Questões de gênero em Platão e Eurípedes: corpos antigos e gender performativity

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Vânia
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Cornelli, Gabriele
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/103863
https://doi.org/10.1590/s1678-4634202147226076
Resumo: O presente artigo propõe uma análise de dois textos clássicos da Antiguidade grega, As Bacantes de Eurípedes e a República de Platão, à luz da teoria contemporânea de gender performativity de Judith Butler. O conceito de gender performativity será apropriado para ilustrar analogamente, mesmo que de forma anacrônica, o quanto que o imaginário grego, apesar de temporalmente distante, pode nos apresentar – seja a partir do discurso filosófico, seja a partir do discurso literário da tragédia grega – bons exemplos para uma das teorias mais sofisticadas, diríamos, no campo dos estudos de gênero hoje. A proposta é a de mostrar de que modo o conteúdo desses dois textos nos permite compreender o debate contemporâneo da teoria crítica das identidades de gênero. Trata-se de identidades fixadas em atos performativos que conformam o gênero ao sexo anatômico, limitando-o a duas possibilidades: masculino ou feminino. Considerando o contexto histórico e as questões que são próprias do mundo grego antigo, a análise aqui proposta nos permitirá jogar luz, especialmente, nas estratégias que Platão e Eurípedes empreenderam no sentido de deslocar as normas de gênero constituídas na pólis. O exame dos textos permitiu-nos identificar que na antiguidade, mas também na contemporaneidade, mesmo que de forma diferente, as discussões das relações de gênero estão ajustadas, principalmente, pelo discurso político a respeito dessas relações.
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