Exposição da população portuguesa a micotoxinas: o contributo da biomonitorização humana
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.18/7146 |
Resumo: | As micotoxinas constituem um grupo de contaminantes alimentares que poderão provocar vários efeitos tóxicos na saúde humana, entre eles efeitos estrogénicos, imunotóxicos, nefrotóxicos e teratogénicos. É por isso importante avaliar a exposição humana a estes compostos, através da análise direta dos seus biomarcadores em amostras biológicas. Em Portugal existem poucos dados disponíveis de exposição a micotoxinas obtidos em estudos de biomonitorização humana. Face a esta ausência de informação, o presente estudo teve como objetivo determinar os biomarcadores de exposição a micotoxinas em amostras de urina de 24 horas, colhidas no âmbito do Inquérito Nacional de Alimentação, Nutrição e Atividade Física da População Geral Portuguesa (2015-2016), e avaliar o risco associado a esta exposição. A determinação analítica destes compostos foi efetuada por cromatografia líquida com deteção por espectrometria de massa permitindo a deteção e quantificação simultânea de 37 biomarcadores de exposição a micotoxinas presentes na urina. Os dados obtidos foram utilizados para estimar a Ingestão Diária Provável e caracterizar o risco através da determinação do Quociente de Perigo. Os resultados obtidos revelaram a exposição da população portuguesa a zearalenona, desoxinivalenol, ocratoxina A, alternariol, citrinina e fumonisina B1. Os dados de caracterização de risco revelaram uma potencial preocupação, considerando que os valores de referência de ingestão foram excedidos em alguns participantes. A micotoxina alternariol foi identificada e quantificada, pela primeira vez, em amostras de urina num país europeu; no entanto, a caracterização do risco não foi efetuada dado não existir um valor de referência estabelecido internacionalmente. Estes resultados confirmam que a população Portuguesa está exposta a micotoxinas, reforçando a necessidade de mais estudos sobre os determinantes desta exposição. |
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Exposição da população portuguesa a micotoxinas: o contributo da biomonitorização humanaExposure of the portuguese population to multiple mycotoxins: the contribute of human biomonitoringMicotoxinasContaminantes AlimentaresSegurança AlimentarBiomonitorização humanaToxicologiaSaúde PúblicaPortugalAs micotoxinas constituem um grupo de contaminantes alimentares que poderão provocar vários efeitos tóxicos na saúde humana, entre eles efeitos estrogénicos, imunotóxicos, nefrotóxicos e teratogénicos. É por isso importante avaliar a exposição humana a estes compostos, através da análise direta dos seus biomarcadores em amostras biológicas. Em Portugal existem poucos dados disponíveis de exposição a micotoxinas obtidos em estudos de biomonitorização humana. Face a esta ausência de informação, o presente estudo teve como objetivo determinar os biomarcadores de exposição a micotoxinas em amostras de urina de 24 horas, colhidas no âmbito do Inquérito Nacional de Alimentação, Nutrição e Atividade Física da População Geral Portuguesa (2015-2016), e avaliar o risco associado a esta exposição. A determinação analítica destes compostos foi efetuada por cromatografia líquida com deteção por espectrometria de massa permitindo a deteção e quantificação simultânea de 37 biomarcadores de exposição a micotoxinas presentes na urina. Os dados obtidos foram utilizados para estimar a Ingestão Diária Provável e caracterizar o risco através da determinação do Quociente de Perigo. Os resultados obtidos revelaram a exposição da população portuguesa a zearalenona, desoxinivalenol, ocratoxina A, alternariol, citrinina e fumonisina B1. Os dados de caracterização de risco revelaram uma potencial preocupação, considerando que os valores de referência de ingestão foram excedidos em alguns participantes. A micotoxina alternariol foi identificada e quantificada, pela primeira vez, em amostras de urina num país europeu; no entanto, a caracterização do risco não foi efetuada dado não existir um valor de referência estabelecido internacionalmente. Estes resultados confirmam que a população Portuguesa está exposta a micotoxinas, reforçando a necessidade de mais estudos sobre os determinantes desta exposição.Mycotoxins constitute a relevant group of food contaminants with several associated health outcomes such as estrogenic, immunotoxic, nephrotoxic and teratogenic ef fects. In Por tugal, few data are available regarding human biomonitoring studies of mycotoxins. The present study concerned the analysis of mycotoxins in 24h urine samples from 94 participants enrolled within the scope of the National Food, Nutrition, and Physical Activity Sur vey of the Por tuguese General Population (2015- 2016). The urine samples were analyzed by liquid chromatography–mass spectrometr y for the simultaneous determination of 37 urinar y mycotoxins’ biomarkers and the obtained data were used to estimate the probable daily intake as well as to characterize the risk applying the Hazard Quotient approach. Results revealed the exposure of the Por tuguese population to zearalenone, deoxynivalenol, ochratoxin A, alternariol, citrinin and fumonisin B1. Risk characterization showed a potential concern to some repor ted mycotoxins since the reference intake values were exceeded by some of the considered par ticipants. Alternariol was identified for the first time in urine samples from a European countr y, despite the risk characterization was not per formed due to lack of a reference dose, not yet internationally established. These results confirmed mycotoxins as par t of the human exposome of the Por tuguese population reinforcing the need for fur ther studies regarding the determinants of exposure.São devidos agradecimentos à FCT/MCTES pelo apoio financeiro ao CESAM (UID/AMB/50017/2019) através de fundos nacionais. Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto earlyMYCO (PTDC/MED-TOX/28762/2017). O IAN-AF foi financiado por EEA Grants Program, Public Health Initiatives (PT06-000088SI3).Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IPRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeMartins, CarlaVidal, ArnauDe Boevre, MartheDe Saeger, SarahNunes, CarlaTorres, DuarteGoios, AnaLopes, CarlaAssunção, RicardoAlvito, Paula2020-07-31T15:47:33Z2019-122019-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/7146porBoletim Epidemiológico Observações. 2019;8(Supl 11):33-380874-2928info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:41:50Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/7146Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:41:48.673304Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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