Ferreira de Aves medieval. Identidade e memória (séculos XII-XV)

• Autor(a) principal: Morais, Adelina Maria Ramos da Silva
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/51162
• topic: Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia

Com a pesquisa que conduziu à apresentação desta dissertação visou-se conhecer o concelho medieval de Ferreira de Aves, território situado a nordeste do distrito de Viseu. O estudo consagra um processo histórico longo, conduzido diacronicamente desde o início do século XII até finais do século XV. Iniciaremos com a análise do território, a distribuição espacial do povoamento, falaremos dos edifícios coevos, da propriedade, faremos referência a quantitativos e tendências populacionais. Analisaremos o foral, um dos primeiros do condado Portucalense, concedido por D. Teresa. Tanto quanto possível, acompanharemos o desenvolvimento do sistema administrativo que inicialmente assentava no Direito consuetudinário e se vai complexificando. Veremos a sua autonomia ser limitada, pela estratégia dos monarcas que reforçam a sua autoridade, impondo regras gerais de administração no reino. Estudaremos as famílias nobres que se instalaram ali e foram detentoras daquele território. Cavaleiros oriundos de Ribadouro integrados no movimento migratório pela saturação demográfica a norte, pela motivação de enriquecimento pessoal e para a defesa do território conquistado aos muçulmanos. Neste arco temporal, estes Cavaleiros, tal como outras linhagens, serviram-se de estratégicas alianças matrimoniais para a ascensão nobiliárquica. Acompanhámo-los nessa elevação que culminou na posse de Ferreira de Aves, como senhorio, e posterior queda, resultante de atitudes comportamentais, no complexo xadrez político dos finais da Idade Média na Península Ibérica. Procurámos interpretar a atuação dos intervenientes à luz de duas noções dominantes no pensamento político comum da época, a pertença a uma comunidade humana restrita e fidelidade pessoal ao rei e a ausência de noção de pertença a um organismo que seria a Nação. A infidelidade da linhagem ao monarca português culminou na perda de Ferreira de Aves, que foi sendo, intermitentemente, entregue a outros senhores e recuperada, para a perderem definitivamente. Finalmente, elaborámos breves sínteses das outras famílias a quem os diversos reis entregaram aquele senhorio.