Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Micaela Andreia Alegria
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Ramos, Luís Filipe Gens Moura, Lourenço, Óscar Manuel Domingos, Quintal, Carlota Maria Miranda
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/93233
https://doi.org/10.1590/0102-311x00248418
Resumo: As necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas têm sido usadas para avaliar o acesso a cuidados de saúde. Em cenários de recessão e restrições financeiras impostas às políticas públicas, é importante identificar que fatores, para além do rendimento, podem ser usados para mitigar as barreiras no acesso. Este é o objetivo deste artigo, para o caso português, durante o rescaldo da crise. Usaram-se 17.698 observações do 5o Inquérito Nacional de Saúde (2014). Analisaram-se as necessidades não satisfeitas (autorreportadas) para as consultas e tratamentos médicos, cuidados de saúde dentários e medicamentos prescritos. Recorreu-se ao modelo de seleção bivariado, acomodando o fato de as necessidades não satisfeitas apenas poderem ser observadas na subamostra de indivíduos que sentiram necessidade de cuidados de saúde. O risco de necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas diminui para rendimentos e níveis de educação mais altos bem como no grupo dos idosos e homens. Beneficiar apenas do Serviço Nacional de Saúde aumenta o risco de necessidades não satisfeitas na saúde oral. A ausência de um círculo de pessoas próximas a quem pedir ajuda e a falta de confiança nos outros tornam mais prováveis as necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas. Mais saúde diminui o risco de necessidades de cuidados não satisfeitas. Sendo o rendimento um importante preditor das necessidades não satisfeitas, encontrou-se impacto de outros fatores como sexo, idade e educação. Participar em grupos informais reduz a probabilidade de necessidades não satisfeitas. Aqueles com mais necessidades de cuidados de saúde acabam por sofrer um risco acrescido por essa via.
id RCAP_7438095c24fddaea677083339b3ab717
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/93233
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?As necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas têm sido usadas para avaliar o acesso a cuidados de saúde. Em cenários de recessão e restrições financeiras impostas às políticas públicas, é importante identificar que fatores, para além do rendimento, podem ser usados para mitigar as barreiras no acesso. Este é o objetivo deste artigo, para o caso português, durante o rescaldo da crise. Usaram-se 17.698 observações do 5o Inquérito Nacional de Saúde (2014). Analisaram-se as necessidades não satisfeitas (autorreportadas) para as consultas e tratamentos médicos, cuidados de saúde dentários e medicamentos prescritos. Recorreu-se ao modelo de seleção bivariado, acomodando o fato de as necessidades não satisfeitas apenas poderem ser observadas na subamostra de indivíduos que sentiram necessidade de cuidados de saúde. O risco de necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas diminui para rendimentos e níveis de educação mais altos bem como no grupo dos idosos e homens. Beneficiar apenas do Serviço Nacional de Saúde aumenta o risco de necessidades não satisfeitas na saúde oral. A ausência de um círculo de pessoas próximas a quem pedir ajuda e a falta de confiança nos outros tornam mais prováveis as necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas. Mais saúde diminui o risco de necessidades de cuidados não satisfeitas. Sendo o rendimento um importante preditor das necessidades não satisfeitas, encontrou-se impacto de outros fatores como sexo, idade e educação. Participar em grupos informais reduz a probabilidade de necessidades não satisfeitas. Aqueles com mais necessidades de cuidados de saúde acabam por sofrer um risco acrescido por essa via.Escola Nacional de Saude Publica2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/93233http://hdl.handle.net/10316/93233https://doi.org/10.1590/0102-311x00248418por1678-44640102-311Xhttps://doi.org/10.1590/0102-311X00248418Antunes, Micaela Andreia AlegriaRamos, Luís Filipe Gens MouraLourenço, Óscar Manuel DomingosQuintal, Carlota Maria Mirandainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-10T12:37:04Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/93233Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:12:10.371848Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
title Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
spellingShingle Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
Antunes, Micaela Andreia Alegria
title_short Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
title_full Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
title_fullStr Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
title_full_unstemmed Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
title_sort Acesso aos cuidados de saúde em Portugal no rescaldo da crise. Nem tudo é dinheiro?
author Antunes, Micaela Andreia Alegria
author_facet Antunes, Micaela Andreia Alegria
Ramos, Luís Filipe Gens Moura
Lourenço, Óscar Manuel Domingos
Quintal, Carlota Maria Miranda
author_role author
author2 Ramos, Luís Filipe Gens Moura
Lourenço, Óscar Manuel Domingos
Quintal, Carlota Maria Miranda
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Antunes, Micaela Andreia Alegria
Ramos, Luís Filipe Gens Moura
Lourenço, Óscar Manuel Domingos
Quintal, Carlota Maria Miranda
description As necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas têm sido usadas para avaliar o acesso a cuidados de saúde. Em cenários de recessão e restrições financeiras impostas às políticas públicas, é importante identificar que fatores, para além do rendimento, podem ser usados para mitigar as barreiras no acesso. Este é o objetivo deste artigo, para o caso português, durante o rescaldo da crise. Usaram-se 17.698 observações do 5o Inquérito Nacional de Saúde (2014). Analisaram-se as necessidades não satisfeitas (autorreportadas) para as consultas e tratamentos médicos, cuidados de saúde dentários e medicamentos prescritos. Recorreu-se ao modelo de seleção bivariado, acomodando o fato de as necessidades não satisfeitas apenas poderem ser observadas na subamostra de indivíduos que sentiram necessidade de cuidados de saúde. O risco de necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas diminui para rendimentos e níveis de educação mais altos bem como no grupo dos idosos e homens. Beneficiar apenas do Serviço Nacional de Saúde aumenta o risco de necessidades não satisfeitas na saúde oral. A ausência de um círculo de pessoas próximas a quem pedir ajuda e a falta de confiança nos outros tornam mais prováveis as necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas. Mais saúde diminui o risco de necessidades de cuidados não satisfeitas. Sendo o rendimento um importante preditor das necessidades não satisfeitas, encontrou-se impacto de outros fatores como sexo, idade e educação. Participar em grupos informais reduz a probabilidade de necessidades não satisfeitas. Aqueles com mais necessidades de cuidados de saúde acabam por sofrer um risco acrescido por essa via.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/93233
http://hdl.handle.net/10316/93233
https://doi.org/10.1590/0102-311x00248418
url http://hdl.handle.net/10316/93233
https://doi.org/10.1590/0102-311x00248418
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 1678-4464
0102-311X
https://doi.org/10.1590/0102-311X00248418
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Escola Nacional de Saude Publica
publisher.none.fl_str_mv Escola Nacional de Saude Publica
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134018150596608