolic volume (44,4  71,1 ml vs. 1,8  30,8 ml, p = 0,015). Conclusion: HF patients with non-ischemic etiology have higher levels of circulating EPCs, what may be an advantage to the response to CRT.2015-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31967http://hdl.handle.net/10316/31967TID:201628341porMina, Mariana Calado Martinsinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:43Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31967Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:43.729434Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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