Relação enfermeiro-idoso : valores e crenças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalhais, Maribel Domingues
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/3264
Resumo: A enfermagem, enquanto profissão e ciência, tem ao longo da última década, desenvolvido inúmeros estudos que lhe permitem acompanhar a evolução social e incorporar os avanços científicos e tecnológicos em áreas afins. Uma das mudanças sociais, com grandes implicações na enfermagem, que tem vindo a ser estudada, é o atendimento (relação) com uma clientela específica, cada vez mais idosa. A compreensão do universo dos cuidados a idosos, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por quem os recebe (idosos), constitui um campo de investigação, com implicações no exercício da profissão e na formação, que se insere num sistema de crenças e de valores. Os cuidados de enfermagem estão, inevitavelmente, envoltos por concepções, crenças e valores, existentes em quem os presta – enfermeiros – e em quem os recebe – por exemplo, os idosos. As crenças e valores, de cada parte, interagem e reflectem-se em atitudes e comportamentos. Na enfermagem reconhece-se que os comportamentos e atitudes são uma pedra angular da profissão, influenciados pelo território institucional e pelo sistema de hábitos e valores tecnológicos, económicos, sociais e, até, jurídicos que o meio institucional segrega e gere. Os idosos constituem um dos grupos populacionais que mais recorre aos cuidados de enfermagem. Os seus valores e crenças sobre os enfermeiros, os cuidados de saúde, as doenças, acabam por determinar as atitudes que terão em relação aos cuidados que lhe são prestados. Quando enfermeiros e idosos se encontram numa relação de cuidados estabelecem uma relação, em que os valores e as crenças de cada uma das partes se vai combinar nos valores e crenças que envolvem a relação que estabelecem. Torna-se, então, relevante estudar os valores e crenças existentes na relação entre enfermeiros e idosos, e como esses aspectos podem estar a envolver a interacção em aspectos positivos ou negativos. Para atingir estes objectivos utilizou-se a técnica dos incidentes críticos, solicitando aos inquiridos o relato de um episódio/evento (positivo ou negativo), envolvendo enfermeiros e idosos/adultos. A amostra é composta por três subgrupos: 30 idosos, 30 adultos e 30 enfermeiros. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo. Os principais resultados do estudo indicam que tanto os idosos, como os adultos perspectivam a enfermagem de acordo com a definição e funções que teórica e legalmente lhe é atribuída, podendo assim argumentar que existe consistência social entre o que é a enfermagem e o que as pessoas esperam dos profissionais de enfermagem. Neste trabalho, as vertentes técnicas e relacionais, resumem as principais funções dos enfermeiros, na sua perspectiva conceptual e legal. Da análise das categorias emergentes verificase que os envolvidos na relação (enfermeiros e idosos) tendem a centrar a sua postura no outro. Assim, cada um acha que a “boa ou má” relação deriva da postura do outro, não colocando a sua postura em causa ou, talvez, assumindo que é a correcta. Os enfermeiros parecem ter uma visão pouco técnica do seu papel junto dos idosos, dando maior relevância a vertente humana (relacional). O enfermeiro dá mais importância à vertente relacional, contudo mais centrada no comportamento do outro (idoso ou família do idoso), do que no seu comportamento (apenas a categoria “o enfermeiro sente que ajudou o idoso”). Neste estudo, verifica-se ainda uma complementaridade de objectivos e/ou expectativas fundamentais numa relação: o idoso quer ser ajudado e o enfermeiro quer ajudar. É de salientar a importância que a competência na relação de ajuda assume para idosos e adultos, em ambos os sexos, apesar de haver uma maior valorização por parte dos idosos. A indisponibilidade também é valorizada por idosos e adultos, por norma devido ao pouco tempo dispensado aos utentes e pela demora, acabando por ter um impacto quer na prestação técnica de cuidados, quer na relação de ajuda. Os resultados desta pesquisa terão impacto em: alterar e optimizar padrões de actuação dos enfermeiros, no sentido de melhorar a prestação de cuidados ao indivíduo idoso, família e comunidade; nesta sequência, poder-se-á esperar maior satisfação em relação aos cuidados de saúde, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por que os recebe (idosos). As implicações deste estudo são relevantes, ainda, ao nível da formação em enfermagem, pois permitem perceber como os valores estão a influenciar o seu desempenho profissional. ABSTRACT: A enfermagem, enquanto profissão e ciência, tem ao longo da última década, desenvolvido inúmeros estudos que lhe permitem acompanhar a evolução social e incorporar os avanços científicos e tecnológicos em áreas afins. Uma das mudanças sociais, com grandes implicações na enfermagem, que tem vindo a ser estudada, é o atendimento (relação) com uma clientela específica, cada vez mais idosa. A compreensão do universo dos cuidados a idosos, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por quem os recebe (idosos), constitui um campo de investigação, com implicações no exercício da profissão e na formação, que se insere num sistema de crenças e de valores. Os cuidados de enfermagem estão, inevitavelmente, envoltos por concepções, crenças e valores, existentes em quem os presta – enfermeiros – e em quem os recebe – por exemplo, os idosos. As crenças e valores, de cada parte, interagem e reflectem-se em atitudes e comportamentos. Na enfermagem reconhece-se que os comportamentos e atitudes são uma pedra angular da profissão, influenciados pelo território institucional e pelo sistema de hábitos e valores tecnológicos, económicos, sociais e, até, jurídicos que o meio institucional segrega e gere. 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Os dados foram analisados através da análise de conteúdo. Os principais resultados do estudo indicam que tanto os idosos, como os adultos perspectivam a enfermagem de acordo com a definição e funções que teórica e legalmente lhe é atribuída, podendo assim argumentar que existe consistência social entre o que é a enfermagem e o que as pessoas esperam dos profissionais de enfermagem. Neste trabalho, as vertentes técnicas e relacionais, resumem as principais funções dos enfermeiros, na sua perspectiva conceptual e legal. Da análise das categorias emergentes verificase que os envolvidos na relação (enfermeiros e idosos) tendem a centrar a sua postura no outro. Assim, cada um acha que a “boa ou má” relação deriva da postura do outro, não colocando a sua postura em causa ou, talvez, assumindo que é a correcta. Os enfermeiros parecem ter uma visão pouco técnica do seu papel junto dos idosos, dando maior relevância a vertente humana (relacional). 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As crenças e valores, de cada parte, interagem e reflectem-se em atitudes e comportamentos. Na enfermagem reconhece-se que os comportamentos e atitudes são uma pedra angular da profissão, influenciados pelo território institucional e pelo sistema de hábitos e valores tecnológicos, económicos, sociais e, até, jurídicos que o meio institucional segrega e gere. Os idosos constituem um dos grupos populacionais que mais recorre aos cuidados de enfermagem. Os seus valores e crenças sobre os enfermeiros, os cuidados de saúde, as doenças, acabam por determinar as atitudes que terão em relação aos cuidados que lhe são prestados. Quando enfermeiros e idosos se encontram numa relação de cuidados estabelecem uma relação, em que os valores e as crenças de cada uma das partes se vai combinar nos valores e crenças que envolvem a relação que estabelecem. Torna-se, então, relevante estudar os valores e crenças existentes na relação entre enfermeiros e idosos, e como esses aspectos podem estar a envolver a interacção em aspectos positivos ou negativos. Para atingir estes objectivos utilizou-se a técnica dos incidentes críticos, solicitando aos inquiridos o relato de um episódio/evento (positivo ou negativo), envolvendo enfermeiros e idosos/adultos. A amostra é composta por três subgrupos: 30 idosos, 30 adultos e 30 enfermeiros. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo. Os principais resultados do estudo indicam que tanto os idosos, como os adultos perspectivam a enfermagem de acordo com a definição e funções que teórica e legalmente lhe é atribuída, podendo assim argumentar que existe consistência social entre o que é a enfermagem e o que as pessoas esperam dos profissionais de enfermagem. 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É de salientar a importância que a competência na relação de ajuda assume para idosos e adultos, em ambos os sexos, apesar de haver uma maior valorização por parte dos idosos. A indisponibilidade também é valorizada por idosos e adultos, por norma devido ao pouco tempo dispensado aos utentes e pela demora, acabando por ter um impacto quer na prestação técnica de cuidados, quer na relação de ajuda. Os resultados desta pesquisa terão impacto em: alterar e optimizar padrões de actuação dos enfermeiros, no sentido de melhorar a prestação de cuidados ao indivíduo idoso, família e comunidade; nesta sequência, poder-se-á esperar maior satisfação em relação aos cuidados de saúde, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por que os recebe (idosos). As implicações deste estudo são relevantes, ainda, ao nível da formação em enfermagem, pois permitem perceber como os valores estão a influenciar o seu desempenho profissional. ABSTRACT: A enfermagem, enquanto profissão e ciência, tem ao longo da última década, desenvolvido inúmeros estudos que lhe permitem acompanhar a evolução social e incorporar os avanços científicos e tecnológicos em áreas afins. Uma das mudanças sociais, com grandes implicações na enfermagem, que tem vindo a ser estudada, é o atendimento (relação) com uma clientela específica, cada vez mais idosa. A compreensão do universo dos cuidados a idosos, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por quem os recebe (idosos), constitui um campo de investigação, com implicações no exercício da profissão e na formação, que se insere num sistema de crenças e de valores. Os cuidados de enfermagem estão, inevitavelmente, envoltos por concepções, crenças e valores, existentes em quem os presta – enfermeiros – e em quem os recebe – por exemplo, os idosos. As crenças e valores, de cada parte, interagem e reflectem-se em atitudes e comportamentos. Na enfermagem reconhece-se que os comportamentos e atitudes são uma pedra angular da profissão, influenciados pelo território institucional e pelo sistema de hábitos e valores tecnológicos, económicos, sociais e, até, jurídicos que o meio institucional segrega e gere. Os idosos constituem um dos grupos populacionais que mais recorre aos cuidados de enfermagem. Os seus valores e crenças sobre os enfermeiros, os cuidados de saúde, as doenças, acabam por determinar as atitudes que terão em relação aos cuidados que lhe são prestados. Quando enfermeiros e idosos se encontram numa relação de cuidados estabelecem uma relação, em que os valores e as crenças de cada uma das partes se vai combinar nos valores e crenças que envolvem a relação que estabelecem. Torna-se, então, relevante estudar os valores e crenças existentes na relação entre enfermeiros e idosos, e como esses aspectos podem estar a envolver a interacção em aspectos positivos ou negativos. 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Na enfermagem reconhece-se que os comportamentos e atitudes são uma pedra angular da profissão, influenciados pelo território institucional e pelo sistema de hábitos e valores tecnológicos, económicos, sociais e, até, jurídicos que o meio institucional segrega e gere. Os idosos constituem um dos grupos populacionais que mais recorre aos cuidados de enfermagem. Os seus valores e crenças sobre os enfermeiros, os cuidados de saúde, as doenças, acabam por determinar as atitudes que terão em relação aos cuidados que lhe são prestados. Quando enfermeiros e idosos se encontram numa relação de cuidados estabelecem uma relação, em que os valores e as crenças de cada uma das partes se vai combinar nos valores e crenças que envolvem a relação que estabelecem. Torna-se, então, relevante estudar os valores e crenças existentes na relação entre enfermeiros e idosos, e como esses aspectos podem estar a envolver a interacção em aspectos positivos ou negativos. 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Assim, cada um acha que a “boa ou má” relação deriva da postura do outro, não colocando a sua postura em causa ou, talvez, assumindo que é a correcta. Os enfermeiros parecem ter uma visão pouco técnica do seu papel junto dos idosos, dando maior relevância a vertente humana (relacional). O enfermeiro dá mais importância à vertente relacional, contudo mais centrada no comportamento do outro (idoso ou família do idoso), do que no seu comportamento (apenas a categoria “o enfermeiro sente que ajudou o idoso”). Neste estudo, verifica-se ainda uma complementaridade de objectivos e/ou expectativas fundamentais numa relação: o idoso quer ser ajudado e o enfermeiro quer ajudar. É de salientar a importância que a competência na relação de ajuda assume para idosos e adultos, em ambos os sexos, apesar de haver uma maior valorização por parte dos idosos. A indisponibilidade também é valorizada por idosos e adultos, por norma devido ao pouco tempo dispensado aos utentes e pela demora, acabando por ter um impacto quer na prestação técnica de cuidados, quer na relação de ajuda. Os resultados desta pesquisa terão impacto em: alterar e optimizar padrões de actuação dos enfermeiros, no sentido de melhorar a prestação de cuidados ao indivíduo idoso, família e comunidade; nesta sequência, poder-se-á esperar maior satisfação em relação aos cuidados de saúde, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por que os recebe (idosos). As implicações deste estudo são relevantes, ainda, ao nível da formação em enfermagem, pois permitem perceber como os valores estão a influenciar o seu desempenho profissional. ABSTRACT: A enfermagem, enquanto profissão e ciência, tem ao longo da última década, desenvolvido inúmeros estudos que lhe permitem acompanhar a evolução social e incorporar os avanços científicos e tecnológicos em áreas afins. Uma das mudanças sociais, com grandes implicações na enfermagem, que tem vindo a ser estudada, é o atendimento (relação) com uma clientela específica, cada vez mais idosa. A compreensão do universo dos cuidados a idosos, tanto por quem os presta (enfermeiros), como por quem os recebe (idosos), constitui um campo de investigação, com implicações no exercício da profissão e na formação, que se insere num sistema de crenças e de valores. Os cuidados de enfermagem estão, inevitavelmente, envoltos por concepções, crenças e valores, existentes em quem os presta – enfermeiros – e em quem os recebe – por exemplo, os idosos. As crenças e valores, de cada parte, interagem e reflectem-se em atitudes e comportamentos. Na enfermagem reconhece-se que os comportamentos e atitudes são uma pedra angular da profissão, influenciados pelo território institucional e pelo sistema de hábitos e valores tecnológicos, económicos, sociais e, até, jurídicos que o meio institucional segrega e gere. Os idosos constituem um dos grupos populacionais que mais recorre aos cuidados de enfermagem. Os seus valores e crenças sobre os enfermeiros, os cuidados de saúde, as doenças, acabam por determinar as atitudes que terão em relação aos cuidados que lhe são prestados. Quando enfermeiros e idosos se encontram numa relação de cuidados estabelecem uma relação, em que os valores e as crenças de cada uma das partes se vai combinar nos valores e crenças que envolvem a relação que estabelecem. Torna-se, então, relevante estudar os valores e crenças existentes na relação entre enfermeiros e idosos, e como esses aspectos podem estar a envolver a interacção em aspectos positivos ou negativos. Para atingir estes objectivos utilizou-se a técnica dos incidentes críticos, solicitando aos inquiridos o relato de um episódio/evento (positivo ou negativo), envolvendo enfermeiros e idosos/adultos. A amostra é composta por três subgrupos: 30 idosos, 30 adultos e 30 enfermeiros. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo. Os principais resultados do estudo indicam que tanto os idosos, como os adultos perspectivam a enfermagem de acordo com a definição e funções que teórica e legalmente lhe é atribuída, podendo assim argumentar que existe consistência social entre o que é a enfermagem e o que as pessoas esperam dos profissionais de enfermagem. Neste trabalho, as vertentes técnicas e relacionais, resumem as principais funções dos enfermeiros, na sua perspectiva conceptual e legal. Da análise das categorias emergentes verificase que os envolvidos na relação (enfermeiros e idosos) tendem a centrar a sua postura no outro. Assim, cada um acha que a “boa ou má” relação deriva da postura do outro, não colocando a sua postura em causa ou, talvez, assumindo que é a correcta. Os enfermeiros parecem ter uma visão pouco técnica do seu papel junto dos idosos, dando maior relevância a vertente humana (relacional). 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