Desempenho na prova de esforço cardio-respiratória e função sistólica do ventrículo esquerdo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11816/2038 |
Resumo: | A prova de esforço cardio-respiratória (PECR) é um importante exame complementar de diagnóstico na área da Medicina, pois submete o paciente a um determinado esforço físico gradual e monitorizado com um eletrocardiograma, com o objetivo de aumentar a ação metabólica global e em particular a ação metabólica do coração. Com este procedimento é possível obter dados sobre carga máxima, o consumo máximo de oxigénio (VO2 máx), o limiar anaeróbio, as reservas cardíaca e ventilatória, os equivalentes ventilatórios para o O2 e o CO2, o pulso de O2, o gradiente arterialvenoso de CO2, a relação entre o espaço morto e o volume corrente, a pressão arterial, as frequências cardíaca e respiratória. Assim, para além da capacidade de esforço nas suas várias dimensões, também pode ser avaliada a presença de isquemia do miocárdio quando há alterações e ST/T no ECG. O ecocardiograma é hoje um exame complementar imprescindível muito útil no diagnóstico, na avaliação da gravidade do envolvimento cardíaco e da afetação da contractilidade ou do relaxamento miocárdico e no suporte da estratégia terapêutica. Na primeira parte deste trabalho procedeu-se a uma revisão da literatura sobre a PECR e o ecocardiograma como exames complementares de diagnóstico e na segunda parte a um estudo observacional e retrospetivo que teve como objetivo principal, correlacionar a função sistólica do ventrículo esquerdo (FSVE) documentada por ecocardiograma/Doppler com os parâmetros registados na prova de esforço cardiorespiratória (PECR) realizados a pacientes com doença do interstício pulmonar (DIP) e a pacientes com insuficiência cardíaca (IC) sistólica. Foi um estudo realizado no Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de S. João, EPE. Foram recolhidos do processo clínico eletrónico, dados demográficos e antropométricos, antecedentes patológicos (diagnóstico definitivo), resultados referentes ao ecocardiograma e às PECR. Para o tratamento dos dados estatísticos utilizou-se o programa GraphPadPrism 5. Foram incluídos neste estudo 20 doentes com doença do interstício pulmonar (DIP) e 8 doentes com insuficiência cardíaca (IC) sistólica documentada por Desempenho na prova de esforço cardio-respiratória e função sistólica do ventrículo esquerdo XVI ecocardiografia. Dos doentes com DIP incluídos, 8 (33,3%) pertenciam ao sexo masculino e 12 (66,6%) ao sexo feminino; todos os 8 doentes com IC incluídos eram do sexo masculino. A média de idades global dos doentes com DIP foi de 47,5 ± 11,9 anos, menor do que a média global das idades dos doentes com IC sistólica (56,4 ± 10,2), que no entanto não foi significativamente diferente (p=0,07). No que concerne ao tipo de DIP, a sarcoidose predominou (60% dos doentes incluídos). Em todos os doentes com DIP a função sistólica do ventrículo esquerdo (e do ventrículo direito) estava conservada e em 75% dos doentes com IC a função ventrículo esquerdo estava severamente comprometida. O VO2 máximo (DIP: 16,7 ± 6,1, n=20; IC: 12,5 ± 4,4, n=8) e a percentagem do VO2 máximo previsto estavam diminuídos nos 2 grupos de doentes, mas foram significativamente superiores nos doentes com DIP comparativamente com os doentes com IC sistólica. Quer os doentes com DIP (64,6 ± 20,1 %; n=20), quer os doentes com IC (40,1 ± 12,9; n=8) tiveram uma percentagem de VO2 máximo expresso em percentagem do previsto inferior ao que era de esperar em função da idade e do género. Globalmente, não houve correlação significativa entre a fração de ejeção do VE (um indicador importante da função sistólica) e o VO2 máximo (indicador importante da capacidade de exercício aeróbica máxima). Dentro dos vários parâmetros estudados apenas o pulso de O2 (um possível indicador do volume sistólico) foi o único que se correlacionou com o VO2 máximo. PALAVRAS – CHAVE: PROVA ESFORÇO CARDIO-RESPIRATÓRIA, ECOCARDIOGRAFIA, DOENÇAS DO INTERSTÍCIO PULMONAR, INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SISTÓLICA, FRAÇÃO DE EJEÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO, CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÉNIO. |
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Assim, para além da capacidade de esforço nas suas várias dimensões, também pode ser avaliada a presença de isquemia do miocárdio quando há alterações e ST/T no ECG. O ecocardiograma é hoje um exame complementar imprescindível muito útil no diagnóstico, na avaliação da gravidade do envolvimento cardíaco e da afetação da contractilidade ou do relaxamento miocárdico e no suporte da estratégia terapêutica. Na primeira parte deste trabalho procedeu-se a uma revisão da literatura sobre a PECR e o ecocardiograma como exames complementares de diagnóstico e na segunda parte a um estudo observacional e retrospetivo que teve como objetivo principal, correlacionar a função sistólica do ventrículo esquerdo (FSVE) documentada por ecocardiograma/Doppler com os parâmetros registados na prova de esforço cardiorespiratória (PECR) realizados a pacientes com doença do interstício pulmonar (DIP) e a pacientes com insuficiência cardíaca (IC) sistólica. 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No que concerne ao tipo de DIP, a sarcoidose predominou (60% dos doentes incluídos). Em todos os doentes com DIP a função sistólica do ventrículo esquerdo (e do ventrículo direito) estava conservada e em 75% dos doentes com IC a função ventrículo esquerdo estava severamente comprometida. O VO2 máximo (DIP: 16,7 ± 6,1, n=20; IC: 12,5 ± 4,4, n=8) e a percentagem do VO2 máximo previsto estavam diminuídos nos 2 grupos de doentes, mas foram significativamente superiores nos doentes com DIP comparativamente com os doentes com IC sistólica. Quer os doentes com DIP (64,6 ± 20,1 %; n=20), quer os doentes com IC (40,1 ± 12,9; n=8) tiveram uma percentagem de VO2 máximo expresso em percentagem do previsto inferior ao que era de esperar em função da idade e do género. Globalmente, não houve correlação significativa entre a fração de ejeção do VE (um indicador importante da função sistólica) e o VO2 máximo (indicador importante da capacidade de exercício aeróbica máxima). 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