Role for histone eviction in macrophage activation

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Casanova, Filipe Duarte Diogo
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/62672
Resumo: Tese de Mestrado, Bioquímica e Biomedicina, 2023, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências
id RCAP_6f5740edb014fe1ee4c580c9c77b5753
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/62672
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Role for histone eviction in macrophage activationSepsisMacrófagosHistonasLPSEpirrubicinaTeses de mestrado - 2023Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências QuímicasTese de Mestrado, Bioquímica e Biomedicina, 2023, Universidade de Lisboa, Faculdade de CiênciasA sepsis é uma condição clínica complexa e potencialmente letal, resultante de uma resposta desregulada do hospedeiro a uma infeção. A sepsis inicia-se frequentemente com uma infeção localizada, que pode ser bacteriana, viral, fúngica ou parasitária. No entanto, o que distingue a sepsis de outras infeções é a forma como o sistema imunitário reage a estes invasores. Em vez de se localizar e eliminar a fonte da infeção, a resposta inflamatória torna-se exagerada e generalizada, afetando tecidos e órgãos saudáveis. Esta resposta exagerada é muitas vezes acompanhada pela libertação excessiva de mediadores inflamatórios no sangue, incluindo citocinas, quimiocinas e fatores de coagulação, estes fatores pro-inflamatórios em quantidades exageradas levam a danos tecidulares e falência de órgãos. Esta doença tem uma taxa de mortalidade muito elevada e ainda não existe uma cura que seja capaz de tratar este problema. Assim, este trabalho tem como finalidade fazer parte de uma estratégia que envolve outros projetos no laboratório, em que se procura encontrar uma nova abordagem para o tratamento desta condição médica. Os macrófagos são células especializadas do sistema imunitário inato, a sua principal função é detetar, apresentar antigénios, fagocitar e destruir patógenos, como bactérias e vírus. No entanto, a sua atuação não se limita apenas à defesa direta do organismo contra agentes patogénicos, estas células também desempenham um papel vital na modulação da resposta imunitária, produzindo e libertando uma variedade de citocinas e quimiocinas que vão ativar outras células do sistema imunitário. As antraciclinas representam uma classe de antibióticos anti-tumorais, cujo mecanismo de ação se baseia na intercalação com o DNA e na inibição da Topoisomerase II, uma enzima vital para a replicação do DNA. Este processo interfere no ciclo celular, impedindo a replicação e, consequentemente, a divisão celular. A Epirrubicina, uma análoga da Doxorrubicina, é uma das antraciclinas mais utilizadas em regimes de quimioterapia. Esta apresenta um espectro de atividade anti-tumoral semelhante ao da Doxorrubicina, mas com uma toxicidade cardíaca ligeiramente mais baixa, podendo haver aumento da dosagem e por isso ser mais eficaz nos tratamentos. A Epirrubicina, também pode induzir a formação de radicais livres que acabam por causar danos no DNA e nas membranas celulares, contribuindo para o seu efeito citotóxico. Num estudo anteriormente realizado, a equipa do laboratório no IGC demostrou que as antraciclinas induzem tolerância à doença face a infeções in vivo. Em modelos de ratinhos com sepsis, doses baixas de antraciclinas, como a Epirrubicina, levaram a uma doença menos agressiva e a uma mortalidade reduzida, independentemente da carga patogénica após a infeção. Este estudo também descobriu que o ATM (Ataxia Telangiectasia Mutada), um “sensor” de dano no DNA, é necessário para a tolerância à doença mediada pela Epirrubicina. Além dos papéis nas respostas aos danos no DNA (DDRs), o ATM participa numa complexa rede de vias de sinalização que se ligam com o NF-κB. Uma descoberta importante em ratinhos com sepsis, tratados com Epirrubicina, e que também foi observada em linhas celulares THP-1 induzidas com estímulos pró-inflamatórios como o LPS, foi a forte supressão da secreção de citocinas, incluindo o TNF. Estes mecanismos de doses baixas de antraciclinas regulam negativamente a transcrição de genes pró-inflamatórios em macrófagos primários de ratinhos, e os danos no DNA causado pelas antraciclinas é o mecanismo para a regulação negativa da transcrição de citocinas e outros mediadores pró-inflamatórios. Neste estudo, foram observadas interações diretas entre a Epirrubicina e fatores associados à cromatina, como subunidades do fator de transcrição próinflamatório NF-κB. Devido a estas novas descobertas relacionadas com o mecanismo de ação das antraciclinas na regulação da inflamação, é possível que esta classe de drogas possa contribuir para uma proteção em pacientes com sepsis. As histonas são proteínas nucleares fundamentais responsáveis pelo empacotamento do DNA em estruturas denominadas nucleossomas. Cada nucleossoma é composto por um octâmetro de histonas, contendo duas cópias de cada uma das histonas principais: H2A, H2B, H3 e H4, em torno do qual está enrolada uma sequência de DNA. A modulação da estrutura das histonas, através de modificações póstradicionais, como acetilação, metilação, fosforilação e ubiquitinação, desempenha um papel importante na regulação da expressão genética. Estas modificações podem alterar a acessibilidade do DNA à maquinaria de transcrição, facilitando ou reprimindo a expressão de genes específicos. No contexto da resposta imunitária, a remodelação da cromatina mediada por histonas é fundamental para a rápida e eficaz ativação ou supressão de genes em resposta a estímulos inflamatórios. Dada a importância das histonas na regulação genética, a possibilidade de compostos como a Epirrubicina poderem influenciar a dinâmica das histonas oferece uma nova dimensão na compreensão das interações entre agentes farmacológicos e respostas pró-inflamatórias. Para investigações em laboratório, as células THP-1 surgem como uma ferramenta valiosa. Estas células, derivadas de uma leucemia humana, podem ser induzidas a comportarem-se como macrófagos, permitindo estudos detalhados sobre a função e a resposta dos macrófagos a diferentes estímulos inflamatórios. Em termos de técnicas de avaliação, o ELISA é um método bioquímico que permite detetar e quantificar substâncias específicas, como proteínas enquanto o qRT-PCR é uma ferramenta molecular que permite analisar a expressão de genes através da quantificação d moléculas de mRNA através da deteção de cDNA com o uso de primers específicos. O objetivo principal deste trabalho foi investigar o papel das antraciclinas (apenas usada a Epirrubicina) na regulação das histonas em macrófagos durante uma resposta inflamatória. Para isso foram usadas células de linhagens celulares (THP-1) e macrófagos de ratinhos, estas células sofreram tratamentos com diferentes concentrações de Epirrubicina (0.5µM, 1µM, 2µM) e estimuladas com LPS e outros TLR agonistas. Foram usados controlos sem tratamento com Epi e sem estímulos infeciosos, e outras células com apenas estímulos infeciosos. Na técnica de ELISA foram quantificados os níveis de TNF-α produzidos pelas células, tendo obtido valores concordantes com estudos anteriores; o LPS e outros agonistas levaram à produção de citocinas como o TNF-α e Il-1β em quantidades superiores a 100x os controlos, o que comprova uma forte resposta a estímulos inflamatórios por estas células do sistema imunitário. O qRT-PCR foi usado para quantificar mRNAs de nove genes de histonas. Durante a análise dos resultados, observou-se que as células tratadas com Epirrubicina não demonstraram níveis significativos de expressão de histonas, e alguns resultados até demonstraram uma redução na regulação destas proteínas o que pôs em causa a hipótese originalmente colocada para este trabalho. Um aspeto interessante encontrado durante estas experiências, foi que as células estimuladas com estímulos inflamatórios como o LPS, levaram a uma regulação negativa de histonas o que levanta a hipótese destes estímulos infeciosos provocarem uma desregulação na produção de histonas. Uma histona particularmente interessante relativamente à regulação negativa por parte do LPS foi a Hist2h2be, esta proteína teve uma clara regulação negativa quando as células foram estimuladas com este estímulo inflamatório. Devido a estes resultados, esta histona poderá vir a ser estudada em projetos posteriores neste laboratório. Algumas teorias relativamente a estas descobertas apontam para que, devido às histonas conferirem uma compactação da cromatina e dificultarem a transcrição de genes, a remoção destas proteínas e a sua regulação negativa, pode ser importante para a produção de citocinas e outras moléculas fundamentais na resposta inflamatória das células, a sua fraca regulação também pode ser devido à prioridade dada pelas células à produção de substâncias pro-inflamatórias em vez da transcrição de genes de histonas. No entanto estas teorias apenas foram colocadas para tentar responder aos desafios encontrados durante este trabalho, para confirmar estas hipóteses serão necessários mais estudos, com parâmetros mais detalhados, para se poder verificar e provar estas teorias.Sepsis is life-threatening extreme immune response to an infection, this can often lead to tissue damage, organ failure and death. Despite the advances in modern medicine, sepsis remains a very challenging medical condition. This work aimed to be part of the efforts of the host laboratory to find a therapeutic strategy against sepsis. Macrophages are major players in the immune response, these cells undergo significant transcriptional changes during infection and inflammation, one of these modifications could be the structural proteins in chromatin called histones. The role of histones, especially in terms of their gene expression regulation, remains an area of profound interest given their potential to influence macrophage activation. This study aimed to investigate the role of anthracyclines (Epirubicin) in the histone regulation in macrophages during inflammatory responses. The initial hypothesis was that histone gene expression could be regulated by Epirubicin during an infection. To test this theory, it was conducted a serious of experiments, in THP-1 cells and primary mice macrophages with infection stimuli such as LPS and other TLRagonistsfollowing Epirubicin treatment. Using advanced experimental techniques, includingELISA and qRT-PCR, it was measured the regulation of mRNA and protein levels of pro-inflammatorycytokines such as TNF-α and Il-1β, and eight specific histone genes in both THP-1 cells and primary mouse macrophages. Contrary to initial theories, Epirubicin did not show to be a histone up-regulator agent in macrophages, however, an interesting finding was that LPS appeared to be a potential down-regulator of histone expression, especially concerning the histone variant Hist2h2be. This observation highlights the potential complexities linking inflammatory stimuli to histone regulation. Future perspectives could include a more profound study of histone genes expression during inflammation, by selecting further histone genes, test different infection stimulus and potentially using in vivo models and human samples.Costa, Ana Roxo Leão NevesCarvalho, Margarida Henriques da GamaRepositório da Universidade de LisboaCasanova, Filipe Duarte Diogo2024-02-16T15:21:55Z202320232023-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/62672enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-19T01:19:18Zoai:repositorio.ul.pt:10451/62672Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:38:59.541447Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Role for histone eviction in macrophage activation
title Role for histone eviction in macrophage activation
spellingShingle Role for histone eviction in macrophage activation
Casanova, Filipe Duarte Diogo
Sepsis
Macrófagos
Histonas
LPS
Epirrubicina
Teses de mestrado - 2023
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências Químicas
title_short Role for histone eviction in macrophage activation
title_full Role for histone eviction in macrophage activation
title_fullStr Role for histone eviction in macrophage activation
title_full_unstemmed Role for histone eviction in macrophage activation
title_sort Role for histone eviction in macrophage activation
author Casanova, Filipe Duarte Diogo
author_facet Casanova, Filipe Duarte Diogo
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Costa, Ana Roxo Leão Neves
Carvalho, Margarida Henriques da Gama
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Casanova, Filipe Duarte Diogo
dc.subject.por.fl_str_mv Sepsis
Macrófagos
Histonas
LPS
Epirrubicina
Teses de mestrado - 2023
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências Químicas
topic Sepsis
Macrófagos
Histonas
LPS
Epirrubicina
Teses de mestrado - 2023
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências Químicas
description Tese de Mestrado, Bioquímica e Biomedicina, 2023, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023
2023
2023-01-01T00:00:00Z
2024-02-16T15:21:55Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/62672
url http://hdl.handle.net/10451/62672
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137439943491584