Avaliação da exposição das mulheres portuguesas em idade fértil a mercúrio: a perspetiva da biomonitorização humana
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.18/7288 |
Resumo: | Privilegiado pela sua situação geográfica, Portugal tem como tradição alimentar o consumo de peixe. Contudo, este consumo está também associado à presença de mercúrio, na forma de metilmercúrio. A elevada suscetibilidade de alguns grupos populacionais a este composto, nomeadamente as mulheres grávidas pelas consequências desta exposição para os fetos, torna imperativo conhecer o risco destes grupos populacionais. Assim, o presente estudo, através de uma abordagem de biomonitorização humana, teve como objetivo principal avaliar a exposição das mulheres portuguesas em idade fértil ao mercúrio. Foram selecionadas aleatoriamente 300 mulheres em idade fértil (25-44 anos) participantes no Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), um estudo transversal de prevalência representativo a nível nacional e regional, e estimada a sua exposição a mercúrio através da determinação do teor de mercúrio total (THg) em amostras de sangue total por espectrofotometria de absorção atómica com decomposição térmica e amalgamação. Os resultados obtidos revelaram a presença de mercúrio em 298 amostras, com valores entre 0,6 e 32,0μg/L, e um valor médio de 5,9 ± 4,2μg/L. Verificou-se que 48% das amostras apresentaram valores de concentração de mercúrio superiores a 5,0μg/L e cerca de 13% apresentaram valores superiores a 10,0μg/L, representando, por isso, um risco de danos para a saúde. Com base nos resultados obtidos, é recomendável reduzir a exposição das mulheres portuguesas em idade fértil ao mercúrio, nomeadamente, se este corresponder a um período em que se planeie gravidez, por forma a prevenir potenciais consequências para a saúde. Estratégias de informação e comunicação do risco deverão ser desenvolvidas, testadas e implementadas em Portugal, por forma a contribuir para escolhas mais saudáveis e evitar a exposição a mercúrio. |
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Avaliação da exposição das mulheres portuguesas em idade fértil a mercúrio: a perspetiva da biomonitorização humanaExposure assessment of Portuguese women of childbearing age to mercury: a human biomonitoring perspectivePeixeMercúrioMulheres em Idade FértilToxicologiaContaminantes em AlimentaçãoContaminantes MetálicosComposição dos AlimentosBiomonitorização HumanaAvaliação do RiscoDeterminantes da Saúde e da DoençaSaúde PúblicaPortugalPrivilegiado pela sua situação geográfica, Portugal tem como tradição alimentar o consumo de peixe. Contudo, este consumo está também associado à presença de mercúrio, na forma de metilmercúrio. A elevada suscetibilidade de alguns grupos populacionais a este composto, nomeadamente as mulheres grávidas pelas consequências desta exposição para os fetos, torna imperativo conhecer o risco destes grupos populacionais. Assim, o presente estudo, através de uma abordagem de biomonitorização humana, teve como objetivo principal avaliar a exposição das mulheres portuguesas em idade fértil ao mercúrio. Foram selecionadas aleatoriamente 300 mulheres em idade fértil (25-44 anos) participantes no Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), um estudo transversal de prevalência representativo a nível nacional e regional, e estimada a sua exposição a mercúrio através da determinação do teor de mercúrio total (THg) em amostras de sangue total por espectrofotometria de absorção atómica com decomposição térmica e amalgamação. Os resultados obtidos revelaram a presença de mercúrio em 298 amostras, com valores entre 0,6 e 32,0μg/L, e um valor médio de 5,9 ± 4,2μg/L. Verificou-se que 48% das amostras apresentaram valores de concentração de mercúrio superiores a 5,0μg/L e cerca de 13% apresentaram valores superiores a 10,0μg/L, representando, por isso, um risco de danos para a saúde. Com base nos resultados obtidos, é recomendável reduzir a exposição das mulheres portuguesas em idade fértil ao mercúrio, nomeadamente, se este corresponder a um período em que se planeie gravidez, por forma a prevenir potenciais consequências para a saúde. Estratégias de informação e comunicação do risco deverão ser desenvolvidas, testadas e implementadas em Portugal, por forma a contribuir para escolhas mais saudáveis e evitar a exposição a mercúrio.Privileged by its geographical situation, Portugal has a dietary tradition that includes a high consumption of fish. The presence of mercury in this foodstuff, in the form of methylmercury and the high susceptibility of some population groups to this compound, such as pregnant women due to the consequences of this exposure for fetuses, makes it imperative to know the risk of these population groups. Thus, the present study, using a human biomonitoring approach, aimed to evaluate the exposure of Portuguese women of childbearing age to mercury. 300 women of childbearing age (25-44 years old) participating in the National Health Examination Survey (INSEF), a cross-sectional study of representative prevalence at national and regional level, were randomly selected, and their exposure to mercury was estimated by determining the total mercury content (THg) in whole blood by atomic absorption spectrophotometry with thermal decomposition and amalgamation. The obtained results revealed the presence of mercury in 298 samples, with values ranging between 0.6 and 32.0μg/L, and an average value of 5.9 ± 4.2μg/L. It was found that 48% of the samples had a mercury concentration value greater than 5.0μg/L and about 13% had values greater than 10.0μg/L, thus representing a risk of damage to health. Based on the results obtained, it is recommended to reduce the exposure of Portuguese women of childbearing age to mercury, especially if it corresponds to a period in which pregnancy is planned, to prevent potential health consequences. Risk information and communication strategies must be developed, tested and implemented in Portugal, in order to contribute to healthier choices and avoid exposure to mercury.Apoio financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia /MCTES e CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (UIDP/50017/2020 + UIDB/50017/2020), através de fundos nacionais.Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IPRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeSantiago, SusanaNamorado, SóniaDias, Carlos MatiasMartins, CarlaSantos, MarianaCastanheira, IsabelCarvalho, CristinaAssunção, Ricardo2021-03-01T17:43:27Z2020-122020-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/7288porBoletim Epidemiológico Observações. 2020 setembro-dezembro;9(28):5-90874-2928info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:42:04Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/7288Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:42:11.125931Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Privilegiado pela sua situação geográfica, Portugal tem como tradição alimentar o consumo de peixe. Contudo, este consumo está também associado à presença de mercúrio, na forma de metilmercúrio. A elevada suscetibilidade de alguns grupos populacionais a este composto, nomeadamente as mulheres grávidas pelas consequências desta exposição para os fetos, torna imperativo conhecer o risco destes grupos populacionais. Assim, o presente estudo, através de uma abordagem de biomonitorização humana, teve como objetivo principal avaliar a exposição das mulheres portuguesas em idade fértil ao mercúrio. Foram selecionadas aleatoriamente 300 mulheres em idade fértil (25-44 anos) participantes no Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), um estudo transversal de prevalência representativo a nível nacional e regional, e estimada a sua exposição a mercúrio através da determinação do teor de mercúrio total (THg) em amostras de sangue total por espectrofotometria de absorção atómica com decomposição térmica e amalgamação. Os resultados obtidos revelaram a presença de mercúrio em 298 amostras, com valores entre 0,6 e 32,0μg/L, e um valor médio de 5,9 ± 4,2μg/L. Verificou-se que 48% das amostras apresentaram valores de concentração de mercúrio superiores a 5,0μg/L e cerca de 13% apresentaram valores superiores a 10,0μg/L, representando, por isso, um risco de danos para a saúde. Com base nos resultados obtidos, é recomendável reduzir a exposição das mulheres portuguesas em idade fértil ao mercúrio, nomeadamente, se este corresponder a um período em que se planeie gravidez, por forma a prevenir potenciais consequências para a saúde. Estratégias de informação e comunicação do risco deverão ser desenvolvidas, testadas e implementadas em Portugal, por forma a contribuir para escolhas mais saudáveis e evitar a exposição a mercúrio. |
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